Decepcionou-se quem esperava debates prolongados e tensos em torno do julgamento dos embargos do governador Marcelo Miranda (MDB) e da vice-governadora Cláudia Lelis (PV), na noite dessa terça-feira, 17, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em menos de 30 segundos, o presidente da Corte, ministro Luiz Fux, colocou o tema em debate e encerrou a questão, rejeitando os embargos e mantendo a cassação.
Agora os holofotes voltam-se novamente para o Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins (TRE-TO) e para a eleição suplementar que definirá o governador que vai encerrar o mandato iniciado em janeiro de 2015. De todas as tragédias que abateram o Estado com essa cassação, pelo menos agora, com a questão resolvida no TSE, podemos nos reconstruir sob os escombros, ainda que hajam recursos ao Supremo Tribunal Federal (STF).
[bs-quote quote=”Precisamos de um líder que, antes de mostrar para onde devemos ir, possa nos lembrar de onde viemos, quem somos e o quanto podemos avançar e crescer” style=”default” align=”left” color=”#ffffff” author_name=”Cleber Toledo” author_job=”É jornalista e editor do CT” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/02/CTAdemir60.jpg”][/bs-quote]
Então, mais uma vez, faz-se necessário chamar a atenção dos líderes. Nestes momentos de extrema dificuldades que eles mais precisam mostrar grandeza, virtude que falta em nossos tristes dias. Na verdade, esta é a maior das crises do Brasil, a de liderança. Temos uma geração com foco demais no Poder pelo Poder, que busca pela glória fácil e a construção do patrimônio pessoal, e não demonstra nenhuma preocupação prática e efetiva em deixar um legado imaterial, para que a história lhe reserve um capítulo à parte como estadista, como alguém que, de fato, contribuiu com o desenvolvimento econômico, social e cultural. Nada disso. Querem tão somente se servir do Poder.
É com este plantel, que carrega exatamente esta cultura política, que o Tocantins precisa atravessar a mais grave crise de sua história. Aos desarranjos econômicos, frutos dos desequilíbrios nacionais que complicam ainda mais a construção socioeconômica de um Estado novo e do esquecido Norte do Brasil, se soma este tsunami político que nos engolfa.
Este momento de tristeza e de desânimo mais do que nunca exige um líder capaz não de fazer estrepolias em redes sociais, que topa tudo por 15 minutos de fama, com um espetáculo verborrágico fácil, demagógico e irresponsável; de provocações e denuncismo barato, aguçando ainda mais um espírito derrotista que tenta a todo custo neste momento nos levar à lona. Queremos um líder capaz de nos mostrar a luz, que erga a cabeça do nosso povo, lembrando-o que somos um Estado lindo e uma gente trabalhadora, e que só precisamos disso para aprender com o passado, reconstruir nosso presente e conquistarmos o futuro.
É fácil atacar que tem a difícil missão de preparar a transição em meio a tanto tormento. É fácil se colocar como única solução possível quando o povo está perplexo, desesperançado, em busca de qualquer luz que o tire de toda esta escuridão e propenso, portanto, a aceitar qualquer promessa malabarista de vulgares “salvadores da pátria”. Este não é o líder que buscamos, apenas mais um oportunista.
Precisamos de um líder que, antes de mostrar para onde devemos ir, possa nos lembrar de onde viemos, quem somos e o quanto podemos avançar e crescer. Alguém que aponte caminhos, mas, sobretudo, resgate nossos sonhos e ilumine nossas almas.
Acima de tudo, o momento clama por amor ao Estado. Não aquele amor do discurso demagógico e meramente eleitoreiro, mas prático e até sacrificial. Capaz mesmo de ceder em nome da coletividade, se ela com isso se beneficiar. Em que essa terra, da qual todos e tanto dependemos, possa realmente ser colocada acima de interesses pessoais e partidários.
Em suma, nosso Tocantins precisa mais do que nunca de um líder que esteja à sua altura.
Que Deus o levante. Esta é a nossa súplica.
CT, Palmas, 18 de abril de 2018.