O apoio do prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas, aumenta consideravelmente a musculatura da candidatura do governador interino Mauro Carlesse (PHS) na cidade e entorno, para onde se reflete diretamente os resultados da boa gestão do município. Afinal, ele colocou em seu palanque as principais forças políticas da cidade — os deputados estaduais Valderez Castelo Branco (PP) e Olyntho Neto (PSDB), e os deputados federais Lázaro Botelho (PP) e César Halum (PRB). No entanto, é claro que o nome de Carlesse não se tornará unanimidade por isso e contra essa união já se levantam forças periféricas mas em ascensão na política municipal.
É fato que Dimas se tornou modelo de gestão para o Estado, o que é reconhecido por seus adversários internos e também pelos principais candidatos que hoje estão na disputa pela eleição suplementar — Carlos Amastha (PSB), Kátia Abreu (PDT) e Vicentinho Alves (PR). Em momentos diferentes, eles já rasgaram elogios ao prefeito.
Enquanto em Palmas, por exemplo, a imagem da também inegável boa gestão de Amastha ficou focada no embelezamento, Araguaína conseguiu fixar um quadro mais portentoso, com importantes obras estruturantes e recuperação total das ruas e avenidas, herdadas por Dimas em profundo estado de precariedade.
Por isso, com um extensa experiência de gestor e engenheiro, o prefeito araguainense sempre foi visto como, talvez, o mais nome mais preparado neste momento para assumir o decadente governo do Estado. No entanto, a viabilização de uma candidatura não se faz apenas com um bom nome, mas, principalmente, com um forte grupo político. Foi nesse ponto que Dimas não conseguiu deslanchar seu projeto de chegar ao Palácio Araguaia. Prejuízo para o Estado, porque perde uma excelente opção de candidato.
Se o prefeito não foi bem-sucedido nesta construção, Carlesse aproveitou a força do cargo para conseguir a musculatura de que precisa para o enfrentamento. O governador interino soube usar muito bem os atrativos do Palácio Araguaia para formar um arco de partidos considerável entre os dias 20 e 22 de abril, no período das convenções. Desde então, adiou o início das campanhas para concluir as conversas iniciadas naqueles dias, sobretudo com Dimas.
Carlesse, contudo, precisa entender que caminha numa linha muito tênue que separa os conceitos de “palanque forte” e “palanque pesado”. Os adversários tentarão provar que é pesado e ele usar de muita habilidade para construir uma imagem de palanque forte. Isso é muito importante e explica a vitória do projeto de Amastha em 2012 e a reeleição do ex-prefeito de Palmas em 2016.
No caso de Araguaína, será um exemplo típico. Forças menores mas em ascensão da cidade trabalharão para mostrar que Carlesse construiu um palanque pesado, usando toda a estrutura de Poder para isso. Os deputados estaduais Elenil da Penha (MDB) e Jorge Frederico (MDB), ao lado de Vicentinho, além do vereador Divino Bethânia (Pros), candidato a vice do republicano, são forças que vêm crescendo na política municipal e regional.
Ao longo de pouco tempo conquistaram parcelas significativas do eleitorado local e vão usar todo esse capital político para evitar uma vitória esmagadora de Carlesse. Em outra frente, ainda tem o candidato a vice-governador de Amastha, Célio Moura (PT).
Essa disputa, para todos eles, é estratégica, porque aponta diretamente para as eleições municipais de 2020. O fato de ser uma luta do tipo Davi-contra-Golias também depõe a favor desses líderes. Se perderem, é normal, já que as forças adversárias eram gigantescas. Mas, se ganharem, os resultados chegam de forma duradoura e os fortalece consideravelmente na disputa pela sucessão de Dimas daqui a dois anos.
CT, Palmas, 7 de maio de 2018.