EM BUSCA DO 3º TURNO
No meio político, a articulação em torno da candidatura a presidente da Câmara de Palmas do vereador reeleito Marilon Barbosa (Republicanos) foi recebida como uma tentativa da deputada estadual Janad Valcari (PL), candidata derrotada das eleições municipais de outubro, de provocar um “terceiro turno”. Segundo se diz nos bastidores, ela que está conversando com os vereadores eleitos e buscando consolidar a candidatura a presidente de Marilon para impor uma derrota ao prefeito eleito Eduardo Siqueira Campos (Podemos) na disputa da mesa do Legislativo da Capital que ocorrerá no dia 1º de janeiro.
GRAVADO POR JANAD
Inclusive, foi feita por Janad a gravação da declaração de votos a Marilon pelos vereadores eleitos em sua base na reunião realizada na residência do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) na noite dessa quarta-feira, 11.
SEM 3º TURNO
Já o prefeito eleito Eduardo Siqueira Campos tem avisado que não vai entrar nessa disputa pela Câmara e que respeitará e vai procurar ter uma relação transparente e democrática com quem quer que seja eleito. Na diplomação, na noite de quinta-feira, 12, Eduardo avisou em seu discurso: “Não vejo nenhum adversário [na Câmara], não vejo ninguém que seja óbice para qualquer projeto. Lá exercitaremos a democracia, seja com voto contrário ou favorável, isso pouco importa”. O grupo de Janad elegeu em outubro 16 dos 23 vereadores.
MPE RECOMENDOU E CINTHIA IGNOROU
A ação civil pública contra a Prefeitura de Palmas por conta do concurso da educação já era mais do que esperada no Paço. Isso porque, antes de ingressar na Justiça na terça-feira, 10, o Ministério Público Estadual (MPE) teve o cuidado de enviar uma recomendação à prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB) no dia 9 solicitando que ela não homologasse o certame, nem nomeasse aprovados. Mesmo assim, Cinthia foi às redes sociais ainda na noite do dia 9 e anunciou que homologaria o concurso durante a semana passada, o que ocorreu no sábado, 14. Pessoas próximas da prefeita garantiram que falta de aviso de que haveria a ação do MPE não foi.
Confira:
QUE CONCURSO É ESSE!
Agora que concurso é esse — uma versão jornalística para “que show da Xuxa é esse!” — em que a maioria das respostas é “todas as afirmativas estão corretas”? Segundo o MPE, “em nada menos que 12 questões das 15 (na prova para o cargo de Professor do Ensino Fundamental I), 12 questões das 15 (na prova para o cargo de Supervisor Pedagógico), 9 questões das 15 (na prova para o cargo de Orientador Educacional) e 10 questões das 15 (na prova para o cargo de Técnico Administrativo Educacional – Monitor de Educação Infantil)“. Impressionante!
A CLAQUE DO MAL
Aliados fieis de Cinthia estão preocupados com o que chamam de “uma claque do mal” que a atiçam a fazer estripulias neste fim de mandato e que poderão fazer com que ela feche seu governo — com vários bons resultados — com graves problemas políticos e até jurídicos.
SÓ NO ANO QUE VEM
Na Câmara de Araguaína, semana passada, houve uma movimentação intensa para que as contas de 2019 do ex-prefeito Ronaldo Dimas (PL), com parecer do TCE pela rejeição, fossem analisadas pelos vereadores neste mês. Aliados de Dimas contaram à coluna que faz algum tempo que o presidente da Casa, Marcos Duarte (PSD), vinha dizendo que as contas da gestão do ex-prefeito seriam serão votadas ainda em 2024. Contudo, Duarte avisou os colegas que sem chances: esse julgamento só ocorrerá ano que vem.
O PANO DE FUNDO
No pano de fundo desse debate, garantem fontes ligadas a eles, está uma queda de braço é entre Ronaldo Dimas e o deputado federal Alexandre Guimarães (MDB). Os dois decretaram um armistício para as eleições municipais porque era de interesse de ambos: o ex-prefeito tinha o projeto iniciado por ele em jogo e um importante aliado na disputa, o prefeito Wagner Rodrigues (UB); e o parlamentar contava com o irmão, Israel Guimarães (MDB), de vice na chapa. Assim, juntaram o útil ao agradável e houve esse período de paz.
FIM DO ARMISTÍCIO
Agora os aliados de Dimas avaliam que o deputado colocou novamente as tropas nas ruas e que a situação do ex-prefeito ficará um pouco mais difícil com as contas julgadas pelos vereadores no ano que vem. Isso por conta do número de companheiros que Alexandre elegeu nas eleições de outubro. Dimas precisará de dois terços dos votos da Câmara e o deputado contará, pelo menos, com 8 dos 19 membros da Casa na nova legislatura.
A DISPUTA PELO SENADO
A leitura desses aliados de Dimas é que o contexto dessa manobra é a eleição de senador. Dimas é um nome forte de Araguaína e da região norte. Com ele fora de combate — no caso da rejeição de suas contas pela Câmara, o ex-prefeito estaria inelegível — ficaria bem mais tranquilo para Alexandre, também pré-candidato ao Senado, brigar por uma vaga. De quebra ainda teria mais facilidade para conseguir o apoio prefeito Wagner em 2026.
DE VOLTA À PAUTA
A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitou semana passada pauta para o caso das sobras de votos que vai resultar em alteração na composição da Câmara dos Deputados. Cármen Lúcia substituiu o ministro Ricardo Lewandowski, que se aposentou. Com o recesso do Judiciário, a ação só deve ir para plenário no retorno dos trabalhos. E no plenário físico, devido ao destaque do ministro André Mendonça. Ao perceberem o movimento para o destaque, os ministro favoráveis às mudanças anteciparam os votos enquanto o caso estava sendo julgado no plenário virtual. Assim, já havia votos suficientes para mudar a composição da Câmara, o que não deve mudar no plenário físico. Confirmada a alteração, na bancada do Tocantins, o deputado Lázaro Botelho (Progressistas) deve dar lugar ao ex-deputado Tiago Dimas (Podemos).