EM ATRASO
Ao tempo em que a prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro (PSDB), anuncia a concessão de uma mordida maior dos vereadores no orçamento do município, com a elevação do índice destinado a emendas de 1,2% para 2%, a oposição na Câmara reclama que não está recebendo em dia os valores destinados por ela. Inclusive, em abril, o vereador Mauro Lacerda (PSB) fez uma denúncia ao Ministério Público Estadual (MPE), que instaurou Inquérito Civil Público para apurar. As emendas são impositivas, o que significa que o Executivo é obrigado a pagar, sem distinguir se situação ou oposição.
UMA OU OUTRA PAGA
As emendas de 2020 e 2021 foram todas canalizadas para a saúde por conta da pandemia de covid-19, que vitimava milhares de palmenses e matou 766. No ano passado, vereadores de oposição afirmam que uma ou outra emenda de sua autoria foi paga.
O QUE FEZ COM O DINHEIRO?
Diante desse atraso, Lacerda apresentou requerimento em 2022 questionando os motivos do atraso e o que está sendo feito com os recursos das emendas, uma vez que são carimbadas para esse fim. Ou seja, só podem ser usadas conforme a destinação do parlamentar. Como a prefeitura não respondeu o requerimento, o vereador do PSB protocolou a denúncia em abril no MPE.
PAGA ATÉ DEZEMBRO
O líder da prefeita na Câmara, vereador Waldson da Agesp (PSDB), garantiu à coluna que a ordem de Cinthia é para pagar todas as emendas até o fim de dezembro, tanto para a base, quanto para a oposição.
A CONTRAPOSIÇÃO PALACIANA
Palacianos usam essa reclamação dos vereadores para contrapor a cobrança que o deputado estadual Eduardo Mantoan (PSDB) fez esta semana. Ele aproveitou o anúncio da esposa, a prefeita, da elevação do índice de emendas da Câmara de 1,2% para 2% para cobrar a mesma medida do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos). Mantoan é autor da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que prevê essa exata mudança no índice das emendas dos deputados.
UM PAGA, OUTRO NÃO
Contudo, os governistas reagiram afirmando que a diferença entre Palmas e o Estado é que o primeiro não paga as emendas em dia, enquanto o Palácio não atrasa.
MOMENTO INOPORTUNO
Avaliação de governistas ainda é de que a cobrança de Mantoan, além de considerarem indevida, chega no momento inoportuno, quando Cinthia se esforça por uma aproximação com Wanderlei, com rasgados elogios públicos ao governador.
FUTUROLOGIA
Há quem se aproveite da aparente fragmentação do grupo palaciano na construção de cenário para as eleições de 2024 para já especular o bate-chapa de 2026. De um lado colocam o atual vice-governador Laurez Moreira (PDT) como candidato à reeleição (já que assumiria o governo em abril daquele ano), com o hoje governador Wanderlei para o Senado e um nome da Assembleia de companheiro na majoritária ou ainda o deputado federal Vicentinho Júnior (PP), que trabalha com esse objetivo. De outro lado, senadora Dorinha Seabra Rezende (UB) a governadora, com Eduardo Gomes (PL) à reeleição no Senado, tendo o ex-prefeito de Araguaína Ronaldo Dimas (PL) ou Carlos Gaguim (UB) também na majoritária pela segunda vaga. Que acham?
BRENNO NO DC DE COLINAS
Como a coluna antecipou, advogado Brenno Albuquerque assumiu nessa quinta feira, 26, a presidência do Democracia Cristã (DC) de Colinas, numa solenidade no gabinete do deputado estadual Marcus Marcelo (PL), em Palmas, com a presença do presidente estadual do partido, Lucas da Lince. “Este novo grupo político é unido e independente, e abre oportunidade para novas lideranças e pré-candidatos comprometidos com a renovação política de Colinas”, afirmou Albuquerque.
SEGURANÇA PARTIDÁRIA
Líder do grupo, o deputado Marcus Marcelo avaliou que um bom projeto político precisa de segurança partidária e liberdade para decidir o melhor caminho para as eleições de 2024, com autonomia. Marcus avisou: “O projeto do DC de Colinas também é o meu projeto”. O grupo garante já contar com 15 pré-candidatos a vereador e é visto como boa opção para a vaga de vice-prefeito de alguma majoritária.
TETIM PODE SER O NOME DE MARAJÓ
Em Cariri aumenta a expectativa de que o presidente da Câmara, Elton Moreira, o Tetim (UB), seja o candidato do prefeito Júnior Marajó (UB) em 2024. Em 2020, Tetim foi o vereador mais votado da história da cidade. De toda forma, espera-se eleição polarizada, com a oposição já com o nome definido do presidente da Câmara de Gurupi, Valdônio Rodrigues (PSB), que recebeu apoio de líderes como o ex-prefeito Almir.
FILHOS DA CIDADE
Para reagir a um político de fora de Cariri, Tetim e outros dois filhos da cidade – ex-vereadora Ivonete Pereira (Republicanos) e o vereador professor Ederson (UB) – formaram uma frente que impeça o avanço de Valdônio, cearense de Parambu, comerciante e que vive em Gurupi desde 1998.
ZÉ MENDONÇA É O NOME DA OPOSIÇÃO
Em Augustinópolis, o vice-prefeito Zé Mendonça (Republicanos) está na caminhada para construir sua candidatura à sucessão do prefeito Antônio do Bar, irmão do presidente da Assembleia, Amélio Cayres (Republicanos). Ambos estão rompidos, e Antônio do Bar não se decidiu se vai à reeleição – já chegou a dizer que não será candidato.
UNIÃO DIFICULTA PARA PAÇO
Outra possibilidade na oposição, além de Zé Mendonça, é o ex-prefeito Júlio Oliveira, que perdeu em 2020 por míseros 57 votos. Os adversários do prefeito avaliam que, se os dois se unirem, a eleição ficaria muito difícil para Antônio do Bar.
SEM SUCESSOR
Segundo observadores da política local, o prefeito não tem conseguido emplacar um nome à sucessão, por isso, avaliam, o próprio Antônio do Bar poderá decidir concorrer.