MOVIMENTOS SOCIAIS, OS PROTAGONISTAS
Na plenária tocantinense do Plano Plurianual (PPA), realizada nesta sexta-feira, 16, no Colégio Elizângela Glória Cardoso, em Palmas, o destaque foi para o espaço significativo ocupado pelos movimentos sociais, como o Sem Terra (MST) e o de Luta por Moradia (MNLM). Espaço no tablado reservado às autoridades e de fala. Coisa impossível no governo Jair Bolsonaro.
MUITO DESCONFORTÁVEL
Inclusive, o deputado federal Alexandre Guimarães (Republicanos), voz forte na Câmara contra, sobretudo, o MST, viu-se no tablado cercado por líderes sem-terra e o do movimento por moradia. Há quem diga que ele estava muito desconfortável. Fato é que, a determinada altura, Guimarães se retirou.
CRÍTICA A GOVERNO ESTADUAL E ALETO
Todos os movimentos sociais presentes, como dito, fizeram falas no PPA, e com críticas à gestão estadual, o que deixou o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), que participou do evento, nada confortável. Entre as queixas que Wanderlei ouviu, o fato de seu governo não receber os movimentos, sobre falta de diálogo, a não destinação de áreas públicas para a habitação. A falta de diálogo foi estendida também ao presidente da Assembleia, Amélio Cayres (Republicanos).
SE COMPROMETEU A DIALOGAR
Ao falar no evento, Wanderlei se comprometeu a dialogar com os movimentos na busca de parcerias para desenvolver projetos sociais voltados para produção de moradias e o fortalecimento da agricultura familiar.
GOVERNANÇA FUNDIÁRIA
Diante do deputado federal Lázaro Botelho (PP), autor do projeto de lei que visa impedir que invasores de propriedades rurais sejam beneficiários de programas relacionados à Reforma Agrária, regularização fundiária ou linhas de crédito voltadas ao setor, o coordenador estadual do MST, Antônio Marcos, disse aos ministros presentes – Flávio Dino (Justiça), Simone Tebet Justiça (Planejamento) e Mauro Vieira (Relações Exteriores) – que um dos graves problemas enfrentados pelo Estado é justamente o da governança fundiária, que, sustentou, só será possível diante do combate à pobreza e à desigualdade.
NINGUÉM É INVASOR
Assim, defendeu que o governo Lula precisa dar atenção especial a uma reforma agrária que garanta terra a trabalhadores que não têm acesso a ela nas propriedades que não estão cumprindo sua função social. “Então, ninguém é invasor aqui”, garantiu Antônio Marcos diante de um atento Lázaro Botelho. “É o governo federal que precisa cumprir com seu papel constitucional de fazer a reforma agrária nas terras que não cumprem a função social. O MST não está invadindo nada, nenhum movimento social está invadindo nada. É apenas um clamor para que o governo federal e o governo estadual implementem a reforma agrária, numa ação de combate à desigualdade e de desenvolvimento para os pobres do campo.”
O EDY POR PERTO
Um episódio de bastidores envolveu Alexandre Guimarães e seu colega de Câmara Carlos Gaguim (UB), que reclamava, antes da solenidade começar, do fato de os dois terem perdido a Superintendência da Secretaria de Patrimônio da União (SPU) no Estado, que acabou com Edy César dos Passos, numa articulação do próprio e do deputado federal Ricardo Ayres (Republicanos). Ao ser informado de que Edy estava nas proximidades, Gaguim saiu do local com cara de poucos amigos.
CALDO ENTORNOU EM GURUPI
O caldo entornou na sessão da Câmara de Gurupi dessa quinta-feira, 15, com uma acalorada discussão entre a vereadora de oposição Débora Ribeiro (PTB) e o líder da prefeita Josi Nunes (UB) na Casa, Zezinho da Lafiche (Avante). Com Josi presente, os parlamentares iniciavam o debate sobre o pedido de autorização legislativa para o município contrair R$ 58 milhões de financiamento para obras diversas pela cidade. Débora avisou que votaria contra porque, segundo ela, não é esse recurso que fará a gestão realizar “o trabalho que tinha que ter sido feito nos últimos dois anos”. A vereadora reclamou de não ter tido oportunidade, nas comissões, de avaliar o projeto como gostaria.
