A revista eletrônica Fantástico, da Rede Globo, fez na noite desse domingo, 28, enfim, um perfil humanizado do presidente eleito Jair Bolsonaro, após anos de tentativa de desconstrução da imagem dele em todos os telejornais da emissora, inclusive, na Globo News. Pela primeira vez ouviram a futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro, que falou ao País quem é a pessoa com quem convive diariamente. Nunca se viu um tratamento tão positivo ao presidente eleito, ainda que tenha trazido as polêmicas em que ele se envolveu, o que é normal.
A mudança de humor da Globo nessa matéria me lembrou as manchetes do jornal francês Le Moniteur Universal sobre o retorno de Napoleão de seu exílio na Ilha de Elba, em março de 1815. Confira:
9 de março — O Monstro escapou de seu banimento.
10 de março — O Ogro Corso desembarcou no Cabo Juan.
11 de março — O Tigre mostrou-se em Gap. As tropas avançam por todos os lados para deter o seu progresso. Ele findará sua miserável aventura tornando-se um andarilho entre as montanhas.
12 de março — O Monstro realmente avançou até Grenoble.
13 março — O Tirano está agora em Lyon. Medo e Terror tomam a todos pela sua aparição.
18 de março — O Usurpador aventurou a aproximar-se da capital dentro de 60 horas de marcha.
19 de março — Bonaparte está avançando em marcha forçada, mas é impossível que possa chegar a Paris.
20 de março — Napoleão vai estar dentro dos limites de Paris amanhã.
21 de março — O Imperador Napoleão está em Fountainbleau.
22 de março — Ontem à noite, Sua Majestade o Imperador fez sua entrada pública e chegou às Tulherias. Nada pode deter o General.
[bs-quote quote=”Como não dão conta de entender a cabeça do brasileiro, tentam impor seus valores e visão de mundo a fórceps, todos rejeitados pelas urnas nesse domingo histórico para o Brasil. Por isso, PT, seus puxadinhos, jornalistas ‘progressistas lacradores’ e a grande imprensa em geral foram os maiores derrotados destas eleições” style=”default” align=”right” author_name=”CLEBER TOLEDO” author_job=”É jornalista e editor do CT” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/02/CTAdemir60.jpg”][/bs-quote]
A grande imprensa brasileira e os artistas “globais” são os maiores derrotados destas eleições. Foram suplantados pelas redes sociais. No passado, com a manipulação da informação e de pesquisas, decidiam quem deveria ganhar a eleição. Quem não se lembra da famosa edição que a Globo fez do último debate entre Collor e Lula em 1989? Uma cafajestagem que, num cenário de disputa acirrada, tirou votos do petista e levou para Collor os indecisos.
Na época não havia redes sociais. Os brasileiros eram reféns da grande imprensa. Ao que ela dizia não era possível o contraditório. O mundo mudou e os veículos de comunicação precisam estar muito atentos ao que divulgam. Rapidamente os abusos são denunciados e os factóides desmentidos.
Caso, por exemplo, do factóide das fake news em massa que estariam sendo pagas por empresários como Luciano Hang, da Havan. A Folha da S.Paulo esqueceu o suposto apartidarismo que prega e se tornou o maior veículo de campanha eleitoral anti-Bolsonaro. A coluna teve o cuidado de ver diariamente suas capas. É impressionante o grau de tentativa de desconstrução. Talvez, e isso não só para a Folha de S.Paulo, nunca se viu a grande mídia tão engajada contra uma candidatura como nesta campanha contra o capitão.
Nesta fake news com trejeitos de jornalismo sobre um suposto fake news em massa, para o qual foi escalada para a produção uma petista declarada, a Folha abusou da inteligência de seus leitores. Não há um fato que comprove qualquer ligação da suposta compra de pacotes de disparo em massa com a campanha de Bolsonaro. Não consegue provar sequer se houve mesmo essa compra com a finalidade eleitoral. Criticada e chamada a provar, apresentou um documento raso que se referia à campanha de Geraldo Alckmin (PSDB).
A questão não é um jornalismo crítico, o que é necessário e saudável para a democracia, levando às cordas todos os candidatos, jogando luz em suas contradições, em suas propostas e biografias. O que se viu foi uma militância partidária pura e simples.
