A nova Mesa Diretora da Assembleia do Tocantins iniciou seus trabalhos sintonizada com o esforço do Executivo para reenquadrar o Estado às práticas mais básicas e de bom senso da gestão pública. É, assim, muito bem-vindo o projeto de resolução que extingue 360 cargos de assessoramento parlamentar, com economia mensal de R$ 500 mil para os contribuintes tocantinenses.
[bs-quote quote=”O projeto de resolução da Mesa é um avanço, que deve servir de referência para os legislativos municipais de todo o Estado” style=”default” align=”right” author_name=”CLEBER TOLEDO” author_job=”É jornalista e editor do CT” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/02/CTAdemir60.jpg”][/bs-quote]
A coluna já havia defendido que faltava a AL dar sua contribuição ao difícil momento que o Tocantins atravessa, cortando na própria carne. A ação civil do Ministério Público Estadual (MPE) mostra o quanto isso é necessário: dos 1.713 cargos providos, 1.498 são de assessores parlamentares e míseros 220 cargos efetivos. Uma total, absoluta e incompreensível insanidade e imoralidade.
Por isso, a gestão comandada pelo deputado Antônio Andrade (PHS) começa muito bem, denotando disposição de adequar o Legislativo ao novo momento em que o Estado vive, de responsabilidade fiscal, de comprometimento com o futuro do Tocantins, em nos tirar do atoleiro em que nos colocaram nos últimos anos.
Agora é preciso aprofundar ainda mais esse corte, extirpando o malfadado auxílio-moradia de R$ 3,8 mil que cada um dos 19 deputados da legislatura passada recebiam. O auxílio-moradia não tem qualquer sentido. Os salários que os contribuintes pagam a eles são mais do que o suficiente para que morem com dignidade em Palmas. E ainda sobra muito dinheiro, que, com certeza, se somará à renda que os parlamentares já possuem. Afinal, a profissão deles não é ser deputado. Cada um tem sua carreira e tira o devido sustento dela.
De toda forma, o projeto de resolução da Mesa é um avanço, que deve servir de referência para os legislativos municipais de todo o Estado. Palmas também enfrenta ação do MPE semelhante à da AL. A Câmara conta com 328 comissionados, dos quais 192 são de assessores parlamentares e míseros 49 servidores efetivos.
O novo presidente, Marilon Barbosa (PSB), também pareceu sintonizado com os novos tempos ao anunciar que, concluída a posse dos 44 concursados, fará estudos sobre reais necessidades do Legislativo, com o objetivo de cumprir a decisão judicial que determina o enxugamento do número de cargos comissionados até o dia 1º de agosto.
Que o exemplo se espalhe por todo o Tocantins. Não há dúvida de que a responsabilidade fiscal dos políticos estará cada dia mais na pauta de debates dos eleitores e passará a ser decisivo para a impulsionamento e para o fim de carreiras por todo o Estado.
É esta a nossa torcida, e se precisar dar uma força para uma ou outra situação, daremos. Com certeza.
CT, Palmas, 7 de fevereiro de 2019.