Um episódio ocorrido nesse domingo, 30, mostra que os grupos adversários locais estão em disputa para ver qual tem mais influência junto ao governador Mauro Carlesse (PHS), candidato à reeleição pela coligação “Governo de Atitude”. Em Tocantínia, o prefeito Manoel Silvino (SD) conseguiu convencer Carlesse a participar de uma reunião que ele organizou para os deputados estadual Vilmar de Oliveira (SD) e federal Carlos Gaguim (DEM).
A reunião não estava na agenda, mas Silvino foi a Novo Acordo, onde Carlesse fazia campanha, e o convenceu a ir a Tocantínia. O governador, contudo, não sabia que o outro grupo político da cidade, liderado pelo casal Marcelo e Solange Lucena — ela disputou as eleições de 2016 contra Silvino — não havia sido convidado, apesar de estar ao lado do Palácio desde a suplementar, enquanto o prefeito é cristão novo no barco governista. Silvino apoiou a candidatura de Vicentinho Alves (PR), no pleito de junho.
O casal Lucena, além de apoiar Carlesse desde o início das pré-campanhas, trabalha pela eleição do candidato a deputado estadual Léo Barbosa (SD), filho do vice-governador Wanderlei Barbosa (PHS). A candidata a federal da família é a professora Dorinha Seabra (DEM), que, inclusive, indicou Marcelo Lucena como coordenador regional da Saúde Indígena do Tocantins.
Marcelo voltava de uma reunião com os Xerente quando soube do evento com Carlesse, organizado pelo seu adversário, o prefeito. Não gostou. Pouco depois de o palanque de Silvino se desfazer, Wanderlei chegou para visitar o casal e soube da história. Ligou na hora para Carlesse e ponderou.
Foi um corre-corre e o governador, que já estava indo embora, voltou para a Tocantínia direto para a casa dos Lucena. Carlesse pediu desculpas e disse que não sabia que eles não tinham sido convidados.
Ao final tudo acabou bem, sem crise, apesar da saia justa em que aliados dos Lucena afirmam que o prefeito colocou Carlesse.