OPERAÇÃO MÁXIMUS, INFORMAÇÃO MÍNIMA
Citados no inquérito da Operação Máximus, da Polícia Federal, deflagrada na sexta–feira, 23, contra o Judiciário e o Executivo estaduais, não sabem até agora do que estão sendo acusados. A princípio, fala-se em irregularidades em processos de regularização fundiária, mas nada relativo ao tema foi levado pelos agentes do Instituto de Terras do Tocantins (Itertins), contam fontes do órgão.
REVISTA EM BOLSA DE MULHERES
Além disso, servidores reclamam da forma da abordagem dos agentes, da grosseria com servidores e até de revista por homens a bolsas das mulheres.
SEM AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA
Inclusive, até agora não houve audiência de custódia dos dois presos na operação, o que os advogados disseram à coluna considerar “um absurdo”.
PRUDÊNCIA E CAUTELA
O advogado Rafael Pereira Parente disse à coluna que decidiu pedir sua exoneração da Superintendência de Proteção aos Direitos do Consumidor (Procon) “por prudência e cautela que o momento exige”. “Mas em paz e com o sentimento de dever cumprido”, afirmou ele, que também foi alvo da Operação Máximus. “Ao longo destes dois anos à frente do órgão, alcançamos resultados significativos e fomos reconhecidos nacionalmente. Alcançamos índices significativos em defesa do consumidor tocantinense”, contou.
SEM MEDIDA COERCITIVA
Parente ressaltou que não sofreu qualquer medida coercitiva e que até o momento ainda não teve acesso ao autos do inquérito policial, por isso, não tem conhecimento do que pesa contra ele. “Mas tenho a certeza de que a verdade prevalecerá e tudo será esclarecido. Confio na Justiça imparcial e célere”, disse.
ALMOÇARAM JUNTOS
Nove deputados estaduais almoçaram juntos nessa terça-feira, 27. Em pauta, a possibilidade de uma operação na Assembleia. Quem teve contato com participantes garante que a apreensão é enorme.
TUDO PELA METADE
Sobre a provocação do candidato a prefeito de Palmas pelo Podemos, Eduardo Siqueira Campos, em que chama sua adversária de “Janad Metade”, por ela não ter terminado o mandato de vereadora e agora querer deixar o deputada estadual pelo meio para ser prefeita, a campanha do PL respondeu na mesma medida à coluna. “Eduardo renunciou o mandato de deputado federal em 1992 para assumir a Prefeitura de Palmas. Em 1998, Siqueira Campos renunciou ao governo para Eduardo ser candidato a senador. Em 2014, Siqueira renunciou de novo para Eduardo ser candidato a governador, e ele cedeu a vaga para Sandoval Cardoso”, diz a nota.
ATÉ O GEO
A campanha de Janad ainda arrastou o candidato do PSDB, Júnior Geo, para o debate. Segundo ela, o deputado estadual teria renunciado ao mandato na Assembleia caso tivesse vencido as eleições de Palmas em 2020, quando ficou na segunda colocação.
GEO TIRA O CHAPÉU PARA BOLSONARO
Por falar em Geo, um fato que está sendo explorado pelas campanhas adversárias dele é o vídeo que vazaram em que o tucano, no programa “Eco News”, de meados de junho, disse que tira o chapéu para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o maior adversário de importantes aliados do deputado estadual, PT e PCdoB, além do fato de a própria prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB) não esconder sua antipatia por aquele ser. No recorte do vídeo que circula pelas redes sociais, Geo afirma que o ex-presidente “promoveu um marco em seu governo que ninguém tira dele”. E explicou: “Ele foi o presidente que promoveu a maior valorização no piso do magistério”, afirmou.
MUITA COISA BACANA NO GOVERNO BOLSONARO
Para Geo, o governo Bolsonaro “teve muitos aspectos positivos”. “Ninguém pode tirar isso dele. O que muita gente questiona é que o ex-presidente, talvez, falasse demais, e, de fato, ele falava demais. E isso acabou prejudicando a sua gestão e prejudicando a sua reeleição, mas você não pode tirar o lado positivo que ocorreu dentro da sua gestão, e teve muita coisa bacana, muitas coisas positivas que foram feitas no governo Bolsonaro”, assegurou o candidato do PSDB.
Assista:
TODO CALENDÁRIO PROTOCOLADO
O prefeito Alberto Moreira (Republicanos), de São Miguel, no Bico do Papagaio, disse que, diferente do que afirma a campanha adversária, do Dr. Fialho (PDT), sua coligação protocolou ofício junto à Polícia Militar e à Justiça Eleitoral, ainda no dia 8, com o calendário de todos os eventos públicos da eleição, inclusive o de sábado, 24, quando um encontro entre situação e oposição gerou confusão e até agressão entre militantes. Conforme vídeo feito pelo prefeito, para aquele dia estava previsto eventos das 8 às 22 horas, com inauguração comitê, carreata de São Miguel à Vila União e realização de comício naquela localidade.
