O almoço dessa quarta-feira, 17, do pré-candidato a governador pelo PR, Ronaldo Dimas, com o presidente regional do MDB, Derval de Paiva, e altos dirigentes do partido é um importante passo para a construção da ampla frente suprapartidária para as eleições de 2018. Dimas já era adepto dessa tese da frente antes mesmo de definir sua pré-candidatura. Tanto que no ano passado começou uma movimentação juntamente com os prefeitos de Gurupi, Laurez Moreira (PSDB), e de Paraíso, Moisés Avelino (MDB). Depois os encontros foram ampliados com a participação de deputados e outros líderes tocantinenses.
O MDB aguarda uma posição do governador Marcelo Miranda, que avisou o partido que só se manifestará sobre a reeleição em março. Contudo, a legenda não quer esperar tanto. Como disse Derval ao CT nessa quarta: “Já não temos mais tempo para reflexão e autocrítica, não dá para protelar, agora é hora da ação”. Por isso, no dia 27, a sigla quer tirar uma posição sobre as eleições.
Derval aposta que o Tocantins terá segundo turno novamente (isso ocorreu uma única vez na história, em 1990, entre Moisés Avelino e Moisés Abraão). Porém, para isso, ele defende que será preciso haver pelo menos três candidatos competitivos, o que é muito provável que ocorra.
Além de Marcelo, com a máquina fazendo a diferença, e Dimas, com uma gestão muito bem avaliada em Araguaína, a senadora Kátia Abreu (sem partido) vem com forte estrutura partidária e seu potente discurso sintonizado com a rejeição geral enfrentada pelo governo Michel Temer. E isso ecoa. O senador Ataídes Oliveira (PSDB) intensificou sua movimentação e o presidente da Assembleia, Mauro Carlesse (PHS), lançará seu nome em fevereiro com maciço apoio de deputados estaduais. Não é provável que todos se viabilizem, mas, com certeza, o Estado deve ter pelo menos três candidatos muito competitivos.
No entanto, para que todos estejam juntos contra uma possível candidatura do prefeito de Palmas, Carlos Amastha (PSB), Derval defende também um “pacto pelo segundo turno”, em que se evite agressões e se mantenha a civilidade no tratamento no primeiro turno entre os futuros aliados, já que o alvo comum é bastante claro. Mas, para que a paz reine entre eles nos próximos meses, o presidente do MDB retoma a cantilena que fez na pré-campanha de 2016 e não foi ouvido: que o projeto seja maior que as vaidades e idiossincrasias gerais.
Na campanha de Palmas, Derval falou sobre isso publicamente diversas vezes. Mas o egocentrismo prevaleceu e todos foram derrotados. Para ele, o cenário de 2018 é o mesmo e a necessidade de renúncia do “eu” também se repete. A fórmula para se conter as ganas pessoais, receita o presidente do MDB, é que as conversas se iniciem desde já, com a formação dessa ampla frente de líderes históricos, que ele denominou “grupo do bom senso”, com “os mais educados, os mais respeitosos”.
Além disso, apregoa, que todos tenham respeitado seu legítimo desejo de disputar as eleições. No entanto, que a unidade seja construída desde já, para que no segundo turno o palanque seja único.
Derval ressaltou que serão realizadas inúmeras reuniões a partir de agora, e que o grupo quer manter as portas abertas, envolver toda a sociedade no projeto que reveja os erros, reconheça-se os acertos, aperfeiçoa-se os rumos e, sobretudo, que impere o respeito entre aqueles que têm história com o Tocantins.
É o que pensa o profeta-poeta da política tocantinense. Mas, desta vez, Derval não quer ser a voz que clama no deserto, e espera a mensagem seja muito bem compreendida.
CT, Palmas, 18 de janeiro de 2018.