A pré-candidatura ao governo da senadora Dorinha Seabra Rezende (UB) esteve em pauta na entrega da Escola Municipal Professora Magnólia Silva dos Santos, em Luzimangues, na manhã desta sexta-feira, 28. O prefeito de Porto Nacional, Ronivon Maciel (UB), e o deputado federal Carlos Gaguim (UB) exaltaram o nome da parlamentar na corrida sucessória do Estado. Ronivon chamou Dorinha de “minha governadora” e Gaguim avisou que “o Tocantins terá uma governadora” a partir de 2027.
PRONTA PARA O ENFRENTAMENTO
Dorinha garantiu que está pronta para o enfrentamento, ela que tem mandato até 2030 como senadora — inclusive, a única líder estadual que só terá que disputar eleição daqui a cinco anos. Todos os demais precisarão se submeter ao julgamento popular no ano que vem. De sua parte, a senadora ainda deixou claro que Gaguim, que é pré-candidato a senador, deve estar em sua majoritária. “Você está dentro do meu projeto! Conte comigo”, disse a parlamentar a seu colega de bancada, durante o discurso.
MOVIMENTO PARA UM NOVO GRUPO
O apoio de Ronivon e Gaguim a Dorinha é a ponta de um movimento que começa a se desenhar na construção de um novo grupo. E, com a força demonstrada à pré-candidatura do presidente da Assembleia, Amélio Cayres (Republicanos), por seus colegas de Casa, o cenário que desponta é de um lado esse núcleo do Legislativo estadual e do outro a maioria mais do que absoluta da bancada federal. Dos congressistas tocantinenses, apenas o deputado federal Alexandre Guimarães (MDB) se mostra entusiasta do nome de Amélio. Os demais, ou fazem silêncio, ou já estão com Dorinha, ou são oposição ao Palácio e, por isso, não há chance de apoiarem Amélio.
QUEDA DE BRAÇO
Aí pode haver uma queda de braço no que diz respeito à distribuição de emendas parlamentares, sobretudo para os pequenos municípios. Pragmaticamente, os prefeitos dessas localidades poderão ter que optar entre os recursos (a maioria para shows e eventos) da Assembleia ou as gordas remessas do Orçamento da União (maioria para obras estruturantes), via emendas da bancada federal.
PREFEITOS DAS MAIORES CIDADES COM DORINHA
Para além dessa disputa de bancada estadual x bancada federal, pesa a favor de Dorinha o fato de ela ter o apoio dos prefeitos da maiores cidades do Tocantins. Como Ronivon, é esperado que ela tenha em seu palanque Celso Morais (MDB), de Paraíso, Wagner Rodrigues (UB), de Araguaína, Josi Nunes (UB), de Gurupi, Josemar Kasarin (UB), de Colinas, e, dependendo das articulações, até mesmo Eduardo Siqueira Campos (Podemos), de Palmas. Isso porque, se a atual distribuição de força se mantiver, ao grupo de oposição ao Palácio pode se somar o vice-governador Laurez Moreira (PDT), para lá na frente discutir composição com Dorinha.
FATO CONSUMADO
Fato é que todos esses líderes já veem Amélio como o pré-candidato escolhido pelo governador Wanderlei Barbosa (Republicanos). Por mais que ele não tenha assumido isso publicamente, o que mais se ouve desses possíveis adversários do presidente da Aleto é que essa opção do governador já é vista como fato consumado.
RECEBIDO COMO AFRONTA
Para piorar, Dorinha e Gaguim receberam como uma afronta a audiência do governador dessa quinta-feira, 27, com um grupo levado pelo deputado federal Alexandre Guimarães para discutir projetos de moradias populares. Nada contra o grupo, nem contra o projeto, dizem as fontes dos dois, mas a insatisfação foi pelo contexto político. A senadora e o deputado têm tido uma relação difícil com Guimarães, a quem acusam de usar a amizade com o ministro das Cidades, Jader Filho, para assumir a paternidade de casas populares liberadas para o Tocantins e que são resultado do trabalho de Dorinha e Gaguim. Fatos como essa audiência e o apoio tácito à pré-candidatura de Amélio, dizem, começam a afastar o grupo que se forma em torno de Dorinha de Wanderlei, e avisam que a situação caminha para abrir uma verdadeira cratera nessa relação harmônica até recentemente.