AGREDIDO VERBALMENTE
Ainda segundo prefeito, quando a carreata chegou à Feira do Produtor foi impedida de passar pelos militantes do Dr. Fialho. “Nosso grupo foi agredido com palavrões, xingamentos, lançaram latas de bebidas, arrancaram nossas bandeiras e atearam fogo”, disse Moreira no vídeo. De acordo com ele, a PM teve trabalho para conter os ânimos da oposição. O gestor argumentou que a carreata não passou pelas ruas laterais da feira, mas na TO-201, que teria sido ocupada por apoiadores de Dr. Fialho e “uma representante da Casa de Leis [que ele não identificou] gritava várias vezes [para os motoristas da carreata de Moreira] ‘passe por cima de mim’, impedindo nosso direito de ir e vir que está na Constituição Federal”.
Assista:
DOIS NOVOS PROMOTORES
Dois novos promotores de Justiça aprovados no décimo concurso do Ministério Público Estadual serão empossados no dia 10, às 16 horas. Os nomeados são Ênderson Flávio Costa Lima e Patrícia Silva Delfino Bontempo. Com isso, o órgão terá um total de 16 nomeados e empossados do certame de 2022. A sessão solene de posse será realizada pelo Colégio de Procuradores de Justiça, no auditório Emival Sanches, no térreo da Procuradoria-Geral de Justiça. O evento poderá ser acompanhado ao vivo pelo canal do YouTube da instituição.
BILHETE DO CT PARA ZÉ ROBERTO, PRESIDENTE DO PT
Caro amigo,
Em 2004, no mandato de estreia do presidente Lula, o PT chegou ao ápice de sua história no Tocantins, oito anos após eleger seu primeiro prefeito, José Santana, de Colinas, em 1996. Nas primeiras eleições municipais sob Lula, os petistas passaram a comandar por aqui alguns dos principais municípios do Estado, como Raul Filho em Palmas, Paulo Mourão em Porto Nacional, Padre Milton em Guaraí e José Salomão em Dianópolis. Se a memória não falha, era um total de 12 cidades. Na época fiz um levantamento e mostrei que bem mais de 10% dos 843.229 eleitores dos nossos 139 municípios votaram no PT.
Depois disso, o partido se perdeu no Estado nas brigas internas e, em seguida, também foi tragado pela crise nacional do Mensalão e do Petrolão, que, mesmo descontados os absurdos de alguns membros do sistema judiciário e os abusos da cobertura da imprensa, são fatos inquestionáveis e lamentáveis. Atropelou as próprias candidaturas a governador em todas as eleições desde 2010 e só foi consolidar uma em 2022, de Paulo Mourão, ainda assim boicotada por parte dos importantes líderes petistas, comprometidos com o Palácio Araguaia.
As disputas de coxia fizeram o PT ruir no Tocantins nessas duas décadas. Levaram o partido, por exemplo, a se unir ao governo Siqueira Campos em 2011 — em torno do saudoso deputado estadual Raimundo Moreira, do então aqui-inimigo dos petistas, o PSDB — para derrotar uma candidatura do próprio PT, de Solange Duailibe, na eleição da presidência da Assembleia. A hoje vereadora se desfiliou após o episódio — na época quase acabou expulsa com o então marido, Raul Filho –, mas agora está de volta à legenda de Lula.
Eleição após eleição, o PT do Tocantins foi se implodindo em suas pendengas autofágicas, perdendo espaço e significância. Com raras exceções, como em Dianópolis — graças à envergadura do gigante da vida pública tocantina que é José Salomão, não ao partido –, a sigla se tornou mero coadjuvante no cenário político estadual, e Lula só mantém a força por aqui que o fez vencer no primeiro e segundo turnos de 2022 porque claramente é muito maior que o partido que criou há mais de quatro décadas.
Uns tontos me chamam de petista — não sabem o que eu fiz nos verões passados –, mas, apesar de não sê-lo, tenho admiração pela história, organização e até pelas conquistas que o partido alcançou para o Brasil no campo social, educacional e cultural, ainda que me recuse a fechar os olhos para seus erros crassos, que facilitaram a vida de quem queria jogá-lo às feras da extrema direita para que germinasse o ódio que hoje se espraia pelo PT entre a nossa boa sociedade cristã-conservadora-hipócrita.
Em 2024, os petistas lançaram apenas dez candidatos a prefeito no Tocantins com chances de eleger só três, aqueles que vão à reeleição. Perdeu a candidatura — importante para o debate público — de Célio Moura em Araguaína, tratorou o professor Fabiano em Gurupi e vê um dos quadros dos mais qualificados da política do Estado, Paulo Mourão, fora do processo. São os resquícios dessas lutas fratricidas internas que acompanho estupefato daqui do bunker.
A extrema direita deve estar muito feliz com o PT do Tocantins.
Saudações democráticas,
CT