Francisco Pereira, de 63 anos, vivia em situação de rua em Araguaína, com problemas físicos, dificuldade na fala, sem documentação e ainda lutava contra o alcoolismo. Durante uma abordagem da equipe do Consultório de Rua da Secretaria da Saúde de Araguaína, o caso comoveu os servidores, que mobilizaram os serviços de outras secretarias e entidades parceiras para direcionar o morador para um tratamento completo de reabilitação.
“É gratificante saber que o nosso serviço, mesmo feito aos poucos, fez e faz a diferença, como no caso do Seu Francisco”, disse a servidora do Consultório na Rua, Coracy de Fátima.
Durante 14 meses, a UAA (Unidade de Acolhimento Adulto) foi o lar do Seu Francisco, como é carinhosamente conhecido pelos servidores. Ainda com dificuldades na comunicação, ele não soube expressar seus sentimentos com palavras, mas em seu sorriso era nítido a confiança que demonstrava ter pelos profissionais.
O espaço de acolhimento fica em uma chácara no Setor Tocantins, próximo ao perímetro urbano da cidade, e trata homens a partir de 18 anos que sofrem com a dependência química. O período de tratamento é concluído em até 6 meses, mas o caso do Seu Francisco demandou mais tempo para evitar que ele ficasse sem moradia.
“Nenhuma pessoa merece passar a velhice nas calçadas e vivendo em cima de caixas de papelão. Graças à gestão que temos na unidade, fizemos um trabalho que envolveu as secretarias e conseguimos oferecer um novo lar para ele na Casa do Idoso”, afirmou o coordenador da UAA, Wagner Enoque.
Por meio de ações integradas, além de mais qualidade de vida, o idoso assistido voltou a ter identidade. “Ele não portava nenhum documento, o que dificultava o acesso à medicação pelo SUS e demais atendimentos. Então acionamos a Secretaria de Assistência Social que, por meio do Ministério Público, conseguiu obter histórico de toda a documentação pessoal dele”, relatou a enfermeira da UAA, Josilane Veloso.
Desafios
Para acolher as limitações físicas apresentadas pelo paciente foram feitas mudanças na dinâmica dos atendimentos e da equipe. “Ele precisa de ajuda para tomar banho, trocar a fralda, ajuda para se alimentar e antes não tínhamos pacientes desse estilo que demandassem tanta assistência. Com a chegada dele, fizemos uma escala de forma que não faltassem profissionais para atendê-lo”, explicou JosIlane.
Como buscar tratamento?
Em funcionamento desde 2017, a UAA é mantida pela Secretaria Municipal da Saúde de Araguaína e já atendeu mais de 460 homens. Desses, 204 receberam o certificado de conclusão do tratamento.
O espaço conta com dormitórios, banheiros, cozinha e sala para atividades e consultas, onde o paciente é acompanhado por médico psiquiátrico, psicólogos, terapeutas, assistentes sociais, entre outros profissionais.
Na sala de enfermagem, o paciente é acompanhado diariamente e recebe todos os remédios para o tratamento da dependência química, conforme a prescrição médica obtida pelos profissionais do CAPS AD III (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Outra Drogas), que é a porta de entrada.
Os interessados em tratar a dependência química em Araguaína podem procurar o CAPS AD III, na Rua 12 de Outubro, nº 435, no Centro, das 7 às 19 horas. O local também atende pacientes por meio das UBS (Unidades Básicas de Saúde). (Da assessoria de imprensa)