Levantamento da economista Ana Carla Abrão, ex-secretária da Fazenda de Goiás e sócia da consultoria Oliver Wyman, com a base nos dados do Tesouro Nacional e dos entes da Federação, mostra que o Tocantins gasta hoje 71,4% de suas receitas com despesas de pessoal. Ela projeta que em 2022, último ano de gestão do governador Mauro Carlesse (PHS), estará consumindo 82,2% de sua arrecadação com folha.
Para o cálculo, a economista considerou aposentadorias, folha de pagamento e auxílios a servidores. O levantamento foi publicado pelo jornal Folha de S.Paulo. Conforme o estudo, se não houver reformas, em 2022, 16 Estados e o Distrito Federal irão gastar mais de 80% da arrecadação com servidores.
A economista afirma que todos os Estados hoje praticamente já desrespeitam a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que exige que o comprometimento da arrecadação com pessoal, ativos e inativos, não ultrapasse a 60%.
A Folha afirma que, na prática, os números apresentados oficialmente pelos Estados são bem diferentes dos encontrados por especialistas em contas públicas. O jornal diz que há anos os Estados maquiam a realidade ao não considerar como gastos com pessoal determinadas despesas, como pagamento de pensões, obrigações patronais e auxílios. “Essa prática é chancelada pelos tribunais de contas estaduais”, diz a matéria.