INCENDIOU
O clima eleitoral de Palmas incendiou de vez no final de semana. As críticas à líder apontada pelas pesquisas, Janad Valcari (PL), aumentaram imensamente e a fizeram ter que respondê-las. Para isso, a campanha de Janad publicou no Instagram uma nota pública e dois vídeos da candidata. Até o dia 6, o cenário vai daí para pior.
MENTIRA SEM PROVA
Na nota, a campanha respondeu a um vídeo que circulou no final de semana com a declaração de uma suposta filha do empresário Ordiley Valcari, marido de Janad, em que se fala até de um atentado contra a vida de uma pessoa que teria sido cometido pela candidata. “Uma mentira, sem prova nenhuma”, garante nota. “Um problema familiar que estão tentando transformar em um escândalo político a poucos dias da eleição”, sugeriu.
PEITEM A MIM
A segunda peça divulgada pela campanha segue a mesma linha de acusar os adversários de tentar atingir a família de Janad. Num vídeo mais acinzentado, a candidata diz que já sabia, desde o momento em que decidiu disputar as eleições à prefeitura, que seria alvo de críticas e questionamentos. “Isso faz parte do processo democrático. Só que esses ataques começaram a atingir minha vida pessoal. Sei que estou incomodando e ocupando um espaço de poder e grandes interesses, e que as investidas contra mim vão piorar”, avisou no texto que acompanha o vídeo. No entanto, afirmou que sua campanha vai “continuar sendo feita com alegria e amor, como está desde o começo”. “Só quero que vocês peitem em mim. Deixem meu filho, meu marido e meus colaboradores fora disso”, pediu.
BARÕES DA PISADINHA
A terceira peça é um vídeo em que ela responde à acusação de destinar emendas parlamentares para a banda da qual é sócia, a Barões da Pisadinha. A peça diz que a candidata acreditou e investiu na banda quando ela não fazia sucesso. “A banda estourou, ganhou dinheiro e faz shows no Brasil e no mundo”, afirma, para garantir em seguida: “Janad nunca destinou emendas para a banda, até porque o Barões da Pisadinha não precisa desse dinheiro. Eles são sucesso, o que a Janad quer também para os artistas locais”.
FALTOU DE NOVO
E Janad faltou a outro encontro de candidatos. Dessa vez, foi na sabatina promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado (Sintet), na manhã de sábado, 21. A candidata do PL já faltou a uma entrevista em TV e a dois debates. Na quinta-feira, 26, haverá o terceiro debate, a partir das 21 horas, na RedeTV.
ACIRRAMENTO DA CAMPANHA
Em nota ao Sintet, Janad disse que não compareceu “em virtude do acirramento da campanha que não permitiria um debate saudável sobre os temas de interesse dos profissionais de educação”. “No entanto, quero, de público, assumir um compromisso com a instituição de agendar uma reunião de trabalho, caso eu seja eleita, já na primeira semana após as eleições. Faço questão que o Sintet seja a primeira instituição a sentar à mesa para discutir os benefícios aos profissionais da educação e contribuir com ideias para melhorar a educação como um todo. Desde já também reafirmo meu compromisso, já anunciado, de manter e ampliar todos os benefícios conquistados pelas categorias filiadas a este sindicato e manter permanente diálogo com todos as entidades representativas dos servidores”, afirmou.
SEM SEGREDO, SEM PEGADINHA
Já o presidente do Sintet Regional de Palmas, Fábio Lopes, defendeu que não havia motivo para Janad não participar. Primeiro porque foi feita reunião com representantes dos quatro candidatos e se deixou claro que não se tratava de um debate, mas sim de uma sabatina. Nessa conversa todos os representantes confirmaram a participação e aceitaram as regras propostas pelo sindicato. Lopes contou que seriam meia hora de apresentação e respostas a quatro perguntas estruturadas e apresentados antecipadamente para as campanhas, e, se quisessem, poderiam abrir para o público perguntar. “Então, não teria segredo e nenhuma pegadinha”, contou.
AMBIENTE TRANQUILO, SEM HOSTILIDADE
Ainda assim, a campanha de Janad exigiu uma conversa com o sindicato, que foi até ela e tirou todas as dúvidas. “Conversamos, demos muita informação em relação à rede de ensino, os desafios e o que precisa ser melhorado”, contou Lopes. Mesmo assim, o presidente do Sintet afirmou que, faltando uma hora para a sabatina, a campanha da candidata do PL começou a ligar para o seu celular. Então, chegou a nota dizendo que o ambiente da campanha estava hostil e, por isso, ela não participaria. “Eu achei muito estranho porque o ambiente foi muito tranquilo, não teve nada de hostilidade, ela poderia dizer que passou mal, etc., mas, falar em hostilidade, isso não”, lamentou.
MPE VAI APURAR CACHÊ DE ALOK
O Ministério Público do Tocantins (MPTO) instaurou procedimento preparatório para apurar a contratação do DJ Alok, pela Prefeitura de Palmas, para a festa de 35 anos da Capital em 19 de maio. A portaria do promotor Rodrigo Grisi Nunes diz que o objetivo é “apurar suposta inobservância (que enseje ajustamento de conduta), entre outros, de economicidade, proporcionalidade e razoabilidade em face de elevado dispêndio de verbas públicas, pelo Município de Palmas/TO, para a realização de eventos festivos, como a contratação do “DJ Alok”, por R$ 680 mil”.
METADE PARA VÍTIMAS DO RS
Na sua apresentação, o DJ anunciou que metade do cachê de seu show em Palmas seria doado para as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul.
