UM PROBLEMA NACIONAL
O descontentamento é grande em diversas correntes do PT com o presidente regional do partido, José Roberto. Os insatisfeitos dizem que ele estaria entregando os cargos federais para o Republicanos, numa aliança, sobretudo, com os deputados Ricardo Ayres e Antônio Andrade. Pior: os descontentes dizem não sentir segurança na postura do Republicanos frente ao governo Lula. “A CNB (tendência majoritária do PT, a Construindo um Novo Brasil) já chegou à conclusão de que o Zé Roberto é um problema nacional”, afirmou um dos insatisfeitos.
RECLAMAÇÃO A PADILHA
Segundo esse grupo, importantes líderes petistas do Estado até já estiveram com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, reclamando da postura do presidente do PT tocantinense. Para os descontentes, a postura de Zé Roberto tornará pior a situação do partido, que não vive seu melhor período por aqui. Além de ter perdido a vaga na Câmara Federal, de Célio Moura, é a primeira vez desde 2002 que a sigla não elege nenhum deputado estadual.
ALHEIOS ÀS TRATATIVAS
De acordo com os insatisfeitos, dos 41 órgãos federais no Tocantins, apenas 11 ficaram com PT e seus aliados, que se dizem alheios a todas as tratativas que Zé Roberto tem feito.
A INSATISFAÇÃO É INTERNA
Petistas disseram que o presidente do partido, contudo, tem apoio de PCdoB e PV na questão dos cargos, e que mantém um bom diálogo com o senador Irajá (PSD). Porém, admitem, a insatisfação interna no partido é gigante.
INSATISFAÇÃO TAMBÉM NA ALETO
Insatisfação também na base do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) na Assembleia. O mesmo caso: o rateio de cargos, sobretudo de segundo e terceiros escalões. A Medida Provisória da nova estrutura administrativa do governo já está na Assembleia. Ou seja, Wanderlei precisará de apoio total dos deputados para a aprovação, o que exigirá, óbvio, uma boa conversa sobre a nomeação do pessoal dos parlamentares na máquina. A maioria dos indicados pelos deputados exonerados esses dias ainda não voltou aos cargos. “Muita gente desesperada”, contou uma fonte do Legislativo.
NÃO CEDERÃO ESPAÇO
Uma discussão que também pesa neste momento é sobre a incorporação de deputados que agora são base, mas que não apoiaram Wanderlei. São os eleitos pelos candidatos a governador derrotados Irajá e Ronaldo Dimas (PL). Parlmentares fieis ao governador desde muito antes das eleições não abrem mão de espaço para os chegantes.
POR MÉRITOS PRÓPRIOS
O ex-prefeito e ex-deputado estadual Cacildo Vasconcelos (Progressistas) negou à coluna que tenha pedido ao governador Wanderlei emprego para a filha Débora Vasconcelos, nomeada dia 15 como vice-presidente do Instituto de Pesos e Medidas (Ipem-TO). Ele assegurou que Débora conseguiu o cargo por méritos próprios.
DESDE O PRIMEIRO MOMENTO
Cacildo também garantiu que não é verdade que tenha aderido à candidatura de Wanderlei aos 49 minutos do segundo tempo, como acusam adversários dele na cidade. Segundo o ex-deputado, desde o primeiro momento trabalhou pela reeleição do governador, que disse ter almoçado em sua residência já em 1º de agosto, data do aniversário de Arraias e do ex-governador Siqueira Campos. “Sou um homem de posição. Quem passou essa informação deve ser alguém que está com o cotovelo coçando demais porque não está dando conta das coisas”, especulou.
MÁRCIO DEVE FICAR
Tudo indicação que a mobilização da comunidade acadêmica surtiu efeito e o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Tocantins (Fapt), Márcio Antônio da Silveira, deve permanecer no cargo que exerce, pelo menos, desde 2018.
MAIOR DESAFIO DA REFORMA TRIBUTÁRIA
O deputado federal Ricardo Ayres lembra que, nos próximos dias, a Câmara iniciará os debates sobre a reforma tributária. Para o deputado tocantinense, o maior desafio será garantir que não haja aumento ou criação de novos impostos, como a volta da CPMF, além de reduzir as burocracias. “Nossa carga tributária é uma das mais altas do mundo e precisamos mudar esse quadro para garantir o crescimento do país”, defendeu em suas redes sociais.
UNIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS FEDERAIS
Ayres avisou que sustentará a unificação dos tributos federais, deixando de lado o ICMS, que é dos estados, e o ISS, dos municípios. “Por entender que o caminho para o crescimento é a descentralização dos recursos, dando autonomia aos gestores públicos estaduais e municipais”, avaliou.
SEM TAXAS CARTORIAIS
Já o deputado federal Antônio Andrade está propondo, através de uma emenda, que os beneficiários urbanos e rurais da Faixa 1 do Programa Minha Casa Minha Vida fiquem isentos do pagamento de taxas cartoriais. “A obtenção da casa própria, além da realização de um sonho, é um instrumento de política pública para a redução da desigualdade”, observou o parlamentar.