A Presidência da Ucrânia emitiu uma nota nesta quinta-feira, 24, que “mais de 40 soldados ucranianos e cerca de 10 civis” foram mortos desde que os ataques da Rússia contra o país foram iniciados.
Por isso, o presidente do país, Volodymyr Zelensky, fez um apelo para que os cidadãos doem sangue para ajudar os feridos, que seriam “dezenas” até o momento.
O conselho da Organização do Tratado Atlântico Norte (Otan) afirmou que a Aliança vai “reforçar sua defesa” após o ataque da Rússia contra a Ucrânia nesta quinta. “As nossas medidas continuarão como preventivas e proporcionais”, diz a nota. O governo de Belarus, aliado de Moscou, afirmou que já monitora um aumento das forças da organização nas fronteiras de seu país.
Após a Rússia começar o ataque contra diversas cidades ucranianas, milhares de cidadãos iniciaram uma fuga das grandes cidades e longas filas de carros foram vistas também na capital Kiev.
As rotas de fuga são em direção a outros países do leste europeu e, segundo cálculos da União Europeia, mais de um milhão de pessoas podem chegar a essas nações nos próximos dias. Polônia, Romênia e Hungria já anunciaram planos para receber os ucranianos de maneira emergencial.
A capital também foi alvo de ataques, mas focados em aeroportos e estruturas militares.
“Começou a guerra, precisamos de toda a ajuda possível. Ouço explosões em todo local e precisamos de ajuda”, disse o arquiteto Anastasiya Menzhega, 25 anos, à ANSA.
As filas em postos de gasolina também estava intenso, assim como dentro dos transportes públicos. A fuga precisa ser estritamente por terra, já que o espaço aéreo ucraniano foi fechado durante a madrugada.
Quem não tem como fugir, faz uma corrida aos supermercados e às farmácias para comprar suprimentos. Longas filas também foram registradas nesses locais durante toda a manhã.
O presidente da ONG Soleterre, o italiano Damiano Rizzi, afirmou à ANSA que também já começam a serem registrados problemas nos atendimentos hospitalares. A instituição atende crianças com câncer e informou que os pacientes – tanto em Kiev como em outras cidades ucranianas – tiveram suas sessões de quimioterapia e radioterapia canceladas.
“O principal problema é que muitos profissionais hoje não se apresentaram ao trabalho. Todos estão tentando deixar suas famílias seguras e isso afetou os hospitais. Tratam-se de pessoas que podem morrer. A guerra não para os tumores”, apelou Rizzi.
O italiano ainda informou que seis crianças atendidas pela ONG e seus familiares foram levados para o refúgio contra bombas de um hospital de Kiev. “A guerra adiciona mais problemas a situações já bastante complexas. O medo hoje impede de cuidar quem tem necessidade de terapias imediatas e que, se não morrerem por bombas, podem morrer por tumores”, acrescentou.
Até o momento, os moradores da capital relatam ter ouvido a maior quantidade de explosões em Kiev perto da hora do amanhecer, mas o temor é que o ataque se intensifique.
O presidente do país, Volodymyr Zelensky, fez um apelo para que quem ficar e se sentir “apto” deve “pegar em armas” para defender a Ucrânia. Ele também fez um pedido para que os ucranianos doem sangue para ajudar as dezenas – e talvez centenas – de feridos nos ataques. Até o momento, Kiev confirmou cerca de 50 mortes – sendo 10 civis.