O colégio de Palmas somava até o dia 30 de maio 174.836 eleitores. Se crescer mais 14,4% em um ano, ou seja, se mais 25.164 pessoas se alistarem, a Capital terá segundo turno pela primeira vez, já que a exigência para isso é que existam pelo menos 200 mil votantes. Com segundo turno, a previsão do meio político é de que haja um número recorde de candidatos a prefeito.
[bs-quote quote=”Com segundo turno, os partidos podem se arriscar mais, irem para a disputa e empurrar os acordos com os candidatos mais competitivos para depois do final do primeiro turno” style=”default” align=”right” author_name=”CLEBER TOLEDO” author_job=”É jornalista e editor do CT” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/02/CTAdemir60.jpg”][/bs-quote]
Sem segundo turno, as negociações tendem a ocorrer já nas convenções, principalmente a composição de um futuro governo. Os partidos menores não ousam arriscar tanto e são obrigados a ceder mais cedo à pressão das legendas mais fortes.
Com segundo turno, os partidos podem se arriscar mais, irem para a disputa e empurrar os acordos com os candidatos mais competitivos para depois do final do primeiro turno, quando os dois finalistas das eleições precisam aglutinar o máximo de força para agregar a seus votos os do que eram até então adversários.
Foi o que ocorreu na eleição suplementar do ano passado que decidiu o substituto do ex-governador Marcelo Miranda (MDB), cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Foram sete candidatos, dos quais cinco competitivos, com Mauro Carlesse e Vicentinho Alves passando para o segundo turno.
Por isso, a leitura que o meio político faz neste momento é de que, se as eleições da Capital no ano que vem contarem com segundo turno, o número de candidatos a prefeito será recorde. Só numa lembrança rápida dos nomes mais conhecidos é possível contar 12 possíveis postulantes: a prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB), o vice-governador Wanderlei Barbosa (PHS), o deputado federal Eli Borges (SD), o ex-prefeito Raul Filho (sem partido), o deputado estadual Júnior Geo (Pros), o ex-deputado estadual Marcelo Lelis (PV), o vereador Tiago Andrino (PSB), o empresário Fabiano do Vale, o ex-senador Ataídes Oliveira (PSDB) — a briga partidária com Cinthia, claro, terá que ser resolvida —, o ex-juiz Márlon Reis (Rede), o ex-deputado estadual Sargento Aragão (Patriota) e o ex-deputado federal Antônio Jorge (PSL). Mas há muitos outros nomes que dizem ter interesse, mas essa lista é só para ficar nos mais conhecidos, o que não significa que todos vão sair. Alguns podem dar oportunidade para outros companheiros de legenda, caso do Patriota, por exemplo. Há quem, ainda que garanta estar em condições, é dúvida do ponto de vista judicial, casos de Lelis e Raul.
Mas o interessante desta lista é que é composta por nomes de significativa penetração na sociedade, o que pode torná-los competitivos.
Mas quem lucra com uma extensa lista de pré-candidatos? Os nomes com mais estrutura para montar uma campanha competitiva, casos da prefeita Cinthia e do vice-governador Wanderlei Barbosa. No entanto, por óbvio, a própria viabilidade deles passa pelo desempenho de seus governos.
De toda forma, a estrutura da máquina sempre é um grande diferencial, primeiro pela enorme rede de serviços de atendimento à população que possui e pela capacidade de empregar os aliados de cabos eleitorais estratégicos para uma disputa eleitoral.
No entanto, sempre é bom que se repita, ninguém ganha eleição por antecipação. As disputas de 2012 que o digam, quando um outsider, Carlos Amastha, derrotou toda a cúpula da política tocantinense. É verdade que o contexto era outro e o eleitor foi por exclusão ao ver os palanques montados pelo caciquismo de sempre.
Em 2020 será diferente? Pode ser que sim, pode ser que não. Depende do desempenho, como já afirmado, do governo do Estado e da Capital nos próximos 12 meses.
CT, Palmas, 17 de junho de 2019.