SANGRIA NÃO FOI ESTANCADA
A crise da Associação Comercial e Industrial de Palmas (Acipa) não foi estancada com a assembleia da entidade, a nota e o vídeo dessa terça-feira, 10. Os insatisfeitos contam que foram 14 os diretores que se afastaram temporariamente, porque o presidente Joseph Madeira não quis deixar a presidência. Contudo, afirmam que agora, depois da assembleia, vídeo e nota, começam os pedidos de desfiliação de empresas. Duas já estão confirmadas: a Ortomaq, do empresário Charles Seixas, que, inclusive, presidiu a Acipa de 2007 a 2008; e o Hotel 10. Outras empresas, dizem, também seguirão o mesmo caminho.
PEQUENOS COMERCIANTES
Sobre a assembleia dos diretores que ficaram, os insatisfeitos dizem que são pequenos comerciantes — alguns, afirmam, até desconhecidos –, que as maiores empresas não concordam com a permanência de Joseph à frente da entidade e que são elas, as grandes, que devem pedir desfiliação nos próximos dias, uma vez que foram seus representantes que deixaram a gestão.
VERDADEIRAMENTE COMPROMETIDOS?
A situação se agravou com o fato de a nota da entidade ter se referido aos que ficaram como os que “verdadeiramente estão comprometidos” com a Acipa. Para os insatisfeitos, os verdadeiramente comprometidos são os que se afastaram por não concordar que a associação fique sob comando de “alguém que responde a denúncias tão graves e que chegou a ser preso numa operação dessa magnitude”, como afirmou um deles à coluna. “Não é pessoal, queremos afastamento do presidente para preservar a imagem da Acipa”, disse o empresário, que pediu o anonimato.
NINGUÉM SEQUER INDICIADO
À Coluna do CT, Joseph ressaltou que o processo em que ele e outras pessoas são citadas “ainda está em fase de investigação”. “Ninguém foi sequer indiciado. Portanto, não há como se querer que eu seja penalizado por antecipação”, defendeu, em relação à Operação Fames-19, da Polícia Federal.
ACUSAÇÕES FALSAS
O candidato a prefeito de Gurupi pelo PSD, Eduardo Fortes, disse em nota que a prefeita Josi Nunes (UB) fez acusações falsas contra ele no debate da TV Norte/SBT, do qual o também deputado estadual preferiu não participar nessa terça-feira, 10. “Cometeu mais um crime, quando fez acusações falsas contra Eduardo Fortes, durante o debate da TV Norte. Tais acusações caluniosas foram levadas ao conhecimento da Justiça para que sejam tomadas as medidas cabíveis”, avisou, sem especificar o que foi dito. Como a coluna informou nessa terça, num dos trechos do debate, Josi, ao lamentar a ausência de Fortes, disparou: “O deputado é corajoso para subir nos palanques gritar e me agredir, é corajoso para distribuir panfletos anônimos pela cidade, mas não teve coragem de estar aqui”.
ILUDIR O ELEITOR
Segundo a nota da campanha de Fortes, o candidato “vem mostrando a realidade de Gurupi, desmontando a fantasia criada por Josi Nunes, que insiste em mostrar uma cidade de faz de conta, na tentativa de iludir o eleitor”. “As verdadeiras vítimas de todo esse processo são as centenas de pessoas que ficam mais de cinco horas para ser atendidas na UPA de Gurupi. São os gurupienses que passam quase dois meses para receber o resultado de um exame simples. Vitimas são aquelas mães que não conseguem vaga nas creches. São os empresários que pagam os impostos municipais mais altos do Tocantins. A verdadeira vítima é o povo de Gurupi. Vítima de uma gestão que virou as costas para a população e que ficou paralisada durante mais de três anos e só reagiu em época de eleição. Gurupi merece uma gestão que realmente tenha cuidado com as pessoas, coisa que a prefeita Josi Nunes não teve”, pontuou Eduardo Fortes, na nota de sua campanha.
NÃO FEZ ELOGIOS
O apresentador Jairo Santos, da TV Norte/SBT de Gurupi, comentou no programa “Povo na TV”, na tarde desta quarta-feira, 11, a crítica de Eduardo Fortes, na justificativa do candidato para não comparecer ao debate. Sem citar o nome, a nota diz que Jairo, “por diversas vezes, fez elogios públicos à atual gestão, demonstrando clara parcialidade em sua conduta”. O apresentador explicou que, na verdade, não fez elogios, nem citou o nome da prefeita Josi, o que ocorreu foi que, tempos atrás, exibiu reportagem de uma comunidade de Gurupi reclamando da falta de asfalto, que estava gerando alagamentos na chuva e poeira na seca. “Quando o asfalto foi feito, eu voltei lá para a comunidade falar que o problema estava resolvido, uma prática comum do jornalismo”, afirmou Jairo à coluna.
