A senadora Kátia Abreu (PDT), candidata a vice na chapa do presidenciável Ciro Gomes, avisou que tomará a via da neutralidade em um possível segundo turno entre os candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). A informação é do jornal O Estado de S.Paulo.
“Eu não voto em nenhum dos dois. Eu não acredito em nenhum dos dois projetos, nem do Bolsonaro nem do Haddad”, afirmou Kátia, ressaltando que se trata de uma decisão é pessoal.
Perdão rápido
Conforme o jornal, a senadora tocantinense disse ainda, em tom crítico, que o perdão do PT aos partidos apoiadores do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, cassada em 2016, “foi rápido demais, em dois anos, ainda com as feridas abertas”.
Guloso
Kátia lembrou ao Estadão que o PT também a abandonou no Tocantins, onde apoiou Carlos Amastha (PSB), na eleição suplementar de junho, o que, segundo ela, “demonstra que o PT é muito guloso, sempre quer apoio para si, mas nunca quer dar apoio a ninguém”.
“Eu sou exemplo disso, Ciro Gomes também, e o PDT, que foi leal quase 100% no impeachment”, afirmou Kátia Abreu, citando o isolamento político do presidenciável pedetista, provocado graças a movimentações políticas lideradas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de dentro da carceragem da Polícia Federal, em Curitiba (PR), onde ele cumpre pena pela condenação no caso do triplex do Guarujá (SP), na Operação Lava Jato.
Teve golpe mesmo?
“Hoje o troco que o PT dá à nação é se alinhar a Ciro Nogueira, do PP, chefe do impeachment, Eunício Oliveira, que foi um dos que coordenou o impeachment, com Renan Calheiros, que até é meu amigo, mas foi a favor do impeachment. Então será que teve golpe mesmo? Agora eu tenho dúvida, porque o perdão foi bem rápido. Dois anos só, com as feridas abertas ainda. E eu perdi muito com tudo isso”, afirmou a senadora do Tocantins.
Ela disse, contudo, que não tem rancor, “mas sentimentos, sim”. E disse se sentir traída. “Só esquizofrênico, pessoa doente, que tem algum problema mental, sem as conexões afetivas adequadas, é que podem não sentir nada diante de uma traição”, afirmou Kátia, frisando que continua amiga de Dilma Rousseff, que disputa uma vaga no Senado em Minas Gerais.