Dirigentes partidários do Estado disseram à coluna que o pré-candidato a governador do PR, Ronaldo Dimas, não deve esperar uma posição das legendas antes do dia 7 de abril. Se depender disso, avisam, o prefeito de Araguaína não disputará a eleição de outubro.
O motivo é bastante simples e óbvio, avaliam. Neste momento, a majoritária não está no radar dos partidos que não têm candidato a governador. A preocupação única, agora, é a formação de uma chapa proporcional competitiva. Para isso, a “janela” de mudança de legenda aberta nessa quarta-feira, 7, para deputados, vai ocupar todo o tempo das cúpulas partidárias. Elas querem atrair nomes que lhes permitam atingir a cláusula de barreira, fundamental para que tenham acesso ao fundo partidário e tempo de propaganda de rádio e TV.
[bs-quote quote=”Somente depois de 7 de abril, com suas proporcionais definidas, os partidos vão se preocupar com quem apoiar para governador” style=”default” align=”left” color=”#ffffff” author_name=”Cleber Toledo” author_job=”É jornalista e editor do CT” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/02/CTAdemir60.jpg”][/bs-quote]
Além disso, as siglas querem retornar ao Congresso Nacional em 2019 com bancadas robustecidas para ter poder de influência no Parlamento e espaço no governo federal.
Assim, até 7 de abril, quando a “janela” partidária se fechará, a única preocupação é atrair nomes competitivos para a eleição de deputados federais em outubro, e também de deputados estaduais, necessários para que os partidos possam ser notados também pelo novo governo regional que surgirá das urnas em outubro.
Então, somente depois de 7 de abril, com suas proporcionais definidas, os partidos vão se preocupar com quem apoiar para governador. Ainda assim, a preocupação dessas conversas será no sentido de escolher a melhor formatação de coligação que lhes garanta plenas condições de eleger candidatos proporcionais. Ou seja, a última preocupação desses partidos será o candidato a governador em si. A prioridade é sempre a escolha de uma condição de competitividade favorável.
É o pragmatismo que o sistema político nacional impõe ao processo eleitoral. Essas metas não são estabelecidas pelos diretórios regionais, mas por suas executivas nacionais, para quem ter governador ou não ter é quase que indiferente, desde que cheguem em 2019 com uma forte bancada de deputados federais.
No frigir dos ovos, Dimas terá que decidir se vai ou não para a disputa sem contar com o apoio dos partidos antes do dia 7. Se realmente acredita em seu potencial de vitória, precisará criar condições para que os possíveis aliados possam ter competitividade e eleger o maior número possível de candidatos.
Essa é a única estratégia possível para que o prefeito de Araguaína consiga atrair partidos para apoiar seu bom nome.
Por esses motivos, a iniciativa do presidente da Câmara de Araguaína, Marcus Marcelo (PR), de subir à tribuna para reclamar da indiferença dos partidos, foi vista como um enorme erro, que não poderia ter sido cometido nesta altura do campeonato.
CT, Palmas, 8 de março de 2018.