SOLENIDADE DAS AUSÊNCIAS
Um dos principais destaques da filiação do prefeito de Araguaína, Wagner Rodrigues (ex-Solidariedade), ao União Brasil, da senadora Dorinha Seabra Rezende, na sexta-feira, 15, não foram as presenças, mas as ausências. A primeira mais sentida foi a de seu ex-vice-prefeito e hoje deputado estadual Marcus Marcelo (PL). Segundo se diz na cidade, o parlamentar não anda satisfeito com o tratamento recebido e sumiu dos eventos da prefeitura. Agora nem à filiação de seu companheiro de chapa de 2020 foi.
PREVISÃO NADA OTIMISTA
Ainda na sexta, chegou-se a comentar que Wagner e Marcus teriam uma conversa em Palmas, mas, quando diziam isso, o deputado já estava chegando em Araguaína. Não houve o encontro também no final de semana e pessoas próximas de ambos os lados não se dizem otimistas de que isso ocorra ainda em 2023.
OUTRAS AUSÊNCIAS
Mas, além de Marcus Marcelo, pela relevância política de Araguaína, outras ausências foram sentidas na solenidade de filiação de Wagner, apesar de o convite ter sido feito. Uma delas foi a do vice-presidente regional do União Brasil, o deputado federal Carlos Gaguim. Outras faltas sentidas: os deputados estaduais Jair Farias e Vanda Monteiro; os prefeitos de Marianópolis, Isaías Piagem (segundo vice-presidente regional), de Formoso do Araguaia, Heno Rodrigues (membro da executiva estadual); e Josemar Kasarin, fiel militante do União Brasil.
PARA NÃO CONTRARIAR GOVERNADOR
A explicação para essas ausências é simples: não contrariar o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), que, em Araguaína, apoia a pré-candidatura a prefeito do deputado estadual Jorge Frederico (Republicanos). Tanto que, dos prefeitos do UB, apenas Josi Nunes, de Gurupi, compareceu. Ela deve ser adversária do candidato governista em 2024 — que será, provavelmente, o deputado estadual Eduardo Fortes (PSD).
ALIADOS E ASSESSORES
Dessa forma, com exceção de Josi, na filiação de Wagner estavam somente seus aliados em Araguaína e assessores da presidente regional do UB, Dorinha Seabra Rezende.
LULISTA EM MEIO A BOLSONARISTAS
Aliás, outro prefeito presente foi o de Aparecida do Rio Negro, Suzano Marques, mas emedebista das antigas. Ele se destacou na solenidade pelo que disse em sua fala. Em meio a bolsonaristas juramentados — de Dorinha a Wagner, passando pelos vereadores araguainenses –, Suzano fez questão de ressaltar que em 2022 apoiou a candidatura do presidente Lula. Segundo ele, foi por gratidão pelo fato de, no primeiro governo do petista, quando Suzano também era prefeito, Lula investiu muito em habitação em Aparecida do Rio Negro. Foi o único a discursar que falou do cenário nacional. Mas os presentes garantem que não houve mal-estar.
SEM SUSTENTABILIDADE NÃO É DESEJÁVEL
O secretário estadual da Fazenda, Júlio Edstron Secundino, afirmou à coluna que alcançar a nota A na Secretaria do Tesouro Nacional é uma meta, mas que se deve conquistar de forma sustentável. Chegar até essa nota, explicou, exige obrigações pesadas para um Estado em desenvolvimento, como o Tocantins. Segundo ele, isso significa “um esforço em todos os setores”, como sacrificar direitos dos servidores e serviços públicos. “Por isso, acredito que a nota A tem que ser sustentável. Fazer cortes de serviços públicos essenciais para atingir uma nota A, sem sustentabilidade, não é desejável”, defendeu o secretário. Júlio Edstron avisou que prefere “almejar, alcançar e manter a nota A com o crescimento da economia do Tocantins”.
MELHOR DISTRIBUIÇÃO DE RENDA
Sobre o Produto Interno Bruto (PIB) dos Municípios divulgado na sexta-feira, 15, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o ex-prefeito de Araguaína Ronaldo Dimas (PL) avaliou à coluna que a queda percentual na participação das maiores cidades no PIB tocantinense deve-se à expansão do agronegócio, principalmente da agricultura. Para Dimas, Araguaína, Gurupi e Palmas tiveram crescimento significativo, porém, inferior ao “interior” do Estado. “Tudo isso é muito positivo já que significa uma melhor distribuição de trabalho e renda”, defendeu o ex-prefeito. Conforme o estudo do IBGE, apesar de sete municípios somarem praticamente 50% do PIB do Estado, as maiores cidades registraram as mais acentuadas quedas: Palmas perdeu de 2,8 pontos percentuais em 2021 sobre 2020; Araguaína, 0,77 ponto percentual; e Gurupi, 0,72 ponto percentual.
MENORES GANHARAM
No outro extremo, os que mais ganharam foram municípios menores: Formoso do Araguaia, com crescimento de 1,7 ponto percentual; Porto Nacional, com 1,07 ponto percentual; Campos Lindos, com 0,86 ponto percentual; Aliança do Tocantins, 0,84 ponto percentual; e Sucupira, com 0,78 ponto percentual.
RECESSO A PARTIR DO DIA 20
A coluna Em Off entrará em recesso a partir desta quarta-feira, 20, e voltará aos bastidores no dia 8 de janeiro.