Pela primeira vez o ex-prefeito de Palmas Carlos Amastha (PSB) fez um ataque direto à gestão de sua sucessora Cinthia Ribeiro (PSDB). No início da noite dessa segunda-feira, 11, Amastha postou em sua página no Twitter: “Nunca na vida pensei ver as nossas UPAs de maneira negativa na imprensa. Perdão, Palmas!”.
Ele disse que sempre sonhou “em Palmas como uma ilha no meio de qualquer circunstancia”. “Mesmo de marasmo estadual ou federal. Confio na capacidade de reação”, fechou o post.
Pedaladas fiscais
Vereadores acusam o ex-prefeito de ter, dado uma pedalada fiscal de 2017 para 2018 de R$ 35,7 milhões, o que teria comprometido o orçamento de Cinthia no ano passado e explicaria a crise que enfrenta a gestão da sucessora.
A prefeita foi às redes sociais no final de semana de carnaval culpar o governo do Estado pela superlotação das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). “UPA Norte lotada. Sete médicos atendendo, mas a demanda é grande, principalmente porque [os hospitais] de Paraíso e Porto Nacional estão com os [prontos-socorros] fechados. Algumas mães chegando com suas crianças sem atendimento no Hospital Infantil desesperadas pela inércia de quem deveria receber”, publicou a gestora em suas redes sociais.
De acordo com o material da assessoria da prefeita, sem atendimento em unidades estaduais como os hospitais regionais, o Infantil e o Hospital Geral de Palmas (HGP), “de responsabilidade do governo do Estado” — frisa a nota da assessoria de Cinthia —, os pacientes procuram as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), mantidas pela prefeitura.
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) afirmou que “não procede a informação de unidades hospitalares fechadas no Estado”. “Todas as unidades hospitalares geridas pelo Executivo Estadual seguem com fluxo normal de atendimentos, com escala médica cumprida conforme determina a legislação vigente e disponível para conferência do cidadão, por meio do portal oficial da pasta, na internet”, diz a nota.
O afastamento
O afastamento de Cinthia em relação ao seu antecessor já começou antes mesmo das eleições de outubro. Ela assumiu o mandato no dia 3 de abril, com a renúncia de Amastha, e ao longo dos meses seguintes os principais aliados do ex-prefeito foram sendo tirados ou deixando a nova gestão, como Cláudio Schüller, Públio Borges, Raquel Oliveira, entre outros.
Após as eleições de outubro, a prefeita decidiu exonerar todo o grupo ligado a Amastha. Ele chegou a almoçar com ela para pedir que não exonerasse seu pessoal, mas não foi atendido.
Depois disso, a prefeita vem reclamando dos ataques que vinha sendo disparados contra ela nas redes sociais, sobretudo no WhatsApp, pelos aliados do ex-prefeito.
Amastha, contudo, até essa segunda-feira não tinha feito nenhuma crítica à gestão Cinthia Ribeiro.
Confira o post de Amastha:
Nunca na vida pensei ver as nossas UPAs de maneira negativa na imprensa. Perdão Palmas. Sempre sonhei em Palmas como uma ilha no meio de qualquer circunstancia , mesmo de marasmo estadual ou federal. Confio na capacidade de reação.
— Carlos Franco Amastha (@amastha2024) March 11, 2019