O deputado estadual Moisemar Marinho recebeu uma notificação de seu partido, o PSB, para avisar que terá que pagar 10% de seu salário, conforme exige o estatuto da agremiação. A notificação do presidente regional do PSB, Carlos Amastha, e da presidente metropolitana, Amanda Sobreira, dá cinco dias úteis para Moisemar efetuar o pagamento retroativo ao primeiro salário que ele recebeu.
PERSEGUIÇÃO
Para Moisemar, trata-se de perseguição pela opção dele nas eleições de Palmas do ano passado. “Fui apoiar a Janad [Valcari, PL] e o Amastha zangou. Agora quer 10% do meu salário”, disse o parlamentar à coluna. Ele afirmou que vários filiados detêm mandato pelo PSB, “mas ele [Amastha] está cobrando só de mim”. “O próprio Amastha teve seis anos de mandato e nunca contribuiu com nada”, ressaltou.
VAI DEVOLVER O DÍZIMO
O presidente regional do PSB e vereador de Palmas garantiu à coluna que não tem nada de perseguição. Amastha disse que a executiva nacional exigiu após as eleições municipais que os Estados passem a cobrar de seus mandatários o dízimo partidário. Ele avisou que vai devolver os 10% do salário de vereador ao partido. “E com prazer. É justo que os eleitos ajudem a financiar os partidos e aliviem a pressão em cima do dinheiro público dos fundos eleitorais”, defendeu.
CASO LEILA
Amastha citou o caso da senadora Leila Barros (DF), que teve seu carro penhorado pela 22ª Vara Cível de Brasília por dívida de R$ 180 mil com seu ex-partido, o PSB. O veículo é um Chevrolet Tracker LTZ. A dívida foi contraída entre março de 2019, início do mandato de Leila como senadora, e junho de 2021, último mês em que ela esteve filiada ao PSB, pouco antes de migrar para o Cidadania. O partido alegou justamente a obrigatoriedade imposta pelo estatuto de os parlamentares repassarem 10% dos seus rendimentos brutos à agremiação. Dessa forma, no período de inadimplência, Leila deixou de contribuir com R$ 3.376,30 mensais. No total, o pendência chegou a R$ 102,4 mil, mas ficou em R$ 180 mil por conta da correção dos valores.
QUASE R$ 90 MIL
No caso de Moisemar, ele terá que recolher desde o primeiro salário de deputado, no início de 2023. São R$ 3.470 por mês, o que vai dar um total de R$ 83.280 nesses dois anos sem contribuição do dízimo.