A prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro (PSDB), entrou com toda a força na campanha do candidato a governador do PSB, Carlos Amastha. Na semana passada, gravou um vídeo para o evento com o presidenciável tucano Geraldo Alckmin em Gurupi, em que fala da “gestão transformadora que Carlos Amastha imprimiu à frente da prefeitura da capital”. Nesta segunda-feira, 27, a noivo da prefeita e secretário de Governo e Relações Institucionais, Eduardo Mantoan, vai deixar o cargo para coordenar a campanha do ex-prefeito na Capital.
Ou seja, está mais do que evidente, portanto, que não são verdadeiros os “boatos” — sim, o que se dizia desceu do patamar de “fatos” para “boatos” — sobre a situação financeira difícil que Amastha teria deixado para a sua sucessora.
[bs-quote quote=”Se os vereadores estão equivocados e o tal relatório contém erros, uma coisa não dá para entender: por que os fornecedores estão demorando tanto para receber? Será que, na verdade, não forneceram e querem algo a que não têm direito? Se, no entanto, eles têm direito, se forneceram, e se a gestão transformadora de Amastha deixou as contas saneadas e o erário cheio, por que não recebem? O atual comando de Palmas não está dando conta de manter a excelência no governo herdada do antecessor?” style=”default” align=”right” author_name=”CLEBER TOLEDO” author_job=”É jornalista e editor do CT” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/02/CTAdemir60.jpg”][/bs-quote]
O ex-prefeito apresentou relatório no início do ano em que garantia que sua gestão fechou 2017 com saldo positivo de R$ 52,8 milhões. Porém, o outro documento, o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas, publicado no Diário Oficial do Município do 23 de maio, mostra um déficit no primeiro quadrimestre de 2018 de R$ 35,7 milhões.
Os vereadores que faziam oposição a Amastha diagnosticaram que o ex-prefeito “pedalou” à la Dilma Rousseff (PT). Para Lúcio Campelo (PR), o antecessor de Cinthia Ribeiro “maquiou” as contas do município com a chamada contabilidade criativa. Ou seja, cancelou empenhos no final do ano para mostrar que encerrou 2017 com superávit, reconheceu dívidas no início de 2018 e as pagou com o orçamento que deveria ser gasto por sua sucessora.
No entanto, é impossível que isso tenha ocorrido, que o governo Cinthia seja jogado numa crise financeira por essas manobras, e a prefeita ainda mergulhe de cabeça na campanha de seu algoz. Não, não pode ser verdade.
Se isso fosse verdadeiro, jamais Cinthia classificaria a administração de seu líder como uma “gestão transformadora”. Não teria a menor chance, se de fato as “pedaladas” fossem reais, que o próprio noivo, em comum acordo com a prefeita, deixasse o governo para cabular votos para alguém que prejudicou tanto as contas públicas do município. Definitivamente, tudo não passou de “boatos”.
O que se conclui é que Palmas deve ter sido entregue a Cinthia com as contas totalmente saneadas e com pelo menos boa parte do saldo positivo de R$ 52,8 milhões que Amastha garantiu ter fechado 2017 em caixa. A oposição, então, está equivocada ao falar publicamente de “pedaladas” e o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas, publicado no Diário Oficial do Município do 23 de maio, que mostrou um “falso” déficit, deve ter sido um erro. É provável que haja uma correção em edições posteriores. Temos que procurar.
Contudo, se os vereadores estão equivocados e o tal relatório contém erros, uma coisa não dá para entender: por que os fornecedores estão demorando tanto para receber? Será que, na verdade, não forneceram e querem algo a que não têm direito? Se, no entanto, eles têm direito, se forneceram, e se a “gestão transformadora” de Amastha deixou as contas saneadas e o erário cheio, por que não recebem? O atual comando de Palmas não está dando conta de manter a excelência no governo herdada do antecessor?
De toda forma, algo está muito claro com esse engajamento fervoroso de Cinthia à campanha de governador do PSB: ao avalizar com louvor a gestão Amastha, é certo que jamais ouviremos a prefeita criticar a situação que recebeu ao assumir a administração de Palmas no dia 3 de abril.
Afinal, poucos prefeitos tiveram tanta sorte de serem antecedidos por alguém tão zeloso com as contas públicas, a ponto de repassar uma gestão azeitada e com muito dinheiro em caixa.
Uma excelente notícia para Palmas e para o Tocantins.
CT, Palmas, 27 de agosto de 2018.