A pandemia do novo coronavírus Covid-19 não prejudica somente os serviços públicos, mas também o setor privado tocantinense, conforme revelou os presidentes das associações comercias de Palmas, Joseph Madeira, e de Gurupi, Marcelo Domini. Os dois representantes da classe empresarial emitiram orientações e recomendações para a classe, mas reforçam a preocupação do impacto que a doença terá na economia estadual.
Empresários são sensíveis, mas impacto na economia é sério
O presidente da Associação Comercial e Industrial de Palmas (Acipa), Joseph Madeira, fez justamente este contraponto em uma conversa com a Coluna do CT. “São duas situações. Existe o preparo, as precauções, seguir as recomendações dos órgãos competentes. Neste aspecto, percebo que os empresários estão preparados e sensíveis a esta necessidade. Por outro lado, existe a preocupação quanto a este impacto na economia, que é sério, grave”, antecipou.
Efeito imediato e devastador em alguns setores
Apesar de ainda não haver casos confirmados em Palmas, Joseph Madeira adianta que os empresários já sentem os efeitos da pandemia. “Em alguns setores, o efeito dele já está sendo devastador e imediato”, disse o presidente da Acipa, citando que as empresas de turismo apontam uma taxa de cancelamento “superior a 80%”, o que diz impactar outras áreas, como hotelaria, transporte, serviços e restaurantes. “Uma expectativa de não movimento, de redução abrupta, é extremamente preocupante. Os empresários estão se articulando para buscar alternativas”, reforça.
Bom senso em relação aos preços
Para amenizar os efeitos do coronavírus, Joseph Madeira pediu “tranquilidade” ao empresariado e fez um apelo para que as recomendações das organizações de saúde sejam seguidas. “Assim, mais rápido passa e a gente balança menos com a tempestade”, avalia. O presidente da Acipa ainda fez uma solicitação específica para supermercados, farmácias e postos de combustíveis. “A procura vai aumentar. Então é manter a serenidade e bom senso em relação a prática de preços”, afirmou. A associação emitiu um comunicado de orientações para a classe empresarial.
Tem que precaver
Presidente da Associação Comercial e Industrial de Gurupi (Acig), Marcelo Domini compartilha as preocupações, mas vê um cenário um pouco melhor do País em relação ao resto do mundo quanto à presença da doença. “No Brasil nós temos alguns casos de transmissão comunitária, porém, bem controlados. Mas logicamente a gente que precaver. É o que a população está fazendo”, afirma o empresário.
Lesão econômica já é grande
Marcelo Domini vê como natural a queda do comércio. “As pessoas deixam de circular. Todas as atividades comerciais ficam temerosas e acabam diminuindo por força maior da transmissão do vírus”, disse o empresário, que mesmo assim reforça a necessidade de cuidados para que a crise seja rapidamente superada. “O que a gente espera é que esta situação da saúde esteja controlada, que surja uma vacina, imunize as pessoas, e que a gente recupere rápido, porque a lesão econômica já é grande no mundo inteiro e o Brasil está inserido neste cenário”, reforça.
Momento é de conservadorismo
Para o empresariado, o presidente da Acig sugere cautela. “Que todos os empresários tomem seus cuidados e os colaboradores da mesma forma. Não é hora de fazer grandes investimentos, é hora de tentar enxugar aquilo que dá em termos de custos e monitorar [os impactos da doença]. É o momento de ser conservador”, encerra.