Ex-presidente mundial do BankBoston, Henrique Meirelles tinha acabado de se eleger deputado federal em 2002, e pelo PSDB, quando foi buscado pelo então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva para comandar o Banco Central de sua gestão.
Assim, Meirelles não assumiu o mandato e foi para o governo Lula. Enquanto esteve lá, a gestão petista foi muito bem, com a sorte de ter pego o “boom” das commodities, com o aquecimento da economia chinesa.
Isso foi até 2009, quando os populistas do PT passaram a pressionar para que o governo abandonasse o tripé implantado no governo Fernando Henrique Cardoso e que garantia a estabilidade da economia brasileira: meta de inflação, superávit primário forte e câmbio flutuante.
O medo do PT de perder o poder fez Lula ceder e Meirelles, derrotado pelos populistas, deixou o governo. Assumiu o “gênio” Guido Mantega, com sua “nova matriz econômica”, que, a aumento de gasto surreal e renúncias fiscais questionáveis, nos trouxe ao buraco em que nos encontramos, quadro que os desinformados e os de má-fé tentam atribuir ao atual governo.
[bs-quote quote=”O ex-ministro da Fazenda pode até ser candidato, o que não será fácil, mas não terá a menor chance de conseguir sucesso eleitoral. Uma pena. O Brasil fica sem opção e continua uma nau sem rumo” style=”default” align=”right” author_name=”CLEBER TOLEDO” author_job=”É jornalista e editor do CT” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/02/CTAdemir60.jpg”][/bs-quote]
O período de total irresponsabilidade foi marcado por uma fala, numa reunião no segundo mandato de Lula, da então ministra-chefe da Casa Civil e futura presidente da República, Dilma Rousseff, uma das pessoas mais inaptas que já passaram pelo Palácio do Planalto: “Despesa corrente é vida”, disse a acéfala.
Num voo cego, enfiou o pé na gastança e represou preços de serviços públicos, contra toda a lógica de mercado, comprometendo setores estratégicos, como o enérgico e dos combustíveis. Para ganhar as eleições de 2014 reduziu o preço da energia, contra a opinião de todos os especialistas, e segurou o dos combustíveis, levando mais complicações à Petrobras, como se já não bastasse a roubalheira capitaneada pelo PT na estatal.
Com o desastre de Dilma na economia, Lula buscou socorro com quem quem? Meirelles. Queria que seu presidente do BC assumisse o Ministério da Fazenda do Titanic pilotado por Dilma. Desta vez, contudo, o ex-presidente mundial do BankBoston não quis conversa e recusou.
Meirelles veio aceitar a missão no governo de Michel Temer, com o compromisso de que toda a equipe econômica seria definida por ele. Montou um dream team e a economia começou a se recuperar, diante da credibilidade da nova equipe e da volta da responsabilidade fiscal, com o meta de inflação, superávit primário e câmbio flutuante. Além disso, o governo conseguiu a aprovação do teto de gastos e da reforma trabalhista.
Contudo, a política mais uma vez atrapalhou. A demagogia imperou e o Congresso se recusou a fazer a reforma mais importante para a consolidação da economia, a da Previdência. Como resultado, a economia emperrou novamente.
Se Temer não fosse tragado pela corrupção, conseguiria aprovar as reformas e colocaria o país num novo patamar. Assim, ele mesmo ou, o que seria melhor, Henrique Meirelles, seriam fortíssimos candidatos à Presidência.
Mas não foi o que ocorreu. Temer se mostrou do mesmo naipe dos líderes petistas que o antecederam e o país perdeu a oportunidade de ter um excelente projeto de governo com Meirelles.
O ex-ministro da Fazenda pode até ser candidato, o que não será fácil, mas não terá a menor chance de conseguir sucesso eleitoral. Uma pena. O Brasil fica sem opção e continua uma nau sem rumo.
Os nomes que lideram a pré-campanha não têm condições de resgatar a economia e colocar o País de volta aos trilhos. Há entre eles líderes fracos, populista à esquerda e populista à direita. Nada mais que isso.
Assim, os próximos anos prometem ser mais do mesmo.
CT, Palmas, 23 de maio de 2018.