Domingo, 24, chega ao fim a eleição mais fria da história deste Estado. O eleitor não se sentiu motivado pelo processo eleitoral suplementar, as ruas não indicam que vivemos a “festa da democracia”. Nem sinal. A vida segue paralela a este pleito como ele não existisse. O resultado disso veremos no início da noite de domingo, com, possivelmente, o maior número de abstenções que o Tocantins já viu.
A despeito do que sairá das urnas, os pré-candidatos de outubro, ainda que silenciosamente, já se movimentam para ganhar a musculatura de que precisarão para enfrentar o vencedor desta suplementar.
O ex-juiz, advogado e grande novidade da disputa, Márlon Reis (Rede), recomeça suas andanças pelo Tocantins neste final de semana. Um dos idealizadores da Lei da Ficha Limpa, que fez muitos “clientes” em território tocantino, Márlon conseguiu incríveis quase 57 mil votos, superando os tradicionais Vicentinho Alves (PR) e Kátia Abreu (PDT) nos maiores colégios eleitorais — Palmas, Araguaína e Gurupi. A votação expressiva dele contribuiu para tirar do segundo turno o ex-prefeito da Capital Carlos Amastha (PSB).
[bs-quote quote=”O nome novo das eleições de outubro será o homem do presidenciável Jair Bolsonaro (PLS-RJ) no Tocantins, o promotor e ex-secretário estadual de Segurança Pública, César Simoni (PSL), que promete bons debates nos próximos meses” style=”default” align=”right” author_name=”CLEBER TOLEDO” author_job=”É jornalista e editor do CT” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/02/CTAdemir60.jpg”][/bs-quote]
A expectativa é de que a votação de Márlon deve ser ainda maior em outubro, já que a suplementar permitiu que ele se tornasse conhecido de todos os tocantinenses. Além disso, empunha a bandeira da moralidade com autoridade, ao contrário dos que “parecem mas não são”. Por fim, haverá maior engajamento nas disputas a partir de agora com a entrada dos candidatos a deputado estadual e federal, o que despertará atenção da sociedade para as eleições, reduzindo, consequentemente, os brancos, nulos e abstenções.
Amastha tem o desafio de segurar a língua e os dedos, deixar de lado seu falso moralismo, porque que já há boas histórias a seu respeito e de sua gestão para se contar, e reconhecer que precisa da “velha política” para vencer. Se conseguir dominar seus arroubos puritanos pouco convincentes e conseguir agregar, será um forte candidato. Tem uma gestão elogiável, facilidade de comunicação e um eleitorado à sua frente com forte desejo de mudança. No entanto, tem que parar com sua “síndrome de Desirée”, aquela personagem do cabaré da novela tocantinense que terminou há pouco tempo. Amastha é um bom nome para o Estado, mas precisa se repensar.
A senadora Kátia Abreu é uma incógnita. Foi muito mal no primeiro turno da suplementar, e já vinha de uma derrota moral de 2014. É uma das líderes mais qualificadas do Tocantins, com forte articulação no cenário nacional e internacional, e tem firmeza para fazer os enfrentamentos duros que o Estado não pode mais adiar, se quiser superar a profunda crise que atravessa. Mas Kátia sofre, como a coluna sempre afirmou, um profundo desgaste pessoal, que pôde agora ser quantificado com o resultado pífio que teve na suplementar.
No entanto, o partido de Kátia, o PDT, tem presidenciável, Ciro Gomes (CE), e, com certeza, deve pressioná-la a disputar as eleições de outubro. Como a coluna já pontuou, essa é uma decisão, contudo, que deve estar condicionada ao próprio resultado do segundo turno de domingo.
O nome novo das eleições de outubro será o homem do presidenciável Jair Bolsonaro (PLS-RJ) no Tocantins, o promotor e ex-secretário estadual de Segurança Pública, César Simoni (PSL), que promete bons debates nos próximos meses. Ele decidiu não disputar a suplementar, mas agora já se movimenta pelo Estado.
O procurador da República Mário Lúcio Avelar (Psol), que esteve nesse primeiro turno, disse à coluna que ainda analisa o cenário para decidir se vai disputar.
Outros nomes podem surgir, mas, reforçando, a configuração de outubro passa necessariamente pelo que vai sair das urnas no domingo.
É aguardar, então, para conferir.
CT, Palmas, 21 de junho de 2018.