A formação das comissões permanentes da Assembleia Legislativa, como no caso da Câmara de Palmas, também teve seus alvos. Deputados e assessores apontam dois nomes: Nilton Franco (Republicanos) e Janad Valcari (PL). Bom para o grupo dos enjeitados do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) — os deputados que o Palácio não quer em sua base — que conseguiram se acomodar nas comissões.
CONVENIÊNCIA ERA PARA OS 3
Conforme a coluna apurou, para reeleger Nilton na Constituição, Justiça e Redação (CCJ), Olyntho Neto (Republicanos) na Finanças e Moisemar Marinho (PSB) na Defesa do Consumidor que foi aprovada a reeleição dos presidentes dos colegiados da Casa. No passado era possível, depois, também por conveniência individual foi proibida, e agora, para atender esses três, a reeleição acabou restabelecida.
SÓ UM SE DEU BEM
Contudo, dois deles tiveram o tapete puxado e apenas um se deu bem: Olyntho. Parlamentares do Republicanos e dos enjeitados de Wanderlei disseram à coluna que Janad dizia aos colegas que a formação das comissões passaria, necessariamente, por ela, o que incomodou alguns veteranos da Casa. De outro lado, o governo não queria Nilton no comando da poderosa CCJ. No biênio passado, o deputado chegou a fazer um duro discurso contra o Palácio após ver novamente derrotado o projeto do subteto do funcionalismo, que ele, auditor de carreira, defende. Alguns apontam que esse foi o motivo de o governo não querer Nilton no comando dessa comissão.
REUNIÃO SEM AVISAR NILTON
Nos bastidores da Aleto, o que se diz é que o parlamentar tentou várias vezes se reunir com os colegas para discutir as comissões, sem sucesso. Depois teriam se reunido sem avisá-lo. Terminou que o líder do bloco Republicanos-SD, Jorge Frederico, sequer indicou Nilton para compor a CCJ como membro.
ALIANÇA COM OS ENJEITADOS DE WANDERLEI
Paralelo a essa manobra, o Republicanos-SD se aliou aos enjeitados de Wanderlei para impor derrota a Janad e Nilton. Nesse grupo de personae non gratae pelo Palácio estão sete deputados: Vanda Monteiro (UB), Eduardo do Dertins (Cidadania), Gutierres Torquato (PDT), Gipão (PL), Eduardo Mantoan (PSDB), Júnior Geo (PSDB) e Jair Farias (UB). Os enjeitados — com exceção de Gipão e Torquato — formam bloco com governistas importantes, Cláudia Lelis (PV) e Ivory de Lira (PCdoB). Foi por causa desses dois grupos de parlamentares que Nilton Franco perdeu a presidência da CCJ, que ficou para Valdemar Júnior.
PELO 3º BIÊNIO CONSECUTIVO
Essa aliança garantiu a reeleição apenas de Olyntho, que vai comandar a Finanças, Tributação, Fiscalização e Controle pelo terceiro biênio consecutivo. A reeleição foi aprovada na CCJ, por Nilton, para beneficiar os dois e Moisemar, mas só Olyntho conseguiu, graças à puxada de tapete sofrida pelos dois colegas dele.
MANOBRA TIROU MOISEMAR
Assim, também é graças à aliança do Republicados-SD com os enjeitados de Wanderlei que Moisemar Marinho — o nome de Janad – foi também tirado da Defesa do Consumidor, cuja presidência ficou para Jorge Frederico. A vice ficou para Vanda Monteiro, e aliados dela comemoraram esse feito, porque dizem que Janad não a queria nessa função.
SUBTERFÚGIO
Já aliados de Janad e Nilton negam que a deputada do PL tenha dito qualquer coisa desagradável ou mesmo que tido a intenção de comandar a definição das comissões. “Queriam um subterfúgio para agir de forma traiçoeira com Janad e Nilton e inventaram isso como desculpa”, afirmou uma pessoa próxima dos dois.
FALOU TUDO E MAIS UM POUCO
Na Sala VIP, após todas as manobras feitas e comandos de comissões definidos, Nilton desabafou sobre a traição que avaliou sofrido, apontando o dedo para o presidente da Assembleia, Amélio Cayres, Valdemar, Olyntho e Jorge Frederico. O que contaram à coluna é que ele falou tudo e mais um pouco para os quatro. A coluna tentou falar com Nilton, mas ele não respondeu às mensagens deixadas.
NÃO PERDEU
Já Janad garante que não perdeu, já que não poderia ser candidata porque ser membro da mesa diretora. Além disso, a deputada afirmou que seu bloco (PSD, PL, PDT e PDB) ganhou várias comissões — Saúde, Juventude, Financas (vice) e Segurança Pública.