Postagens do ex-prefeito de Palmas e pré-candidato a governador pelo PSB, Carlos Amastha, indicam que a segunda fase da Operação Jogo Limpo, deflagrada pela Polícia Civil nesta sexta-feira, 3, pode ter sido vazada para ele. A operação apura desvios de até R$ 7 milhões na Fundação do Esporte e Lazer de Palmas (Fundesportes) na gestão de Amastha na Prefeitura de Palmas, em 2014, em pleno processo eleitoral. Para a PC, recursos foram canalizados para campanhas eleitorais.
Além de indicar que sabia que a operação ocorreria, Amastha tentou, como é típico dele, politizar a ação da PC. Confira o que o ex-prefeito postou às 16h22 desta quinta-feira, 2: “Faltando apenas 72 horas para a nossa convenção tenho certeza que o governo tem a decisão tomada de inventar alguma ação, usando as instituições do estado para prejudicar nossa candidatura. Senhores… Não cola mais. O Tocantins conhece vocês muito bem”.
No Palácio Araguaia, a informação é de que a polícia na gestão “é de Estado, não de governo”. “O governo não manda a polícia fazer isso ou aquilo. Essa investigação é muita séria”, afirmou uma importante fonte palaciana.
Além disso, as investigações começaram no governo Marcelo Miranda, do MDB, atual possível aliado de Amastha.
Em outra postagem, Amastha afirmou que “nunca, em momento algum, encontraram alguma prova que ligue o prefeito Amastha a qualquer ato de corrupção”. “Nunca. Não entrei para isso na política. Nem para comprar apoios e muito menos procurando qualquer interesse pecuniário”, postou.
Contudo, o ex-prefeito está indiciado por corrupção passiva, associação criminosa e excesso de exação (cobrança irregular de impostos) pela Polícia Federal. Ele é alvo da Operação Nosotros, que investiga irregularidades na implantação do BRT em Palmas. No indiciamento, o delegado Júlio Fujiki, da PF, chegou a afirmar que uma “associação criminosa” foi instalada na Prefeitura de Palmas e que tinha como objetivo “lucrar com as valorizações em terrenos decorrentes das obras do BRT”.
Os envolvidos na Operação Jogo Limpo são homens que foram ou ainda são da total confiança de Amastha. Caso dos ex-presidentes da Câmara de Palmas Major Negreiros (PSB) e Rogério Freitas (MDB), que rompeu com o ex-prefeito somente em 2015. Outro bem próximo de Amastha é o atual presidente, José do Lago Folha Filho (PSD).
Freitas já está preso. Folha e Negreiros são considerados foragidos.
Confira a postagem de Amastha:
Faltando apenas 72 horas para a nossa convenção tenho CERTEZA que o governo tem a decisão tomada de inventar alguma ação ,usando as instituições do estado para prejudicar nossa candidatura. Senhores…Não cola mais. O Tocantins conhece vocês muito bem.
— CarlosFrancoAmastha (@AmasthaRompre) 2 de agosto de 2018
Nunca,em momento algum, encontraram alguma prova que ligue o prefeito Amastha a qualquer ato de corrupção.. NUNCA.Nao entrei para isso na política. Nem para comprar apoios e muito menos procurando qualquer interesse pecuniário.
— CarlosFrancoAmastha (@AmasthaRompre) 2 de agosto de 2018