SÓ SERVE QUANDO CRITICA?
Ele disse que a campanha de Fortes — que, para se ausentar, também criticou o formato do evento — participou das reuniões, concordou com as regras e tudo foi registrado na Justiça Eleitoral. Além disso, contou o jornalista, o candidato tem usado reportagens antigas de sua autoria com críticas à gestão de Josi. “Quer dizer que, quando critico, sirvo, mas, pela minha presença, ele não pode vir ao debate?”, questionou o jornalista.
EDUARDO SOLTA O VERBO
Depois do ex-prefeito Carlos Amastha (PSB) ir à Polícia Federal fazer denúncia contra um sujeito do Rio de Janeiro que estaria num hotel de Palmas comprando desistência de candidatos a vereador e até fazendo ameaças, agora foi a vez de Eduardo Siqueira Campos (Podemos) soltar o verbo nas redes sociais. Num vídeo postado na manhã desta quarta-feira, 11, no Instagram, Eduardo falou de “pessoas que, além de não ir aos debates, ficam sondando, rodeando, buscando levar e comprar os nossos eleitores, os nossos companheiros, os nossos vereadores”. “Eles vão diariamente em cima, fazendo proposta. É inacreditável o que está acontecendo, derramamento de dinheiro”, afirmou.
CASOS CONCRETOS
Eduardo avisou que vai denunciar “casos concretos de pessoas que foram parar direto no gabinete, usando a coisa pública para levar gente que quer tirar gente da gente”. “Para um palanque que não quer discutir a cidade, nem em debates. A denúncia está feita. Nós vamos levar à frente. Essa é uma realidade que está acontecendo. Eu só peço a você que pense bem numa coisa: eles não querem segundo turno, não querem discutir. Eles não vão a debate. Eles não têm coragem para conversar e discutir esTa cidade. A compra de voto tem que acabar. Nós vamos denunciar”, avisou.
Assista:
DO PODEMOS PARA O PL
O candidato a vereador do Podemos Charles Noleto, que é presidente da Associação de Moradores do Morada do Sol II, decidiu apoiar a candidata a prefeita do PL, Janad Valcari, depois de até ir à TV pedir voto para o nome de seu partido na disputa, Eduardo Siqueira Campos. Já em vídeo gravado nesta semana, ele avisa: “Estou aqui com a minha prefeita Janad Valcari, que eu creio que é melhor para Palmas”.
Assista o antes e depois:
INSPIRADA EM BOLSONARO
A candidata a prefeita do PL, Janad Valcari, parece ter se inspirado no principal líder de seu partido, o ex-presidente Jair Bolsonaro, e vai realizar uma motociata no sábado,14, a partir das 16 horas, com saída do Taquari. Está sendo chamada de “Motociata da Tropa”.
UMA LISTA DE DEFEITOS
Indiretamente, o prefeito de Paraíso, Celso Morais (MDB), rebateu com diplomacia as críticas que sua gestão vem recebendo de seu adversário, Osires Damaso (Republicanos). “Pensar Paraíso hoje está além das desavenças políticas e discórdias eleitorais. Paraíso é muito maior do que isso. O momento é olhar daqui pra frente”, afirmou no texto de suas redes sociais que acompanha o vídeo em que o candidato à reeleição afirma: “Defeitos, todos temos. E, se for para levantar os defeitos do nosso adversário, nós vamos encher uma lista. E nós não estamos aqui para fazer isso. Ele também dá a sua contribuição como político que já foi, empresário que é”.
SERIA UM BOM PREFEITO
Celso vai além. Disse que costuma falar que Damaso “seria um bom prefeito em Paraíso”. “Em outro momento, neste não. Porque neste nós já temos o prefeito que vai conquistar estas eleições”, avisou.
NOVO PRESIDENTE DO ITERTINS
Oficial de justiça avaliador cedido pelo Tribunal de Justiça ao governo do Tocantins até 31 de dezembro, Ruivaldo Aires Fontoura é o novo presidente do Instituto de Terras do Estado do Tocantins (Itertins). Ele foi nomeado nessa terça-feira, 10, pelo governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) no lugar de Robson Moura Figueiredo, exonerado após ser citado na Operação Máximus, da Polícia Federal, que apura possível venda de sentenças no Judiciário do Tocantins.
