É lamentável o episódio do atentado à faca contra o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). Foi o ápice do clima de intolerância política que domina o Brasil desde a truculenta campanha do PT para reeleger Dilma Rousseff em 2014. Antes mesmo disso, já na reeleição do ex-presidente e hoje presidiário Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, os petistas passaram a dividir o País entre “nós e eles”, quando a denúncia do Mensalão assombrava os principais líderes do partido, inclusive ameaçava a conquista do segundo mandato pelo cadeeiro.
Antes tínhamos o povo brasileiro. Apenas. A partir da adoção do discurso do “nós e eles”, o PT dividiu o Brasil e semeou o ódio que floresceu sombrio e pariu Jair Bolsonaro. Tratava-se de um deputado federal de discurso radical pró-ditadura, visto tão somente como um espécie de bufão da Câmara, sem qualquer expressão. Bolsonaro nunca foi alguém para ser levado a sério. No máximo provocava risos nos galhofeiros e horror nos mais puristas, mas logo era esquecido.
[bs-quote quote=”Sem qualquer respeito pelo Brasil submetem a Nação ao ridículo de ter um bandido encarcerado como candidato a presidente da República. Como um PCC ou Comando Vermelho, o PT passou a ser chefiado de dentro da carceragem. Uma vergonha, uma completa indecência” style=”default” align=”right” author_name=”CLEBER TOLEDO” author_job=”É jornalista e editor do CT” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/02/CTAdemir60.jpg”][/bs-quote]
Quando o PT veio com o discurso divisionista, a semente de ódio que jogou foi germinando, se espalhando e gerou um imenso campo lúgubre. Foi com o ódio que destruiu o projeto de Marina Silva (Rede) de chegar ao segundo turno em 2014, numa das campanhas mais baixas contra uma candidata de uma história de vida exemplar — mulher, negra, de alfabetização tardia, de origem humilde e que venceu os mais terríveis obstáculos para chegar onde está. Foi uma das estratégias mais desumanas de todas as eleições brasileiras.
Insistindo no discurso de ódio e no divisionismo, o PT chegou à Presidência com Dilma Roussef, num país totalmente mergulhado na perversão do “nós e eles”. Já não era mais um só povo e uma só nação. Mas grupos que se odiavam. Quase todos fomos contaminados de uma forma ou de outra por esta energia negativa com a qual o PT, com apoio cego de quase toda a esquerda, impregnou o Brasil.
Sob este clima, precisou não mais do que um só estalo até alçar uma figura insignificante como Bolsonaro ao status de “mito” de parte da população que queria materializar seu ódio em ação política.
O PT e seu campo ideológico querem agora se mostrar perplexos diante do quadro odiento que eles mesmos pintaram ao longo dos últimos anos. Mais um gesto da má-fé que os caracteriza. Faltaram espírito público e responsabilidade com o País, no intento de conseguir o poder pelo poder.
A mesma irresponsabilidade que demonstram agora com a democracia, ao tentar deslegitimar o processo eleitoral, atacando de forma vil o Judiciário, Ministério Público e imprensa, tentando impor sua sede de poder aos gritos de uma histérica como sua presidente, Gleisi Hoffmann (PR), e outros seres perturbados.
Sem qualquer respeito pelo Brasil, submetem a Nação ao ridículo quando insistem em ter um bandido encarcerado como candidato a presidente da República. Como um PCC ou Comando Vermelho, o PT passou a ser chefiado de dentro da carceragem. Uma vergonha, uma completa indecência.
Quanto a Bolsonaro, para usar termos que lhe são usuais, só tem uma bala na agulha. Ou vence em primeiro turno, ou perde a eleição para qualquer um. A preocupação de todo cidadão de espírito público elevado é que esse, literalmente, qualquer um seja um poste do cadeeiro. Infelizmente o brasileiro é fissurado pelo populismo, pelos atalhos que levam ao caos, nunca ao efetivo desenvolvimento.
Se vencerem, virão com muito mais ódio do que antes, contra a imprensa, Judiciário e Ministério Público, todos os que se colocam contra seus projetos de domínio pela exploração da miséria, de aparelhamento da máquina pública e do financiamento escuso de que se utilizam para se perpetuar no poder.
O Brasil vive um dos momentos mais sombrios de sua história.
CT, Palmas, 11 de setembro de 2018.