É algo inacreditável o que está ocorrendo com essa candidatura fake do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O PT já passou de todos os limites do tolerável, ultrapassou o limiar da liberdade e se escorou na baderna para proteger seu bandido de estimação. O partido, com essas manobras todas, desde a palhaçada de usar um desembargador “petista” para tentar livrar Lula da cadeia, só confirma o desprezo que tem pela democracia e pelas instituições.
Primeiro é importante ter muito claro em mente que Lula é hoje membro do sistema prisional brasileiro. Trocando em miúdos: é um bandido de colarinho branco, condenado a 12 anos e 1 mês de prisão por lavagem de dinheiro e corrupção passiva, um presidiário, ou o que no jargão dessa comunidade à qual ele pertence se refere como um cadeeiro. Assim, o pedido de registro de candidatura para um prisioneiro é um tapa na cara do povo brasileiro. Para admitir que Lula concorra à Presidência é preciso também aceitar uma candidatura de Fernandinho Beira-Mar e Marcola. Qual a diferença entre eles? Nenhuma.
Ainda que se livrasse da cadeia numa dessas manobras operadas pelos ministros que os governos petistas colocaram no Supremo Tribunal Federal (STF), Lula estaria inelegível de todo jeito, com base na Lei da Ficha Limpa. Ele não foi condenado apenas pelo juiz federal Sérgio Moro, mas por um colegiado do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Como tem uma decisão colegiada, de segunda instância, diga-se, está inelegível.
[bs-quote quote=”Ao contrário do que pregam os petistas iludidos ou cúmplices das manobras lesa-pátria, Lula não representa nenhuma salvação para a economia nacional, muito menos para os pobres, que sofrem no populismo com o pior imposto contra eles, a inflação” style=”default” align=”right” author_name=”CLEBER TOLEDO” author_job=”É jornalista e editor do CT” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/02/CTAdemir60.jpg”][/bs-quote]
O PT sabe disso e já preparou o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad para ser o verdadeiro candidato, quando não tiver como esticar mais essa mentira que o partido está contando para todo o Brasil. Em mentiras, o partido é o maior de todos os especialistas.
Até hoje tenta jogar na conta do governo Michel Temer a maior crise da história gerada pelo segundo governo Lula e pelas duas gestões de inepta Dilma Rousseff. Temer perdeu toda a credibilidade para administrar diante de suas escorregadas morais, o que não surpreende, tendo sido aliado dos dois governantes petistas chafurdados até a alma na corrupção. Agora essa crise profunda que vivemos, a pior da nossa história, não se deixem enganar, é fruto do populismo irresponsável do PT.
Abandonou a ortodoxia na economia que vinha mantendo o país estável, com o tripé macroeconômico de metas de inflação e superávit primário e câmbio fluente, para se aventurar no que o também inepto Guido Mantega, outro envolvido até a medula em falcatruas, chamou pomposamente “nova matriz econômica”. Simplesmente elevou a gastança do governo de forma totalmente irresponsável, gerando inflação e afugentando investidores com o aumento do déficit público. “Despesa é vida”, chegou a dizer a acéfala Dilma Rousseff numa reunião que marcou o aprofundamento da crise brasileira.
Criam uma realidade paralela sobre a condenação de Lula, tentando jogar a população contra o sistema judiciário brasileiro, contra a Polícia Federal e o Ministério Público Federal. Como observou bem a jornalista Míriam Leitão, em O Globo, esta semana, o ex-presidente e a cúpula do PT, nessa narrativa conveniente, “esquecem” de contar os detalhes. Um exemplo citado por ela: “Lula diz que ‘forças de direita tomaram o poder no Brasil’. Deixou de dizer contudo que governou com essas mesmas forças e que o atual mandatário foi vice-presidente da chapa na qual sua sucessora ganhou duas vezes as eleições”.
Sobre um texto de Lula para o jornal americano New York Times”: “O artigo de Lula publicado pelo jornal americano começa dizendo que há 16 anos o Brasil estava em crise, com seus sonhos em perigo, e o PT trouxe a esperança. Há 16 anos o Brasil tinha, na verdade, vencido a mais difícil das mazelas econômicas, a hiperinflação, tinha feito uma série de reformas e implantado uma política econômica que estabilizou a economia. A volatilidade do dólar na época foi causada pelo temor de que Lula implantasse o programa que o partido sempre defendera. Foi o compromisso, cumprido no primeiro mandato, de seguir com a mesma política econômica do governo anterior, que permitiu superar a onda de desconfiança e colher os frutos dos avanços conquistados no governo anterior”.
Assim, aproveitam da ignorância e da memória curta da população para vender seu bandido-mor populista como o “salvador da pátria”. Lula não teve nada de “salvador” do Brasil. Investiu no social num momento em que o País surfou na abundante onda internacional das commodities, puxado pelo boom da economia chinesa, nos primeiros anos de governo petista, mas não soube enxergar os riscos da crise mundial a partir de 2008, cedeu para a ala populista representada pelo inepto Mantega, tirou Henrique Meirelles do Banco Central e deu no que deu.
Já no governo Temer, o PT usou seus braços sindicais e movimentos sociais para intimidar o Congresso a sepultar a reforma da Previdência, tão fundamental para o equilíbrio das contas públicas. De outro lado, o STF anulou a decisão dos parlamentares de adiar os reajustes dos salários federais para 2019. Esses dois fatos foram decisivos para desacelerar a recuperação da economia brasileira.
Ao contrário do que pregam os petistas iludidos ou cúmplices das manobras lesa-pátria, Lula não representa nenhuma salvação para a economia nacional, muito menos para os pobres, que sofrem no populismo com o pior imposto contra eles, a inflação. O ex-presidente teve méritos, mas seus deméritos administrativos e, sobretudo, morais sobrepõem as conquistas de seu período de gestão.
Os movimentos do PT para enganar o povo brasileiro com a candidatura fake de Lula só vão contribuir para gerar instabilidade social. Na verdade, é a única que coisa o partido realmente quer: gerar o caos para faturar com ele. Se não fosse isso, se tivesse preocupação efetiva com o futuro do País, teria trabalhado para unir todo o seu campo, a esquerda, em torno de um projeto real de candidatura. Não usaria dessas operações falsetas para promover seu bandido-mor e brincar com o País.
O PT usa de especialidade: baderna, desrespeito institucional e deboche de nossa frágil democracia.
CT, Palmas, 17 de agosto de 2018.