A advogada e pré-candidata pelo PSD a vereadora, Jeane Toledo, sempre esteve ao lado da pauta que defende a ampliação da participação feminina na política. Morando em Gurupi (TO), ela decidiu disputar as eleições deste ano para defender, além de políticas públicas, o papel da mulher na sociedade, especialmente dentro da política.
Para a dra. é preciso lembrar que a equiparação de direitos políticos entre homens e mulheres se dá ao fato das incansáveis lutas e evolução histórica, social e política alteradas que abriram espaço para as mulheres, mas que ainda precisam ser relembradas e mencionadas para que haja mais mudanças.
“Sem dúvida é importante comemorar a participação das mulheres na política institucional. No entanto, verifica-se que essa participação é bastante baixa. As mulheres não conseguem ultrapassar a barreira dos 20% de eleitas, mesmo havendo, desde 1995, e com ampliação, em 1997, a Lei de Cotas, e mais recentemente um maior rigor para garantir o cumprimento dessa Lei de Cotas, com a possibilidade da anistia aos partidos que não cumprirem ou que apresentarem candidaturas laranjas”, afirma a dra.
A permanência da cultura machista, inclusive nos partidos políticos, a falta de visibilidade e de investimento em candidaturas femininas e mesmo questões do cotidiano familiar, como a falta de corresponsabilidade entre homens e mulheres na distribuição de tarefas da vida privada, são apontados como motivos para a presença pouco expressiva delas na política.
“Para aquelas que conseguem estar nos partidos políticos, elas têm muito pouco incentivo dentro dos partidos a se tornarem lideranças. Então, os partidos não investem nas mulheres como referência. Soma-se a isso, vemos que ainda prevalece o machismo na sociedade brasileira que dificulta a participação feminina. Isso tem a ver com a divisão sexual do trabalho que faz com que a política institucional seja espaço hostil para as mulheres. Primeiro, porque a mulher tem que dar conta de muitas demandas da sua vida privada para conseguir estar na vida pública, diferentemente dos homens. Então, elas têm mais responsabilidade com o lar, com o cuidado com os filhos, com o cuidado com os outros membros da família, especialmente, os idosos. E com frequência essas tarefas, reprodutivas ou domésticas, ocupam o tempo em que elas poderiam estar na política institucional”, explica a dra.
A advogada entende que são poucas as medidas de incentivo e preparação política e que isso reflete no número de mulheres eleitas. “Acredito que a baixa participação das mulheres na política institucional não se deve à questão de votar ou não em mulheres, mas, sim, às condições das candidaturas que são lançadas. As candidaturas das mulheres, geralmente, têm orçamento mais baixo. Elas não são prioridade para os partidos políticos, elas aparecem menos. Então, as mulheres são menos conhecidas na competição eleitoral e também estão em menor número. Elas se candidatam menos que os homens”, afirma a pré-candidata, mencionando sua torcida para uma eleição diferente. “Que nas eleições de 2024, as mulheres possam ter um cenário diferente e consigam demonstrar o potencial que nós mulheres temos, aquém das obrigações de casa e do trabalho.”