Mais um sintoma de que a crise fiscal pode estar de volta ao Tocantins. Pais de estudantes da rede estadual de ensino de Araguaína foram surpreendidos neste dia de volta às aulas com uma péssima notícia: o Estado não fará mais o transporte de alunos na zona urbana da cidade. A informação foi antecipada pelo site AF Notícias, segundo o qual, com as aulas retomadas nesta segunda-feira, 3, professores relataram que as salas estavam com poucos alunos, praticamente vazias. Isso porque, explicou o site, muitos estudantes moram em bairros distantes e não têm transporte.
PAIS E ALUNOS DESESPERADOS
Conforme o AF Notícias, a informação de que o Estado não fornecerá mais o serviço “deixou estudantes e pais desesperados e à espera de um posicionamento do governo”. Segundo professores, afirmou o site, a comunicação chegou à comunidade escolar em grupos de WhatsApp das próprias escolas, justificando que a medida advém do fato de que o transporte urbano não está amparado por lei, mas somente o da zona rural, conforme o Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (PNATE).
VALE-TRANSPORTE ESTUDANTIL
Em nota, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) confirmou a informação de que o transporte escolar da rede estadual “é prioritariamente destinado aos estudantes residentes na zona rural”. A Seduc ressaltou que “está em contato com a Secretaria Municipal de Educação de Araguaína e com a agência reguladora de transporte da cidade para viabilizar o reestabelecimento do transporte para os estudantes da zona urbana”. “Como possível solução, está sendo considerada a concessão do vale-transporte estudantil para o uso do serviço de transporte coletivo urbano da cidade de Araguaína”, diz a nota. A pasta ainda reforçou que “o transporte para os estudantes da zona rural segue normalmente”.
MAIS UM SINTOMA DA CRISE FISCAL
Depois de não pagar o programa “Tocando em Frente” para “bem mais” de 40 prefeituras, de atrasar o pagamento dos prestados de serviços do Servir, o plano de saúde dos servidores; e de aumentar o gasto com pessoal em mais de sete pontos somente no ano passado, extrapolando limite de alerta da Lei de Responsabilidade Fiscal e encostar no limite prudencial, essa notícia da recusa do Estado de continuar arcando com o transporte escolar para alunos da área urbana, despesa do governo faz anos, é mais um sintoma de que a crise fiscal pode estar tomando conta da máquina pública novamente.