O maior derrotado do primeiro turno da eleição presidencial foram os grandes institutos de pesquisa. Por erro ou má-fé. Não coloco um mindinho sequer no fogo por eles. O Tocantins que o diga. É a vítima de sempre de golpe de alguns dos principais institutos brasileiros, que chegam aqui travestidos de “credibilidade”, capital que usam para fraudar a democracia, às barbas dos órgãos de controle, que não fazem nada. A impressão é que essa omissão é por puro medo de peitar os grandes grupos de comunicação, que patrocinam e lucram alto com essas falcatruas há muitos anos.
[bs-quote quote=”Aos aliados de Bolsonaro no Congresso também interessa um resultado apertado. Se o capitão for eleito com fortíssimo apoio popular, a margem de negociatas se reduz. Não poderão chegar nele com a ‘faca no pescoço’. Com um presidente forte, terão que se submeter a ele” style=”default” align=”right” author_name=”CLEBER TOLEDO” author_job=”É jornalista e editor do CT” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/02/CTAdemir60.jpg”][/bs-quote]
De toda forma, esses institutos foram incapazes de captar a movimentação em massa dos eleitores, fenômeno que não é verdade que se deu só no final de semana do primeiro turno. Começou bem antes. Percebo os resultados equivocados da véspera da votação como canalhice. Agora, se for, erro, então, esses institutos precisam rever sua metodologia, porque está mais do que ultrapassada.
Parece que a coisa tende a se repetir neste segundo turno. Domingo, 28, veremos. À medida que a grande mídia vai repercutindo, com toda pirotecnia, os factóides da campanha do PT, os institutos de pesquisa vão se esforçando para tentar reduzir um ou outro ponto a diferença entre os dois candidatos, para gerar esperança aos militantes de Fernando Haddad. Os principais veículos de comunicação do País ficam por dias repisando um mesmo tema contrário a Jair Bolsonaro, e deleta rapidinho de suas capas e chamadas aqueles episódios desfavoráveis ao petista, como o caso da perturbada que se automutilou com a suástica e colocou a culpa em bolsonaristas.
Na época da denúncia da maluca, a grande imprensa ficou por dias com insinuações contra o capitão. Quando a sandice foi desvendada, todos os veículos deram uma nota seca e consideraram o assunto encerrado. Os meios de comunicação brasileiros estarão entre os principais derrotados das eleições de domingo, vencidos pelas redes sociais.
De toda forma, o fato é que, mesmo considerando o Datafolha, a conclusão é que a distância entre Haddad e Bolsonaro é de 12 milhões de votos. Como a eleição é depois de amanhã, logo, game over.
O PT sabe que, como bem disse o presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro — sem ter outra saída, já que isso é óbvio demais para quem tem a mínima capacidade de raciocínio —, só um tsunami impedirá Jair Messias Bolsonaro de ser o próximo presidente da República. Por isso, a estratégia agora não é virar, uma esperança que só anima os malucos apaixonados. A questão neste momento é perder por uma diferença menor.
Um resultado mais estreito interessa à oposição e aos futuros aliados do novo comandante do País. Com Bolsonaro chegando ao Palácio do Planalto com uma votação acima de 60% será um presidente muito forte. Isso significa maciço apoio popular, o que obrigará PT e puxadinhos a se calarem, torcerem para o governo se desgastar e só então começarem sua conhecida histeria.
Aos aliados de Bolsonaro no Congresso também interessa um resultado apertado. Se o capitão for eleito com fortíssimo apoio popular, a margem de negociatas se reduz. Não poderão chegar nele com a “faca no pescoço”. Com um presidente forte, terão que se submeter a ele. Um presidente fraco, com margem de vitória apertada, vira refém dos crápulas que sempre usam o mandato para fazer negócios com a coisa pública.
Foi o que ocorreu com a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2014. Chegou ao segundo mandato com uma margem mínima de vantagem, o que dividiu o País. Foram 51,64% para ela contra 48,36% para o tucano Aécio Neves. Logo estava toda chamuscada, com um Congresso de inescrupulosos tentando sugar tudo o que podia de um governo fraco.
Assim, a discussão agora não é se Bolsonaro vai ser eleito ou não no domingo. Isso é um debate superado. O capitão será presidente do Brasil. Reforço que não vejo esse fato com nenhum otimismo. Falta a ele predicados para ser um grande presidente da República. Mas do outro lado está o PT, que remete ao populismo que levou o Brasil à maior crise de sua história, trazendo o fantasma da inflação de volta e jogando 14 milhões de brasileiros no desemprego. Não dá.
Que Deus tenha misericórdia de nós.
CT, Palmas, 26 de outubro de 2018.