O Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Tocantins (Sindepol) decidiram em assembleia geral nesta sexta-feira, 23, ceder e referendar três nomes para compor a Secretaria de Segurança Pública (SSP) indicados pelo titular interino da pasta, Heber Luis Fidelis. Em coletiva logo após a reunião, o presidente da entidade, Mozart Félix, negou que a decisão se trata de “apoio irrestrito”, mas “tão somente um referendo” para que três colegas participarem do “momento de transição” até ser dada a autonomia à classe.
Os delegados Marcelo Falcão, para subsecretário; Rossílio Souza Correia, para a Delegacia Geral; e Raimundo Cláudio, na Diretoria da Capital; foram os nomes escolhidos por Heber Fidelis. Os três indicados pelo interino condicionaram o aceite à uma aprovação da classe, o que aconteceu por unanimidade na assembleia . “Nós tivemos várias horas de deliberação e chegamos à conclusão de que estes colegas tem sim nosso apoio para compor esta dita equipe de transição, neste período de aprimoramento e ajuste até que Fidelis deixe a pasta”, disse Mozart Félix.
“Não é um apoio absoluto e irrestrito em hipótese alguma. É tão somente um referendo para os três colegas participarem do momento de transição até ser dada a autonomia à Polícia Civil. Não sendo nada parecido com isto, eles estão fora e entregarão seus cargos. Este é o compromisso dos próprios colegas com a classe”, acrescentou Mozart Félix. O presidente do Sindepol revela que uma nova assembleia já está marcada para sexta-feira, 29, para que os indicados possam apresentar à classe as medidas já adotadas pela SSP no sentido de garantir esta autonomia.
Ponto pivô da crise entre a categoria e o governo estadual, as delegacias regionais terão novos responsáveis que serão indicados por estes três futuros membros da cúpula da SSP. “Serão eles os responsáveis por indicar os restantes, dentro os quais os delegados regionais”, garantiu o presidente do Sindepol. Mozart Félix afirma ainda que, até o momento, não foi colocado vetos pelo secretário, podendo ocasionar até a renomeação das mesmas pessoas. Entretanto, o sindicalista voltou a repetir o mantra de cautela. “Qualquer tipo de veto, embaraço ao trabalho da Polícia Civil, automaticamente eles entregam os cargos”, reforça.
Mozart Félix explicou que Heber Fidelis se comprometeu a inserir a independência da Polícia Civil dentro da reestruturação administrativa do Estado proposta por Mauro Carlesse. “O que nós queremos e estamos propondo para o governo – e o secretário já disse que não vê entrave – é que deixe de haver a Secretaria de Segurança Pública, e passe a existir no organograma a Polícia Civil do Tocantins, assim como existe a Militar e os Bombeiros; e a Secretaria de Justiça passaria a ser responsável pelas políticas de segurança pública, dando as diretrizes”, resumiu.