Ex-jogadora da seleção brasileira de voleibol, Ana Paula se tornou uma competente articulista do jornal O Estado de S.Paulo. Nessa terça-feira, 29, ela contou em suas redes sociais que sempre lhe perguntam o que faz diferença no bom funcionamento da sociedade americana, onde a ex-atleta vive atualmente. Ana Paula disse que responde invariavelmente que uma das mais importantes engrenagens dos EUA é o law enforcement, ou o Império da Lei. Isto é, a lei acima de todos. A ex-jogadora então conclui: “Um país que não aplica duramente suas leis flerta sempre com o caos”.
Essa postagem de Ana Paula diz muito sobre o acordão que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) fez nessa terça sobre a eleição suplementar do Tocantins. Arruma-se desculpas jurídicas de acordo com a conveniência. É típico de um país terceiro-mundista. A Constituição é um mero marco inicial, não final, por isso, pode ser flexibilizada e reinterpretada conforme os gostos individuais. A lei sempre está submetida aos interesses, não o inverso. Aí, como desculpa jurídica, vem um emaranhado de jurisprudência, que são apenas um apanhado de desrespeitos que desmoralizam a legislação e a Carta Magna.
[bs-quote quote=”Com a soberania popular, uma das desculpas jurídicas da conveniência dos ministros para não aplicarem as leis e a Constituição, quem tem voto vencerá, quem não tiver, por favor, não venha com conversinha mole. Todo o estoque de desculpites foi usado nessa decisão terceiro-mundista dos ministros do TSE” style=”default” align=”right” author_name=”CLEBER TOLEDO” author_job=”É jornalista e editor do CT” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/02/CTAdemir60.jpg”][/bs-quote]
Precisaremos de alguns séculos e muitas dores para evoluir rumo à law enforcement, em que as leis serão respeitadas e duramente aplicadas, doa a quem doer. Ainda acredito que chegaremos lá.
De toda forma, o lado positivo da decisão do TSE é que tirou a desculpa de quem poderia depois reclamar que foi derrotado no “tapetão”. Essa justificativa não vai colar para ninguém na noite de domingo, 3, em diante.
Com a soberania popular, uma das desculpas jurídicas da conveniência dos ministros para não aplicarem as leis e a Constituição, quem tem voto vencerá, quem não tiver, por favor, não venha com conversinha mole. Todo o estoque de desculpites foi usado nessa decisão terceiro-mundista dos ministros do TSE.
A apenas cinco dias da eleição suplementar, turbinados com o aval da maior Corte da Justiça Eleitoral, os candidatos devem se tornar mais agressivos para tentar chegar ao segundo turno. O termômetro que sempre utilizo de liderança e traseira das disputas eleitorais, em se tratando dos candidatos mais competitivos, é o nível de ataque.
Quem mais bate está atrás, pode estar certo. Preste atenção no nome mais atacado. Geralmente é porque as pesquisas de consumo interno mostram que é ele quem está na liderança.
Os que apresentam medidas tresloucadas e ações que envolvem muito risco na reta final também está tentando se levantar e sobreviver na disputa.
Como as pesquisas não são confiáveis — as que são publicadas, as de consumo interno mostram o cenário real —, esses sintomas dão sinais de para onde caminha a eleição. Preste atenção nesses indicadores e poderá traçar uma conjuntura mais realista das campanhas.
De toda forma, com todos os postulantes mantidos, com o “jeitinho” do TSE, é muito pouco provável que alguém consiga vencer no primeiro turno. Assim, teremos um segundo turno. Indubitavelmente.
CT, Palmas, 30 de maio de 2018.