AZULÃO DO TO E SUA VILA SMURF
Na Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) que ingressou, o candidato de Colinas pelo PRD, Marcos Valério, o Marcão, diz que, ao fazer com que “todos os bens, vias e instrumentos públicos” do município adquiram “feições iguais às do candidato, a fim de lhe promover como o ‘Azulão do Tocantins'”, o prefeito Josemar Kasarin (UB) “insiste em forçar, ilegalmente, a população de Colinas a viver na sua imaginária Vila Smurf”.
DEBATE DE CANDIDATOS EM COLINAS
O presidente da subseção de Colinas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Wylly Rêgo, avisou que a entidade vai promover um debate entre os candidatos a prefeito da cidade. Segundo ele, os debates em Colinas ocorrem desde 1996, primeiro pelos estudantes de direito e depois encampados pela OAB local. O presidente disse que instituiria uma comissão na sexta-feira, 20, para organizar o evento.
LAUREZ OTIMISTA COM GURUPI
O vice-governador Laurez Moreira (PDT) entrou de cabeça na campanha de Eduardo Fortes (PSD) e de seu filho, Juarez Moreira (PDT), candidato a vice, em Gurupi. Laurez se mostra muito animado e fala em vencer as eleições contra Josi Nunes (UB), para quem perdeu em 2020, quando apoiou o hoje deputado estadual Gutierres Torquato (PDT).
NÃO ACOMPANHA PALMAS
Mas Laurez está fixo em Gurupi e dando apoio aos candidatos de seu partido e outros aliados pelo interior. O vice-governador não acompanha a disputa de Palmas, onde liberou os militantes a pedir votos para quem quiserem. Um dos mais ilustres pedetistas, o ex-prefeito Raul Filho, está com Eduardo Siqueira Campos (Podemos). Claro, há quem vê nisso uma reciprocidade, uma vez que o Republicanos, do governador Wanderlei Barbosa, que apoia Janad em Palmas, primeiro se colocou como independente em Gurupi e semana passada foi para o palanque de reeleição de Josi Nunes.
PALMAS ENTRE AS 103 CIDADES APTAS PARA 2º TURNO
Palmas está entre o seleto grupo de 103 municípios aptos a ter segundo turno. Somos 209.524 eleitores. O primeiro turno ocorrerá dia 6 e o segundo dia 27, caso o candidato não tenha sido eleito na primeira etapa com mais da metade dos votos válidos. Segundo o TRE-TO, dos 1.171.342 eleitores do Tocantins, cerca de 18% estão concentrados na capital tocantinense. Conforme o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os 103 municípios que poderão ter segundo turno somam juntas 60,5 milhões de eleitores, o que equivale a 38,8% dos votantes do País. O Brasil tem 155,9 milhões de pessoas aptas a votar nas eleições municipais.
BILHETE DO CT
Caros comandantes Márcio Barbosa e Peterson Queiroz de Ornelas,
Eu e muita gente ficamos muito preocupados com o vídeo em que os senhores já tratam a candidata do PL, Janad Valcari, como “prefeita de Palmas”, o que ela, na verdade, será apenas se ganhar as eleições do dia 6 em primeiro turno, ou, caso não consiga, no dia 27 de outubro, em segundo turno. No entanto, os senhores deixaram claro não ter a mínima dúvida de que ela será a próxima gestora da Capital.
Concordo com a nota das associações quando afirmam que o militar fora do serviço deve ser tratado “como todo cidadão civil” e ter seu direito de manifestação pública de preferência eleitoral. Mas comandantes-gerais e subcomandantes de batalhões, não. Afinal, mais do que ninguém, os senhores representam a corporação como órgão de Estado, não de governo e, muito menos, de deputado, senador ou candidato a prefeito. Caso contrário, daqui a pouco vamos aceitar que presidente do TRE-TO, juízes, procuradores eleitorais e superintendente da Polícia Federal também possam declarar publicamente que, “com a prefeita, vai melhorar mais ainda”.
A despeito de suas preferências eleitorais – e os senhores, pessoalmente, como cidadãos plenos, possuem legítimo direito de tê-las –, o que fez com que todos nós estremecêssemos ao ver aquele vídeo, que soa como um comprometimento eleitoral com um dos candidatos em disputa, é qual a mensagem que estão levando para seus comandados, a base da tropa que estará nas ruas, em tese, para garantir a lisura e a paz do processo eleitoral. Será que um soldado vai pensar: “Se meu comandante já escolheu o lado, qualquer um que ficar contra é alvo a ser combatido”? Com todo exagero que possa ter essa inferência, certo é que as palavras de lealdade eleitoral que ficaram implícitas na rápida conversa que assistimos horrorizados dos senhores com o senador Eduardo Gomes geram uma preocupação legítima e colocam em dúvida até que ponto o cidadão terá tranquilidade para fazer a sua escolha de forma democrática e autônoma.
Ainda vale o velho ensinamento romano de que a mulher de César não tem só que ser, mas parecer. Se abordado no dia da eleição, pode restar ao eleitor aflito de outro candidato que não Janad, o que não guarda nenhuma dúvida da opção eleitoral dos comandantes da PM e dos Bombeiros, depois do que, perplexo, assistiu naquele vídeo, recorrer ao mesmo desespero do sujeito da canção de Chico Buarque na ditadura, ao se dar com uma “escura viatura”.Gritar aos quatro ventos: “Chame o ladrão, chame o ladrão!”.
Saudações democráticas,
CT
Leia a resposta do comandante Márcio Barbosa: