NÃO VAI FAZER COMO WANDERLEI
O comentário das convenções do final de semana foi uma frase do candidato a prefeito do PDT de Dueré, Dida Moreira, ninguém menos do que irmão do vice-governador Laurez Moreira (PDT). Durante seu discurso, Dida Moreira garantiu a seu vice, Silva da Vila (PP), que ele será valorizado e emendou: “Eu não vou fazer de você igual Wanderlei fez com Laurez Moreira. Vou fazer de você um dos melhores vice-prefeitos de nossa cidade, Dueré”, afirmou, com Laurez do lado dele.
MUITOS NOVOS CAPÍTULOS À FRENTE
Claramente, Dida remete, com sua frase, para a crise entre governador e seu vice, que resultou na exoneração dos aliados mais próximos de Laurez do governo do Estado e que promete muitos novos capítulos até 2026.
Assista:
QUEM NÃO TEM CORAGEM QUE NÃO ENTRE NA POLÍTICA
Pior que estão pressionando jornalistas “a não ouvir o não”. Aqui, não, jacaré! O “não” é claríssimo. Não sei nem quem é o adversário de Dida, não conheço, mas deve prevalecer a verdade. Não dou a mínima para a eleição de Dueré. Mas sempre a verdade. Para quem tem dúvida — e não tem má-fé nem surdez — segue um vídeo em câmera lenta em que a palavra “não” ou “num” é dita claramente, bem como a onda de áudio com a palavra “não” ou “num” destacada em vermelho. Quem não tem coragem para assumir o que fala não deve entrar na política. Política é para quem tem coragem e postura. Espero esse que não seja um defeito de Dida Moreira.
Assista o trecho em câmera lenta e com as ondas de áudio com a palavra “não” ou “num” em vermelho:
TODA POMPA
A convenção da candidata a prefeita do PL, Janad Valcari, na sexta-feira, 2, foi, sem dúvida, a mais pomposa em termos de estrutura de todas as realizadas e que ainda serão realizadas no Tocantins até esta segunda-feira, 5. Como a coluna adiantou com exclusividade, o governador Wanderlei Barbosa subiu no palanque e cumpriu o protocolo: anunciou apoio a Janad, a chamou de “próxima prefeita” da Capital, se colocou à disposição para andar com ela pela cidade, disse que a demora em decidir, não foi demora, ainda que tenha sido a última candidata a receber o apoio dele e ainda somente na hora da convenção — a decisão foi tomada no final da manhã de sexta, mas não se chamou coletiva de imprensa, não houve material de campanha para as redações, absolutamente nada. A confirmação oficial só ocorreu mesmo já no palanque da convenção.
NADA DA PRIMEIRA-DAMA
Além disso, o que mais chamou a atenção não foi a presença do governador, mas a ausência da primeira-dama do Estado e companheira inseparável de Wanderlei nesta campanha, Karynne Sotero. O governador garantiu à coluna, contudo, que karynne está integrada ao projeto de Janad e que ela só não foi à convenção porque ele pediu para a primeira-dama representá-lo num evento com o secretário nacional do Esporte, que estava no Estado no dia.
BOMBA ATÔMICA PARA GOMES
O governador cedeu após a imensa pressão e foi para o palanque de Janad, mas a condição é aquela que a coluna divulgou na sexta: o PL — e também o União Brasil, aliado de primeira hora da deputada — terá que dar a contrapartida ao Republicanos e retirar algumas candidaturas pelo interior. A leitura que o meio político fez é que Wanderlei cedeu atirando uma bomba atômica no colo do senador Eduardo Gomes, presidente regional do PL. Dois municípios são citados: Dianópolis, pelo PL, e Peixe, pelo União Brasil.
HOMEM DE GRUPO
Um debate intenso na campanha de Janad foi sobre o nome do vice. O governador, dizem, queria mesmo o ex-vereador Milton Neris (Republicanos), companheiros de Câmara de Palmas e Wanderlei até pediu para que o ex-parlamentar deixasse a Secretaria Executiva de Indústria e Comércio para ficar à disposição. Mas aí o deputado estadual Cleiton Cardoso (Republicanos) entrou no circuito, com o nome do filho, o vereador Pedro Cardoso (Republicanos). Cleiton já havia sido preterido na eleição da mesa diretora da Assembleia em 2023, quando teve que retirar sua candidatura a presidente para apoiar Amélio Cayres (Republicanos). Assim, tinha crédito a receber. Houve preocupação palaciana com a reação de Neris, que, contudo, se mostrou tranquilo e aceitou a decisão como importante para o grupo. Neris é homem de grupo.
