O Brasil vai dar um grande mergulho no escuro com a já mais do que palpável vitória do candidato do PSL, Jair Bolsonaro, para a Presidência da República. Isso significa que, além das intempéries estaduais, a saída para a crise do Tocantins, mais do que nunca, dependerá desse cenário nacional de total incógnita. Consequentemente, a união da bancada federal com o governador Mauro Carlesse (PHS) nunca foi tão importante como neste momento de incerteza.
[bs-quote quote=”Não tem sentido que num Estado que apresenta fragilidades da magnitude que todos conhecemos seus congressistas ajam movidos por vaidades pessoais, interesses eleitorais futuros pequenos e se recusem a estender a mão não a um governo, mas, sim, a uma população” style=”default” align=”right” author_name=”CLEBER TOLEDO” author_job=”É jornalista e editor do CT” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/02/CTAdemir60.jpg”][/bs-quote]
Dessa forma, a volta da senadora Kátia Abreu (PDT) a um evento dos congressistas tocantinenses é uma sinalização muito positiva para o Estado. Desde a eleição do filho dela, o deputado federal Irajá Abreu (PSD), para o Senado, no dia 7, via-se aqui e ali uma enorme preocupação sobre a possibilidade de aquela Casa se fechar para o Tocantins num momento em que ele mais vai precisar dela. Assim, a expectativa geral é de que essa demonstração de Carlesse e Kátia de boa vontade para o diálogo signifique que o interesse público prevalecerá sobre as questões paroquianas e disputas eleitorais de médio e longo prazos.
Kátia não participava de um evento da bancada havia muito tempo. Rompida com o então governador Marcelo Miranda (MDB), ela não foi sequer ao jantar que o senador Vicentinho Alves (PR) ofereceu em março do ano passado em sua residência em Brasília ao presidente Michel Temer, de quem a senadora também está afastada.
Além da presença de Kátia no jantar de Carlesse em Brasília, o encontro dos dois na chácara da senadora, na segunda-feira, 15, é uma boa notícia. Aliados contam que a parlamentar se empolgou com o ânimo que viu e com o que ouviu do governador.
O país, tudo indica, deve ser tomado por imensas turbulências na política nacional nos próximos meses. A bancada federal precisará se fechar em torno do Tocantins em bloco, sem qualquer fresta que permita que as ventanias externas tragam complicações ainda mais sérias para uma crise interna de contornos já suficientemente complexos.
Não tem sentido que num Estado que apresenta fragilidades da magnitude que todos conhecemos seus congressistas ajam movidos por vaidades pessoais, interesses eleitorais futuros pequenos e se recusem a estender a mão não a um governo, mas, sim, a uma população.
A coluna sempre ressalta que a maior crise que o Brasil e o Tocantins vivem é de líderes à sua altura. A definição do segundo turno dessas eleições, da forma como se operou, com o PT só pensando no PT e não no País, por si só, é prova cabal disso.
Dessa forma, este é o melhor momento para nossos congressistas e também para o governo do Tocantins mostrarem que estão à altura de um Estado que está com sede de reencontrar o caminho de desenvolvimento.
O bom diálogo de Carlesse e Kátia nesses últimos dias é sinal de que ambos têm a compreensão da conjuntura, dos desafios que se levantam diante do Tocantins e da necessidade de colocar o interesse público acima de qualquer divergência.
Que assim seja.
CT, Palmas, 18 de outubro de 2018.