Retomo nesta quarta-feira minha vida na Redação do CT após casar meu filho mais velho e ganhar a filha que não tivemos. Dois motivos de comemoração. Foram dias de muita agitação, trabalho e emoção.
Mas tudo valeu a pena. Quando Victor vinha em nossa direção para, juntos, caminharmos até o altar, um longo filme rapidamente desfilou pela mente. Os olhinhos ágeis me procurando enquanto eu cumprimentava o bebê que a enfermeira me apresentava pela primeira vez há 27 anos; ele deitado sob a árvore de Natal e se divertindo com a própria imagem refletida nas grandes bolas vermelhas; com a mamadeira no meu colo gargalhando da fala engraçada dos personagens do filme americano que eu assistia; afinal, para o Victinho, até então, só existia o português.
[bs-quote quote=”O que estava à minha frente era o grande homem que resultou dessa história tão linda que assistimos nas últimas quase três décadas e que, de alguma forma, contribuímos para que se forjasse” style=”default” align=”right” author_name=”CLEBER TOLEDO” author_job=”É jornalista e editor do CT” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2019/07/ct01-jorge-eugenio-60.jpeg”][/bs-quote]
O primeiro dia de aula na longa fila de crianças, uma com as mãos nos ombros da outra; o buraco que se abriu sob meus pés quando decidiu que faria faculdade no Rio Grande do Sul e a alegria quando resolveu concluir o curso em Palmas; a chegada de Átila, a nossa nora; a formatura na UFT… Enfim, um emaranhado de episódios se sobrepunham em alta velocidade.
No entanto, o que estava à minha frente era o grande homem que resultou desse mosaico de histórias tão lindas que assistimos nas últimas quase três décadas e que, de alguma forma, contribuímos para que se forjasse.
Assim, casar esse filho foi entregar à nossa Átila uma pessoa maravilhosa que aquele garotinho sensível e afetuoso se tornou, com todas as qualidades que se espera de um homem apto a constituir a própria família. Ainda que, claro, tenha os defeitos previsíveis da juventude, que só o tempo, esse grande sábio professor, é capaz de corrigir.
Dessa forma, casar o filho é concluir a nobre missão que nos coube quando recebemos aquela criança linda 27 anos atrás. Afinal, já adulto e totalmente emancipado, seguirá a vida com os próprios pés, mesmo que saiba que sempre estaremos aqui, no suporte, com amor, com nossas palavras de ensinamento e, sobretudo, com nossas orações.
Victor Hugo, seja muito, mas muito feliz com sua e nossa Átila. Amamos vocês.
CT, Palmas, 24 de julho de 2019.