A ausência na reunião das oposições na sexta-feira, 6, na chácara da senadora Kátia Abreu (PDT), e a decisão desse domingo, 8, de não conversar em grupo, mas individualmente, revelam que o ex-prefeito de Palmas e pré-candidato a governador Carlos Amastha (PSB) está disposto a não aparecer em público com aqueles que ele chama de “velha política”. Amastha demonstra querer aglutinar a força desses grupos adversários do Palácio Araguaia no seu entorno, mas sem se contaminar pelo desgaste deles.
[bs-quote quote=”A reunião atabalhoada de sexta-feira, já que ficou demonstrado que não estava bem amarrada com os principais atores envolvidos, foi um retumbante fracasso” style=”default” align=”right” author_name=”CLEBER TOLEDO” author_job=”É jornalista e editor do CT” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/02/CTAdemir60.jpg”][/bs-quote]
Por isso, o ex-prefeito da Capital preferiu fugir da foto que seria o principal destaque da malsucedida reunião da chácara de Kátia. A imagem mostraria o autoproclamado “novo” ao lado de algumas das figuras mais tradicionais da política tocantinense, como a própria senadora, o senador Vicentinho Alves (PR) e Marcelo Lelis (PV). Era um caminho sem volta.
A partir desse retrato, se Amastha confirmasse a aliança com a “velha política”, assumiria todo o desgaste consequente. Caso resolvesse assumir o farisaico papel de “novo” que insiste em desempenhar e não se unisse a esses “velhos políticos”, se veria obrigado a explicar a foto diariamente até outubro.
Ao decidir pela conversa individual com a “velha política”, Amastha deixa transparecer que quer o espólio de Kátia, PR, PV e MDB, por exemplo, mas escondendo as figuras que sempre defenestrou. Na prática, buscaria a capilaridade de que precisa através de representantes desses grupos, sem colocar seus líderes maiores no palanque. Mas como fazer isso?
De toda forma, a reunião atabalhoada de sexta-feira, já que ficou demonstrado que não estava bem amarrada com os principais atores envolvidos, foi um retumbante fracasso. Ao invés de unir as oposições, a desuniu ainda mais, como bem profetizou um dirigente partidário ao CT: “Vai implodir antes de começar”.
Na verdade, já implodiu. A não ser que haja uma mudança extremamente drástica até o início de agosto, possibilidade remotíssima, os grupos diversos das oposições vão caminhar divididos.
É muito ego concentrado para se colocar o Tocantins em primeiro lugar.
CT, Maringá (PR), 9 de julho de 2018.