Ex-juiz eleitoral e pai do deputado estadual Olyntho Neto (PSDB), João Olinto Garcia de Oliveira foi alvo de mandado de busca e apreensão e de prisão preventiva no âmbito da Operação Expurgo da Polícia Civil (PC) em Araguaína que investiga o depósito irregular de 180 toneladas de resíduos hospitalares em um galpão no Distrito Agroindustrial de Araguaína (Daiara). O empresário é considerado foragido. As medidas foram autorizadas pelo juiz plantonista Álvaro Nascimento Cunha.
João Olinto Garcia de Oliveira é sócio da Sancil Sanantônio Construtora e Incorporadora, contratada sem licitação pela Secretaria da Saúde do Tocantins (Sesau) para realizar serviços de coleta, transporte, tratamento e armazenagem de lixo hospitalar do Hospital Regional de Araguaína (HRA), segundo a PC, sem qualquer capacidade técnica para a prestação do referido serviço. A empresa recebia mais de R$ 500 mil mensais.
A investigação verificou que no contrato social da empresa constam ainda os nomes de Ludmila Andrade de Paula e Waldireny de Sousa Martins, as quais são funcionárias do escritório de advocacia de João Olinto, o que levou a PC a entender que ambas estavam sendo utilizadas como “laranjas” pelo mesmo, como meio de ocultar seu patrimônio e consequente enriquecimento ilícito.
Conforme informações da Polícia Civil, as buscas foram cumpridas no escritório de advocacia do investigado e no hotel da família, situado às margens da BR-153, onde também reside João Olinto e seus familiares, bem como nas sedes das empresas Agromaster, onde o lixo foi encontrado, e Sancil, a qual as equipes constataram ser inexistente.
Durante o cumprimento das buscas foram apreendidos documentos relacionados às referidas empresas, bem como documentos relacionando uma das investigadas – Waldireny de Sousa – ao escritório de advocacia. Ademais, foi localizado escondido nos fundos do hotel um dos caminhões utilizados para a coleta do material hospitalar, ainda carregado de lixo, comprovando, segundo a PC, de forma a vinculação entre o investigado João Olinto e as toneladas de resíduos encontrados no Daiara.
Além das buscas, foram decretadas as prisões preventivas dos investigados, contudo, tendo em vista a notícia de que eles estão foragidos ao menos desde sexta-feira passada, não foi possível a localização e detenção dos mesmos.
Por fim, a Polícia Civil informou que prosseguirá nas investigações a fim de individualizar a participação de cada um dos envolvidos na empreitada criminosa e identificar possíveis colaboradores, além de esclarecer a origem do material hospitalar encontrado e a localização dos investigados.