Um grupo de deputados estaduais está falando a este colunista de sua preocupação com a situação do Estado. Aponta para a situação dos hospitais, ainda desfalcados com as dispensas de servidores no início do ano, bem como o Detran. É legítima essa preocupação, afinal, os deputados são os representantes da população.
[bs-quote quote=”O sucesso da gestão é também o dos deputados que a apoiam, e esse sucesso depende, em larga medida, da time que vai trabalhar na administração do Estado” style=”default” align=”right” author_name=”CLEBER TOLEDO” author_job=”É jornalista e editor do CT” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/02/CTAdemir60.jpg”][/bs-quote]
A coluna já colocou algumas vezes que acha que o governo exagerou nas exonerações ao incluir a saúde de forma indiscriminada. No entanto, os ajustes estão ocorrendo e a situação deve se normalizar. Nas demais áreas, tinha que ser feito como foi mesmo. Agora, da mesma forma, coisas vão se ajustando. É impossível um ajuste desta magnitude sem chiadeira, plenamente natural.
O governo editará nesta semana a Medida Provisória que definirá a nova estrutura do Estado. Neste momento todos os cargos em comissão estão de forma temporária. A situação vai se definir a partir desta MP, quando o novo governo vai, enfim, mostrar a sua cara.
Então, como palacianos têm afirmado, o governador Mauro Carlesse (PHS) chamará a classe política para dar a contribuição na montagem do novo governo. E é aí que será testada a determinação do Palácio em não refluir e manter o Estado enquadrado à Lei de Responsabilidade Fiscal.
Daí a importância daquilo que se tem dito: que o governo vai extinguir todos os cargos que não quer ver preenchido. Com isso, vai aliviar a pressão que virá para voltar a fazer do Estado um cabide-de-emprego de cabos eleitorais. O contribuinte tocantinense não pode mais continuar pagando imposto para remunerar aqueles cujo único objetivo é fazer campanha permanente para seu padrinho na máquina pública.
Assim, se os deputados querem mesmo contribuir com este momento difícil do Estado, a primeira medida é não meter a “faca na garganta” do governador para que empregue os cabos eleitorais deles. A colaboração com pessoal pela base é também legítima, afinal, um governo é tocado por um grupo, não por uma pessoa. Mas essa participação tem que se dar com a indicação de quadros qualificados para área, porém, deixando o governo à vontade para a montagem da equipe. Afinal, o sucesso da gestão é também o dos deputados que a apoiam, e esse sucesso depende, em larga medida, da time que vai trabalhar na administração do Estado.
Outra contribuição fundamental dos parlamentares deve ser sobre as malditas emendas. Que não se repita neste governo o condicionamento da votação de matérias à liberação dessas emendas, como ocorreu o tempo todo no governo Marcelo Miranda (MDB).
Sobretudo, que não se destine recursos de um Estado em crise para shows e eventos. Isso é uma indecência, e, justamente por isso, vibramos com a iniciativa da Polícia Civil de investigar a destinação desses recursos. Desse saco, vão sair cobras e lagartos inimagináveis.
Se a nova legislatura cuidar de cumprir pelo menos esses dois pontos já estará dando uma gigantesca contribuição ao momento delicado vivido pelo Tocantins.
CT, Palmas, 21 de novembro de 2019.