Como a coluna falou em outras oportunidades, o PT, seus puxadinhos e essa grande imprensa engajada nunca entendeu o pensamento do brasileiro médio. Ele é conservador nos costumes, liberal na economia, sonha com um país desenvolvido, não quer igualdade na miséria (como pregam os socialistas), mas na riqueza; defende que a educação sexual de seus filhos cabe a eles, não à escola, que deve se preocupar em formar seus alunos para o vestibular e depois, na universidade, para o mercado de trabalho, não para serem black blocs, como ocorre hoje, com o magistério infestado pelo pensamento esquerdista.
Lembro-me de um debate na Globo News, num programa vespertino repleto dos jornalistas “progressistas inteligentinhos lacradores”. O tema do “debate” era a redução da maioridade penal. Não era debate, na verdade, porque não havia o contraditório, só pensamento único: contra a redução.
Fizeram por horas sua apologia, ignorando as vítimas e vitimizando os bandidos “di menor”, enquanto o público votava numa enquete para dizer se era contra ou favorável que os bandidinhos, a partir de 16 anos, respondessem como adultos por seus crimes. Ao final, ficaram com cara de pastel ao constatar que mais de 70% do público, mesmo com a ladainha “progressista lacradora” deles, era favorável à redução. Um olhava para o outro embasbacados e não sabiam como explicar que os telespectadores tiveram a audácia de rejeitar suas teses cosmopolitas em voga na 5ª Avenida, em Nova York, e nos cafés da Champs–Élysées, em Paris. Inaceitável!
Essa gente não percebe que fala para os seus, não para os outros. A mensagem deles é dirigida às minorias que representam, não à maioria da população que pensa diferente. E, claro, se pensa diferente, então, só há uma explicação possível: são fascistas, machistas, homofóbicos, misóginos e todo o elenco desses impropérios “progressistas inteligentinhos lacradores”.
Como não dão conta de entender a cabeça do brasileiro, tentam impor seus valores e visão de mundo a fórceps, todos rejeitados pelas urnas nesse domingo histórico para o Brasil. Por isso, PT, seus puxadinhos, jornalistas “progressistas lacradores” e a grande imprensa em geral foram os maiores derrotados destas eleições.
A minoria precisa ser respeitada, deve ter seus direitos garantidos. Não este o ponto. A questão é que não podem impor que a maioria se ajuste ao pensamento e ao estilo de vida da minoria. O brasileiro médio é formado por gente de bem, que repudia a violência a quem quer seja, defende a paz, acredita em Deus (outro valor que os progressistas tiram do debate, e, com isso, o esvazia).
Governo, numa democracia, é da maioria. É uma tese que os “inteligentinhos lacradores” também não aceitam. Problema deles. Democracia é governo da maioria sobre a minoria, respeitando-se os direitos desse último grupo, mas ele não pode ditar como os demais devem viver. Foi nessa inversão louca que o Brasil viveu os últimos anos.
O brasileiro médio se solidariza com injustiças sociais mundo afora, mas sabe das do seu país. Assim, não quer financiar ditaduras de esquerda, construir lindos BRTs nos países da companheirada do Foro de São Paulo, enquanto por aqui um bando de corruptos só rouba e não consegue terminar as obras. Quer uma política econômica com responsabilidade fiscal, não com os olhos fixos nas próximas eleições para manter o poder a qualquer custo.
Esse cidadão cansou de ficar refém da minoria, não quer ver seus valores jogados na ilegalidade, na jocosidade dos “progressistas inteligentinhos lacradores”, mas que sejam respeitados e garantidos. Portarias e decretos não mudam a cultura e a moralidade. Esse estupro que a esquerda tentou fazer foi um das principais causas da derrota desse domingo.
A vitória de Bolsonaro, um presidente eleito através da campanha mais barata da história do Brasil, com mobilização espontânea das redes sociais, trancado dentro de casa depois de sofrer atentado de um militante de esquerda, insuflado pela mesma grande mídia hoje fragorosamente derrotada, é resultado justamente de uma esquerda e de “progressistas inteligentinhos lacradores” que não tiveram a preocupação de entender o que o brasileiro médio pensa e quer.
Foi esse cidadão que se impôs nesse domingo e que apoia as propostas reformadoras dos costumes e da educação de seu líder maior, o presidente eleito Jair Messias Bolsonaro.
Se ele vai dar conta, se conseguirá vencer a histeria da esquerda e de seus porta-vozes na mídia, não se sabe. Agora, pela vitória expressiva, o que não vai lhe faltar é apoio de parte maciça do povo brasileiro.
CT, Palmas, 29 de outubro de 2018.