Morreu nessa sexta-feira, 8, aos 78 anos, Maria Esther Bueno, considerada a maior tenista do país. Ela estava internada, desde maio, no Hospital 9 de Julho, em São Paulo, para tratar um câncer que se espalhou no organismo. Nos últimos dias, o estado de saúde dela agravou-se. O hospital não forneceu mais informações.
Paulista, Maria Esther Bueno começou a jogar tênis na infância. Junto com os pais e o irmão frequentou desde cedo o Clube Tietê, na capital paulista, onde o tênis era o principal passatempo da família.
Aos 14 anos, se tornou campeã brasileira. E chamou a atenção do mundo ao conquistar o tradicional Torneio de Wimbledon, em 1959, quando tinha 19 anos. A vitória inédita de uma brasileira valeu desfile em carro aberto pelas ruas de São Paulo, homenagem do presidente Juscelino Kubitschek e um selo comemorativo dos Correios.
No total, venceu sete vezes o torneio de Forest Hills, nos Estados Unidos, e Wimbledon, na Inglaterra. Primeira tenista de fora dos Estados Unidos a ganhar os torneios de Wimbledon e U.S. Nationals no mesmo ano, Maria Esther foi uma das oito atletas que venceram três vezes os torneios britânico e americano.
Foi a 12ª tenista mais vitoriosa nas disputas individuais em Grand Slams, com sete títulos individuais e 12 em duplas femininas e duplas mistas. Com tantas vitórias, ocupou o primeiro lugar no ranking internacional em 1959, 1960, 1964, e 1966.
Em seu perfil no Hall da Fama, Maria Esther destacou que o maior momento de sua carreira foi a primeira vitória em Wimbledon. “Foi um pouco inesperado, por eu ser muito nova, por vir do Brasil, onde só tínhamos quadras de saibro, não tínhamos tido a chance de jogar na grama. Então, vencer foi uma grande surpresa.”
Na época em que ela se destacou no esporte, o tênis não era uma modalidade olímpica – saiu dos Jogos em 1924 e só retornou em 1988. Em 1968, ano em que a brasileira sofreu com contusões, já na fase final da carreira, o tênis participou da Olimpíada da Cidade do México, mas apenas como demonstração. (Camila Boehm e Renata Giraldi, da Agência Brasil/Colaborou Leonardo Zanon Catto, da TV Brasil)