Para os observadores mais atentos, a oferta do relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2019, José Bonifácio (PR), de aumentar o salário do governador, não foi uma preocupação genuína com a situação financeira de Mauro Carlesse (PHS), que, diga-se, não precisa dos vencimentos do cargo. Na verdade, seria uma manobra para elevar o subteto do funcionalismo estadual e reduzir o desgaste com as categorias insatisfeitas com o sepultamento da Proposta de Emenda Constitucional (PEC).
Essa PEC questiona o fato de o salário do governador definir o teto de ganhos dos servidores do Estado. A proposta visava justamente desvincular esse limite máximo dos ganhos do governador (R$ 24 mil) para fixá-lo aos do desembargador (R$ 30.471,11).
Com a derrota da PEC a questão de horas, uma solução para reduzir o desgaste diant das categorias era elevar o ganho do governador, que também teria o mesmo efeito cascata, gerando um custo enorme ao Estado.
Carlesse entendeu a manobra e agradeceu, rejeitando o aumento educadamente.