Apesar de ter nomeado no comando de uma pasta um político com contas rejeitadas pela Câmara da cidade dele; de estar prestes a colocar numa secretaria outro que deixou o Paraná acusado de corrupção passiva qualificada pelo Ministério Público daquele Estado, de pedir a suspeição de um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) por investigar demais a sua gestão e de estar indiciado pela Polícia Federal por corrupção passiva, associação criminosa e excesso de exação (cobrança sem base legal) pela Operação Nosotros, o prefeito licenciado de Palmas, presidente em exercício da Frente Nacional de Preitos (FNP) e pré-candidato a governador do PSB, Carlos Amastha, garantiu em visita a Gurupi nesta sexta-feira, 2: “Orgulhosamente sou um político, sim, mas um político diferente desse povo aí”.
Durante a visita à cidade, o grupo de Amastha retirou o PSB da base do prefeito Laurez Moreira e o passou para as mãos do ex-emedebista e ex-vereador Kita Maciel.
Em reunião com líderes religiosos na manhã desta sexta-feira, 2, em Gurupi, Amastha chamou de notícias falsas as informações de que ele não gosta de político. “É mentira. Como não vou gostar de mim, que sou político. Eu não gosto é dessa prática da velha política”, afirmou.
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O pré-candidato não poupou críticas ao adversário e governador Marcelo Miranda (MDB): “Uma coisa é certa. O Marcelo Miranda é o governador mais democrático que eu já conheci. Detonou todos os municípios do Tocantins, não deixou nenhum de fora”, ironizou.
Ele contou, então, das queixas que ouviu de moradores do sudeste, do Bico do Papagaio e no entorno de Araguaína, onde esteve desde o início do ano. “As reclamações são gerais. O abandono é geral. Por onde passamos ouvimos e temos a prova, in loco, que o Estado está largado”, avaliou.
Transformar a vida das pessoas
O pré-candidato falou sobre o seu papel na política. “Nosso objetivo é fazer gestão, é transformar a vida das pessoas. É assim que encaramos a política. Esse é nosso papel. Nós não optamos pelo poder estritamente pelo poder. Temos uma missão e nossa equipe cumpre essa missão em Palmas. E o Tocantins? O Estado precisa mudar. Não é possível que continue desse jeito que está”, defendeu.
PSB destituído
No início da semana, o vereador de Palmas e vice-presidente regional do PSB, Tiago Andrino, o homem forte de Amastha, esteve em Gurupi com a missão de fazer com que o irmão de Laurez, Dida Moreira, entregasse o diretório da cidade.
O partido estava sob o comando político do prefeito gurupiense e continuava na base dele, apesar de Laurez ter se filiado ao PSDB em agosto do ano passado. Dida, presidente municipal, resistia em entregar, bem como o vereador André Caixeta, líder do prefeito no Legislativo. O PSB tem outros dois vereadores, o presidente da Câmara, Valdônio Rodrigues, e Cláudio do Trevo.
Andrino cumpriu a missão e conseguiu fazer o grupo entregar o diretório, com o compromisso de emitir uma carta liberando os três parlamentares da fidelidade partidária, ou seja, poderão deixar o PSB, o que vai ocorrer, sem qualquer punição. Esse acordo foi mediado pelo pré-candidato a deputado estadual e homem da confiança de Laurez, Gutierrez Torquato.
Com isso, o PSB em Gurupi volta a ser comandado pelo grupo de Amastha, que já entregou a legenda ao ex-vereador e ex-emedebista Kita Maciel. Ou ele assumirá o comando, ou entregará a alguém de seu grupo.