BILHETE DO CT
Caro Marcelo Lelis,
Primeiro queria dizer que sempre achei que hora ou outra você assumiria o comando do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado, temática que sempre o atraiu. Na verdade, foi sua porta de entrada para a política, ainda na gestão de Nilmar Ruiz (2001-2004) em Palmas, através da Agência Municipal de Meio Ambiente e Turismo (Amatur), quando criou, entre outros, o projeto Amigos do Meio Ambiente (AMA). Depois gostaria de cumprimentá-lo pela decisão de divulgar semanalmente o Boletim Climático e Risco de Incêndio. É fundamental manter a sociedade devidamente informada do quadro ambiental trágico que nós mesmos, os seres humanos, produzimos, e que agora pode nos destruir.
Chamou-me a atenção no primeiro boletim o fato de Lagoa da Confusão, um dos maiores centros do agronegócios do Estado, ter quase o dobro de focos de incêndio em relação ao segundo colocado, Pium. São 489 focos contra 267, ou 83,14% a mais! Incrível! Por quê? Fiquei curioso.
Nessa primeira edição também assusta os 11.281 focos de queimadas em 2024, dos quais 2.854 somente na primeira semana de setembro. Ou seja, um quarto das ocorrências do ano em apenas sete dias deste mês! É estarrecedor o que temos visto no Estado e Brasil afora.
Em suma, Marcelo, a pasta que você comanda é neste momento a mais importante do governo. A relevância dela deve crescer cada vez mais com a crise climática que tende a se agravar, ainda que fatias enormes da sociedade relutem em acreditar nas perspectivas distópicas que se desenham no horizonte sombrio, acomodadas na profunda ignorância do obscurantismo vigente ou entregues à ganância de quem quer só ganhar dinheiro e não pensa nas consequências predatórias de sua exploração da natureza.
E pensar que órgãos do Estado receberam, recentemente, um negacionista climático como autoridade a ser levada a sério. É inacreditável que secretários, presidentes de órgãos de fiscalização e técnicos perderam seu precioso tempo para ouvir um imbecil desse tipo. É lamentável. Espero que no protagonismo que você deverá assumir, ou quem esteja em seu lugar no futuro, não abra mais as portas para picaretas climáticos.
Porque esse é um tema da maior seriedade e que cada vez mais vai influenciar na qualidade de vida de nossa gente. De forma “democrática”: ricos e pobres, todas as raças e credos pagarão por omissões ou colherão os bons frutos das políticas ambientais. Sem se reconciliar com a natureza, o homem não poderá produzir, o que significa que não terá emprego, sem o qual não comerá, e, mesmo que tenha reservas, terá dificuldades para comprar, porque não haverá produção suficiente. Deve faltar água e o calor vai se tornar mais e mais insuportável (e Palmas, por exemplo, até hoje não tem um projeto de arborização que se possa considerar sério, e, se houver, deve repousar na gaveta de algum burocrata). Temperaturas extremas significarão mais doenças respiratórias, alta dos casos de câncer de pele e outras doenças dermatológicas, entre tantas consequências negativas para a saúde.
Enfim, secretário, a humanidade está diante do caos.
Daí a importância que sua pasta assume neste contexto de emergência climática, com uma transversalidade que a levará a adentrar nas competências da saúde, educação, agricultura, pesca, pecuária, indústria e comércio, trânsito e transporte e até no campo jurídico. Haverá uma época — e não estamos longe disso — em que o secretário de Meio Ambiente será uma espécie de primeiro ministro.
Isto é, se nossos líderes tiverem a grandeza de compreender o tamanho do problema que seus comandados têm pela frente para simplesmente continuar vivendo. Nossas autoridades precisarão ter coragem para enfrentar os abusos do capitalismo, os conchavos e achaques dos parlamentos e a falta de educação dos cidadãos. Ou nós mudamos nossa sociedade adoentada, entregue a um egocentrismo que poderá se tornar fatal à sua existência, ou os sofrimentos que apenas começamos a experimentar vão aumentar para muito além do limite do suportável.
Desejo muita sorte e sabedoria a você e sua equipe. Que não lhes faltem o comprometimento e a força necessários para tomar as medidas exigidas nestes tempos difíceis, que, reforçando, são apenas os princípios das dores.
Saudações democráticas,
CT
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