NÃO QUER O BEM
A palavra então passou a Zezinho da Lafiche que fez questão de ressaltar que votaria favorável ao projeto porque é pelo desenvolvimento de Gurupi. O parlamentar ainda lembrou que o projeto chegou à Câmara em 17 de abril, portando, alegou, com tempo suficiente para a colega estudá-lo. E que a comissão ainda fez três pedidos de informações ao Executivo, devidamente respondidos, segundo apontou o líder. “Mais de 22 setores serão iluminados com LED, mais de 175 ruas e avenidas recuperadas com asfalto. Lamento na sua fala que é do quanto pior melhor. Dá para entender que você não quer o bem, não quer o desenvolvimento de Gurupi”, disparou Lafiche contra a colega.
FIQUE QUIETINHA
O caldo entornou de vez quando Débora esboçou que ia falar, mas preferiu esperar o colega terminar, e Zezinho afirmou: “Então, fique quietinha aí, depois você fala”. Os dois começaram a falar ao mesmo tempo. A vereadora pedia respeito e Lafiche garantia que não a tinha desrespeitado.
ORGULHO DE JOSI
Depois do microfone de Débora ter sido desligado, Zezinho da Lafiche desabafou, disse que se sentia acovardado como líder diante das críticas que a oposicionista sempre faz a Josi e ele se calava. “Não apoiei a prefeita, mas hoje me orgulho de tê-la como prefeita”, afirmou o vereador.
NINGUÉM VAI CALAR
Por fim, em seu minuto direito de resposta, Débora afirmou que não desrespeitou o vereador, mas que foi desrespeitado por ele, que “quis aparecer me mandando ficar quieta”. “É meu direito falar e ninguém vai me calar”, avisou
Assista a discussão no vídeo a partir de 1h26min:
LAUREZ ANIMADO
Enquanto o governador Wanderlei participou do PPA em Palmas, o vice-governador Laurez Moreira (PDT) foi a Rio Verde (GO) acompanhar o presidente Lula na inauguração do último trecho da Ferrovia Norte-Sul, enfim, pronta depois de 36 anos e um investimento de R$ 15 bilhões. Quem esteve com ele diz que Laurez se mostrou animado pelos dias que ficou como governador, com a missão de Wanderlei na Europa no início do mês.
MUITO SATISFEITO
Além disso, o vice se mostrou muito satisfeito com a relação que vem mantendo com Wanderlei, que o incumbiu de representá-lo em Rio Verde nesta sexta.
RODOVIA JOSÉ DEIJALDO
Passou a se chamar Rodovia José Deijaldo Arruda, o trecho da TO-040 que liga Pindorama ao entroncamento da TO-262. Uma homenagem ao ex-prefeito de Pindorama, o conhecido Zeca Arruda, falecido em janeiro. Ele administrou o município por dois mandatos.
RODOVIA MONSENHOR RUI
Outro homenageado é o monsenhor Rui Cavalcante Barboza, que faleceu em fevereiro. Ele emprestou o nome para o trecho da TO-342 que liga Miracema a Miranorte.
DOUTOR ARAGUAIA I
A trajetória do médico João Carlos Haas Sobrinho, morto na guerrilha do Araguaia, em 1972, será contada num documentário que terá gravações, entrevistas e pesquisas realizadas neste mês e em julho, na região de Porto Franco (MA) e Xambioá (TO). A obra leva o nome de “Doutor Araguaia” e o projeto está sendo liderado pelo administrador Edson Cabral e pela irmã de João Carlos, Sônia Haas. Os dois produtores buscam o apoio de entidades ligadas aos movimentos dos direitos humanos, leis de incentivo à cultura e instituições que lutam pela manutenção da Democracia no Brasil.
DOUTOR ARAGUAIA II
Em 1967, o médico João Carlos Haas Sobrinho chegou a Porto Franco, onde cuidou de centenas de pessoas desassistidas pelo estado brasileiro, e ainda montou um hospital comunitário. Os depoimentos, ao longo do documentário, vão revelar detalhes dessa história.