Após perceber algumas mudanças comportamentais no filho João Lucas, a dona de casa Bárbara Marques de Sousa, de 30 anos, buscou atendimento na Cema (Clínica Escola Mundo Autista) de Araguaína. A primeira acolhida foi em 2019, quando João tinha apenas três anos.
“Desde o primeiro ano de vida, o João já apresentava algumas dificuldades que não entendíamos muito bem e, com o passar do tempo, fomos ficando cada vez mais preocupados. Na época, eu fui orientada por uma mãe a procurar a clínica. Após várias terapias, recebemos o diagnóstico de que o João era autista”, conta a mãe.
Ainda de acordo com Bárbara, o início do processo não foi fácil, mas aos poucos a família ajudou a criança a prosseguir com o tratamento, que já dura quatro anos.
“Foi muito difícil no começo aceitar que meu filho precisava de ajuda, mas, por meio do amparo que recebemos aqui na clínica, estamos superando os desafios. Hoje posso dizer que a equipe literalmente abraçou e amparou a nossa família, e são nítidas as mudanças na vida do meu filho”, expressou a mãe.
Atendimento
Assim como João Lucas, por mês, outras 1.500 crianças também são atendidas pelos profissionais da Clínica Escola Mundo Autista de Araguaína, que desde 2016 fornece atendimento multidisciplinar para diagnosticar e atender pacientes diagnosticados com TEA (Transtorno do Espectro Autista).
A Cema é uma instituição pública mantida pela Prefeitura de Araguaína por meio da Secretaria da Saúde, Secretaria da Educação e Secretaria da Assistência Social, Trabalho e Habitação, com a participação de 68 servidores.
Como ter acesso?
Em 2022, houve a implantação de uma instrução normativa conjunta que organizou o fluxo dos atendimentos. Desde então, a porta de entrada para o atendimento na Clínica Escola Mundo Autista passou a ser por meio da Secretaria da Educação, ou seja, para ser encaminhada à unidade, a criança precisa estar matriculada em uma das escolas ou creches do município.
De acordo com a diretora da clínica, Glauciana Monteiro, a primeira avaliação é feita pela equipe pedagógica da escola, que entra em contato com a Secretaria da Educação por meio da Diretoria de Educação Especial.
“Ao perceber que a criança possui alguma dificuldade de aprendizagem, atrasos ou outros comportamentos, a equipe pedagógica faz esse contato com a secretaria e, com a autorização dos pais ou responsáveis, a mesma é encaminhada para a clínica, onde passa pela triagem, avaliação multiprofissional e depois a médica. Se o diagnóstico apontar TEA, logo inicia-se o tratamento”, explica.
Crianças que não estão em idade escolar ou não estudam na rede municipal de ensino são atendidas no CER IV (Centro Especializado de Reabilitação) nas modalidades de atendimento que incluem a reabilitação intelectual, área específica para pessoas com TEA. Nesses casos, a porta de entrada é pela UBS (Unidade Básica de Saúde).
Equipe multidisciplinar
Além das consultas médicas, fonoaudiológicas e odontológicas, as crianças também recebem apoio educacional especializado no formato de terapias, que são aplicadas por mais de 30 profissionais de diversas áreas, como Psicologia, Pedagogia, Psicopedagogia, Arteterapia, Musicoterapia, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Nutrição e Educação Física.
Novas Terapias
Em 2023, a unidade também passou a ofertar duas novas terapias: a Psicoterapia para Adolescentes, que conduz os pacientes a pensarem sobre os conflitos vivenciados na sociedade, e a Orientação Parental, que é voltada para os pais, buscando orientá-los sobre como interagir melhor com seus filhos.
“A nossa equipe é altamente capacitada e trabalha no acolhimento dessas crianças e de seus familiares. Um projeto que, desde a sua criação, busca executar ações para promover bem-estar às pessoas com autismo e contribuir para a participação efetiva delas na sociedade”, ressalta a diretora.
Amparo nas escolas
Para abranger ainda mais o tratamento, a Prefeitura de Araguaína estruturou, nos últimos anos, uma rede completa de acolhimento e atendimento aos alunos da rede municipal de ensino que demandam atenção diferenciada.
São 33 escolas e creches aptas a promover ao estudante todo o suporte necessário para acompanhar as aulas regulares e desenvolver outras habilidades na sala de recursos multifuncionais do AEE (Atendimento Educacional Especializado), voltada para alunos da Educação Especial da cidade. (Da assessoria de imprensa)