A INCOERÊNCIA
O vereador Marilon Barbosa (UB) afirmou nesta quinta-feira, 2, em debate com o líder do governo de Palmas na Câmara, Major Negreiros (PSDB), que, ao subir à tribuna para criticar a gestão Cinthia Ribeiro (PSDB), não o faz sem o consentimento e sem conversar com o irmão e governador Wanderlei Barbosa (Republicanos). É que, após Marilon criticar a situação do transporte coletivo, Negreiros apontou que considera “incoerência” o fato de o colega se alinhar à oposição na Câmara, enquanto Wanderlei e Cinthia, disse o tucano, foram alinhados nas eleições do ano passado e são parceiros em ações administrativas.
REMANDO CONTRÁRIO
Negreiros disse não entender “como é que tem uma parceria tão sólida” entre a prefeita de Palmas e Wanderlei, mas o irmão do governador é oposição na Câmara. “Eu não consigo entender. Tem hora que eu fico me perguntando o que passa na cabeça do meu amigo vereador, que é meu irmão Marilon Barbosa, enquanto a família toda está no estado trabalhando, fazendo e ajudando o Wanderlei, o irmão [Marilon] está remando contrário, contra correnteza”, afirmou o líder da prefeita.
NÃO VAI À TRIBUNA SEM A ANUÊNCIA
Marilon avisou que continuará na oposição na Câmara, e lembrou da demissão de “dezenas de pais de família” por Cinthia, numa clara referência às indicações dele. “Eu tenho certeza do meu estreitamento, da minha amizade com meu irmão”, afirmou, para ressaltar em seguida: “Eu nunca vim a esta tribuna sem primeiro falar, sem a anuência dele [Wanderlei]. Jamais! Eu sempre procuro ter esse entendimento com ele, essa cautela e esse cuidado com o Wanderlei, e parabenizo mais uma vez o governador, que tem trabalhado para o nosso estado com muita competência, e é o que eu não vejo na prefeita Cintia Ribeiro, como no caso do transporte público”, comparou.
NÃO VÊ ESSE AMOR TODO
O vereador do UB ainda aproveitou para avaliar que sente “nas ruas” que “talvez é [esse] um dos piores momentos que a prefeita está atravessando”, destacando a desaprovação que vê em relação a Cinthia por conta do transporte público. E arrematou: “Mas você pode ter certeza absoluta que não está esse amor todo não entre gestão pública estadual e municipal. Eu não vejo esse amor, e vamos para frente e vamos ver o que que vai acontecer daqui mais um tempo”.
COISA DO PASSADO
Enquanto isso, em Gurupi há quem garanta que a briga da prefeita Josi Nunes (UB) com o vice-governador Laurez Moreira (PDT), e o consequente afastamento dela do Palácio, é coisa já enterrada no passado. Nos bastidores, a expectativa é de que Josi e Laurez caminhem para uma aliança, visando as eleições municipais de 2024 e as estaduais de 2026.
ROMPIMENTO E REUNIFICAÇÃO
Reforçando que prefeita e vice-governador foram muito próximos, e Laurez chegou aos dois mandatos de prefeito (em 2012 e 2016) com forte apoio de Josi, que tinha a mãe – Dolares Nunes – de vice. Os dois se desentenderam após as eleições de 2016, por conta de cargos na máquina do município, e o ápice dessas divergências ocorreu em 2020, quando a disputa de Josi e Laurez [cujo candidato era o hoje deputado estadual Gutierres Torquato] foi muito dura. Contudo, recentemente, numa agenda do governador e vice em Gurupi, o clima entre os dois já era outro, muito amistoso.
JOSI VARRE PARA DENTRO
Josi, inclusive, tem feito um bom trabalho de “varrer para dentro”. Além de Wanderlei e Laurez, ela se aproximou do empresário Oswaldo Stival (PSB), que, junto com o deputado estadual Eduardo Fortes (PSD), até indicou o advogado Ricardo Paré para presidir o Instituto de Previdência Social do Município de Gurupi (Gurupi Prev).
TODOS OS ADVERSÁRIOS DE CARLESSE
Fortes foi o candidato a vice de Gutierres em 2020, numa aliança de Laurez, Stival e Carlos Amastha (PSB) contra Josi. Na época, ela foi apoiada pelo então governador Mauro Carlesse (Agir), adversário de todos esses novos aliados da prefeita. Sem exceção.
ESTRESSE E INSEGURANÇA
Servidores nomeados de segundo e terceiro escalões do Estado reclamam do estresse e insegurança causados pela indefinição do Palácio sobre a situação deles. Dizem que todos os dias vão para casa sem nenhuma certeza se no dia seguinte estarão com no emprego ou não.
MAURO MOTA DE VOLTA À AMETO
Quem voltou para a gestão de Wanderlei foi o presidente da Agência de Mineração do Estado do Tocantins (Ameto). Ele havia saído com todos os outros titulares de autarquias e só nessa quarta-feira, 1º, foi publicada a sua recondução para o cargo.
DISPUTA FERRENHA À VISTA
O ex-vereador de Formoso do Araguaia Ronison Parente (MDB) tem criticado diariamente a gestão do prefeito Heno Rodrigues (PTB), contra quem disputou em 2020 o comando da prefeitura e perdeu por apenas 405 votos. Há quem garanta que 2024 deve ter outro grande embate entre os dois.
ESVAZIADA
Sobre a CPI da BRK, a primeira, que levou meses para ser instalada, o que ocorreu em fevereiro de 2020, ela não foi para frente por ter sido esvaziada pelo próprio Executivo, sob a alegação de que atrapalharia os investimentos em Palmas. Essa segunda tentativa, garante vereadores da época, só avança se tiver apoio da prefeita Cinthia.