NUNCA DISPUTOU ELEIÇÃO COM APOIO DE GOVERNADOR
O governador Wanderlei e o prefeito de Nazaré, Clayton Paulo (PSD), trocaram farpas nas convenções do final de semana na cidade. Clayton é, talvez, o único prefeito que assume ser oposição ao Palácio. Em sua convenção de sábado, 3, à noite, Clayton disse que seu adversário, padre Josimar Campos (Republicanos), pediu à Justiça a suspensão de seus direitos políticos. “Quem diz que vai fazer uma campanha limpa, antes de começar a campanha já está pedindo a suspensão dos direitos políticos do adversário. Essa pessoa tem boa intenção? Não tem. Então, vou dizer quem pagou os advogados: o governador do Estado”, afirmou. “Eu nunca disputei uma eleição no Estado com apoio do governador, e nunca faltou a Nazaré as grandes obras e as grandes realizações. E quero dizer a vocês que vai continuar assim, até o dia em que tiver governador neste estado que respeite as urnas das cidades. Até o dia em que tiver representante neste estado que saiba que quem tem que decidir o futuro da cidade é a sua população e não interferência externa”, disse o prefeito.
PREFERE FICAR XINGANDO
Já na convenção do Padre Josimar nesse domingo, 3, pela manhã, o governador Wanderlei também deu suas alfinetadas. Ele lembrou que colocou R$ 2 milhões para todos os municípios, mas que, em Nazaré, “faltou um pouco”. “Porque o prefeito não aproxima… Prefere ficar me xingando de longe. […] Às vezes eles pensam que eu estou com medo deles. Não estou. Sou um homem que começou como vereador”, ressaltou.
AÇÃO PREVENTIVA
Diante do que ocorreu em Araguaína, na convenção do prefeito Wagner Rodrigues (UB), na quinta-feira, 1º, aliados do governador Wanderlei Barbosa querem evitar o constrangimento de ter dividir palanque com Irajá (PSD) e ver à sua frente o senador metralhar o Palácio sem nada poder fazer. Alguns tem agido preventivamente até antes do episódio de Araguaína, quando Irajá detonou o governador na frente de seus aliados, o que fez o deputado federal Alexandre Guimarães (MDB) descer do palanque e o irmão dele e vice de Wagner, Israel Guimarães, sair em defesa de Wanderlei no discurso.
DEIXOU A COMITIVA
Em Porto Nacional, no início de julho, o deputado federal Ricardo Ayres (Republicanos) participou de uma agenda com o prefeito Ronivon Maciel na UFT e seguia para uma segunda numa UBS, quando soube que Irajá estaria presente. Ricardo, que apoia a reeleição do prefeito, então, deixou a comitiva e avisou Ronivon que não quer estar em eventos com a presença do senador.
SÓ SE NÃO HOUVER ATAQUES A WANDERLEI
O deputado federal Carlos Gaguim (UB) avisou seus prefeitos e principais aliados que não vê problema em participar de eventos com Irajá, mas desde que o senador não ataque o governador. Se for para atacar Wanderlei, Gaguim pediu para ser avisado para que não compareça.
RECURSO NEGADO
O professor Fabiano Kenji, que teve sua pré-candidatura a prefeito de Gurupi retirada pelo PT local para que o partido apoiasse a reeleição de Josi Nunes (UB), informou seus aliados que seu recurso foi negado pela executiva nacional. “A resposta dada ao recurso foi breve, apontando que o diretório nacional (ou sua maioria) procurou não analisar a fundo os elementos contidos nele, provavelmente para evitar polêmicas entre as instâncias do partido”, disse professor Fabiano. Para ele, “infelizmente, tal postura deixa sem apuração as irregularidades apresentadas no documento que, se forem repetidas, continuará a desestimular o lançamento de candidaturas majoritárias do Partido dos Trabalhadores no Tocantins”. “Por esta razão, encaminharei as denúncias das irregularidades para o comitê adequado do partido (ética ou disciplinar) após as eleições 2024 ou em um momento que não sobreponha com as atividades eleitorais do PT (mesma razão pela qual não entrarei em mais detalhes do que já fiz no vídeo sobre o recurso que fiz ao diretório estadual)”, avisou.
VENDEU ANTECIPADAMENTE
Para o ex-pré-candidato, “com a confirmação do veto, 2024 se torna o ano em que a maioria do diretório municipal vende antecipadamente o PT para as candidaturas da direita à prefeitura de Gurupi”. “Em uma decisão de cúpula em que se fez o maior esforço possível para que a voz da militância do PT não seja ouvida”, criticou.