ALETO PODE TER MAUS DIAS PELA FRENTE
Pela decisão do ministro Mauro Campbell Marques, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), relator da operação “Fames-19”, deflagrada nessa quarta-feira, 21, pela Polícia Federal, a Assembleia Legislativa do Tocantins pode ter maus dias pela frente. Campbell cita em sua sentença três deputados, mas sugere que a coisa não ficaria por aí: “Neste núcleo também podem ser incluídos os deputados estaduais que destinaram recursos financeiros de emendas parlamentares para a compra de cestas básicas, muito possivelmente, em troca do recebimento de vantagens indevidas, e que por ora não foram incluídos na representação”. Ressalte-se o “por ora”. O plenário pode tremer no Legislativo estadual.
INDÍCIOS NÃO SE CONFIRMARAM
Apesar de citado entre os investigados/acusados, contra o advogado Christian Zini Amorim — ex-secretário dos governos Carlos Amastha (PSB) — não foi autorizada nenhuma medida. O ministro Campbell diz em sua decisão que “os indícios iniciais reunidos em seu desfavor não foram confirmados pelas medidas cautelares probatórias de quebra de sigilo bancário, fiscal e de dados”. Então, conclui: “Não havendo, ao menos por ora, elementos indicativos de seu envolvimento direto com os demais investigados”.
GUTIERRES MANIFESTA SEU APOIO A WANDERLEI
Entre os vários políticos que saíram rapidamente, já nessa quarta-feira, 21, em apoio ao governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) está o deputado estadual Gutierres Torquato (PDT), principal aliado e cuja esposa é sobrinha do vice-governador Laurez Moreira (PDT). Em seu perfil no Instagram, Gutierres postou: “Gostaria de expressar meu apoio e solidariedade ao Governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa. Seu compromisso e dedicação ao bem-estar da população são notáveis e essenciais para o progresso e segurança da nossa comunidade. Reafirmo minha confiança no seu trabalho e na sua capacidade de enfrentar os desafios com responsabilidade”.
TRATAMENTO REPUBLICANO
Quem também fez questão de testemunhar à coluna a favor do governador Wanderlei foi seu ex-secretário estadual de Juventude e Esporte Elenil da Penha (Progressistas), hoje candidato a vice de Jorge Frederico (Republicanos), em Araguaína. “Me sinto na obrigação neste momento em dar meu testemunho de que o governador Wanderlei manteve sempre um tratamento republicano na nossa relação. Sempre exigiu cuidado para se evitar qualquer coisa irregular, pedia sempre que estivéssemos atentos”, contou Elenil. Segundo ele, quando da assinatura de contratos e convênios, Wanderlei ligava para perguntar sobre os detalhes e “demonstrar preocupação com a legalidade”. “Queria sempre que tudo fosse dentro da lei”, afirmou o ex-secretário.
7 GOVERNADORES EM 12 ANOS
O senador Eduardo Gomes (PL), como é de sua característica, optou pela serenidade, com um discurso informativo e não pirotécnico na tribuna do Senado, sobretudo considerando a preocupação que toma conta de todos os que têm responsabilidade com o Tocantins: os impactos devastadores para o Estado, caso ocorra outra interrupção de mandato. Tivemos a primeira troca abrupta em 2009, com a cassação de Marcelo Miranda (MDB) pelo TSE, outra em 2014, com a renúncia de Siqueira Campos e seu vice João Oliveira; uma nova cassação em 2018, de Marcelo Miranda, de novo pela Corte Eleitoral; e ainda o afastamento de Mauro Carlesse pelo STJ em 2021. Ou seja, foram quatro interrupções de mandato em 12 anos, período em que o Tocantins teve nada menos do que 7 governadores, em média pouco menos de dois anos de gestão para cada um. Desde 2009 tivemos Marcelo Miranda (2003-2006/2007-2009), Carlos Gaguim (2009-2010), Siqueira Campos (2011-2014), Sandoval Cardoso (2014), Marcelo Miranda (2015-2018), Mauro Carlesse (2018-2021) e Wanderlei Barbosa (desde 2021).
DESTA VEZ, GEO FOI RÁPIDO
O candidato a prefeito de Palmas pelo PSDB, Júnior Geo, foi rápido desta vez para comentar uma operação policial. Ele reafirmou seu compromisso com o combate à corrupção, destacando seu “histórico de cobranças e posicionamentos firmes contra o desvio de recursos públicos”. Mas quando das operações “Segundo Plano” e “Plano Inserto”, também da PF, que tiveram como alvo das investigações contratos do transporte escolar e a compra de kits pedagógicos pela Prefeitura de Palmas, que somam mais de R$ 30 milhões, Geo fez um silêncio sepulcral.
IGNORA A GRAVIDADE DA FOME
A campanha do candidato a prefeito de Gurupi pelo PSD, Eduardo Fortes, reagiu às alfinetadas do vice da prefeita Josi Nunes (UB), Adailton Fonseca (PL), na inauguração do comitê da campanha governista na noite de terça-feira, 20. Entre as estocadas, Adailton disse que “Gurupi não vai trocar asfalto por alface apenas”, indireta a um dos principais programas sociais de Fortes, o de hortas comunitárias. “Ao insinuar que o povo de Gurupi precisa de asfalto e não de alface, Fonseca ignora a gravidade da fome e das necessidades básicas enfrentadas por milhares de famílias na cidade”, afirmou a nota da campanha do candidato do PSD. “É importante destacar que, enquanto a infraestrutura é fundamental para o desenvolvimento urbano, o alimento é uma necessidade básica e urgente para a sobrevivência de milhares de famílias que sofrem com insegurança alimentar.”
SÃO ESSENCIAIS
Na nota, Fortes afirma que considera que “asfalto e alimento são essenciais, mas em contextos diferentes”. “De nada adianta ter ruas e avenidas pavimentadas se as pessoas não têm o que comer”, diz. “Uma gestão responsável tem o papel de equilibrar as duas coisas: garantir que todos tenham acesso à comida na mesa enquanto também se investe em infraestrutura para o desenvolvimento urbano”, defende o candidato do PSD.
OS 35 ANOS DA PGE
A Procuradoria-Geral do Estado (PGE/TO) foi homenageada com um ato solene no Palácio nessa quarta-feira, 21, pelos seus 35 anos. O ato contou com a presença de figuras emblemáticas para a história do Tocantins, reuniu ex-procuradores-gerais, bem como procuradores de outros estados e autoridades de órgãos jurídicos. Em 1994 ocorreu o primeiro concurso para Procurador-Geral do Estado, com 60 vagas disponíveis. Os aprovados foram empossados pelo então governador Moisés Avelino. Procuradores e autoridades foram homenageados na solenidade com medalha comemorativa dos 35 anos da PGE.