Estimados leitores e leitoras! Como vocês estão? Conseguiram sobreviver à greve dos caminhoneiros? Pois é, democracia é isto, o direito de reivindicar e de protestar. A política de preços de mercado praticada pela Petrobrás, somada aos altos impostos no preço do combustível e, associadas à desvalorização do real frente ao dólar, tornaram o preço final ao consumidor um verdadeiro estopim para esta greve que paralisou o Brasil. Será que os órgãos de informações do governo, a polícia federal e tantos outros órgãos de inteligência não sabiam o que iria ocorrer? Por que não resolveram antes? Qual a finalidade política do caos? Quem venceu? Quem perdeu?
Em 2022, daqui a 4 anos, chegaremos aos 200 anos da independência do Brasil. Deixamos de ser colônia de Portugal e, agora, nos tornamos uma colônia de todo o mundo. Somos um país periférico, pobre e irresponsável. De que adiantou a Inconfidência Mineira, a Conjuração Bahiana e a Revolução Pernambucana? O dia do “fico” define muito bem a situação do Brasil: “fico para trás”. São 200 anos de anarquia, autoritarismo, ditadura e irresponsabilidade política e econômica. Por 200 anos somos dominados por oligarquias regionais, que no início dos anos 1800, eram chamadas de aristocracia agrária. O Brasil, depois de 200 anos, continua a ser um país de pobres e miseráveis. De que adiantou tanta luta e sofrimento? De que adiantou o enforcamento e o esquartejamento de Tiradentes?
[bs-quote quote=”Nesta greve dos caminhoneiros, por causa do preço do diesel, ficou claro que o brasileiro está preocupado é só com ele mesmo. Fica na fila dos postos por horas, esperando para abastecer seu veículo com uma gasolina que custa quase R$ 5,00 e sai de lá muito feliz, por ter colocado 30 litros. O brasileiro é um coitadinho que se não mudar sua forma de pensar vai penalizar várias gerações futuras” style=”default” align=”right” author_name=”TADEU ZERBINI” author_job=”É economista e consultor” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/02/TadeuZerbini60.jpg”][/bs-quote]
A Independência dos Estados Unidos em 1776, que rompeu os laços coloniais, e a Revolução Francesa de 1789 que derrubou o absolutismo, tornaram esses países referências mundiais. Nossa independência tem mais ou menos a mesma idade da dos Estados Unidos e da França porém, nossa irresponsabilidade demonstra a diferença entre o Brasil e essas nações. Desde 1822 o Brasil é delapidado. Suas riquezas não tem valores de peso no mercado internacional e para ter, o governo brasileiro subsidia grandes produtores e empresas exportadoras. Pagamos impostos para os ricos serem subsidiados em seus investimentos.
O Governo Temer é um governo fraco, incompetente e desprovido de legitimidade. Não tem força junto ao Congresso Nacional e para aprovar qualquer coisa de seu governo, somente por meio de troca. Ministério para um, medida provisória para outro, recursos para todos os partidos políticos e distribuição de cargos públicos pelo Brasil afora. Só pagando consegue se manter no poder. É um fiasco e a história vai confirmar isto.
Por outro lado, no Congresso Nacional só são aprovadas Leis que beneficiem as bancadas dos deputados e senadores. Projetos de interesse popular ficam engavetados por décadas e acabam se perdendo na burocracia política. Para se aprovar alguma coisa, o interessado tem que pagar ou permutar. É uma anarquia disfarçada de democracia. A corrupção se enraizou de tal forma nos porões do Congresso Nacional, que até o capeta tem medo de entrar lá. Ele não suportaria a concorrência desleal. Se a mídia estiver certa no que anda divulgando, não temos um Congresso Nacional, mas sim diversos congressos individuais que levam, sistematicamente, o país à derrota política e econômica. O Brasil é uma vergonha internacional.
No que diz respeito ao Poder Judiciário, estamos acompanhando as prisões que são feitas, sem que se respeite a Constituição Federal. É uma caça às bruxas. Não se pode ter emoção para se julgar um processo. O autoritarismo tomou conta do judiciário, dos ministérios públicos e das defensorias públicas. O cidadão está sendo desrespeitado em seus direitos. O cidadão pode ter cometido um crime e deve pagar por ele, mas somente de acordo com a Constituição. Processos contra políticos são esquecidos no fundo das gavetas e perdem a validade por decurso de prazo. Queria saber se algum processo de pobre foi parar no fundo das gavetas? Deve-se ter muito cuidado para que nosso país não vire uma praça de guerra, porque mesmo os covardes, tem seus limites de tolerância.
Nesta greve dos caminhoneiros, por causa do preço do diesel, ficou claro que o brasileiro está preocupado é só com ele mesmo. Fica na fila dos postos por horas, esperando para abastecer seu veículo com uma gasolina que custa quase R$ 5,00 e sai de lá muito feliz, por ter colocado 30 litros. O brasileiro é um coitadinho que se não mudar sua forma de pensar vai penalizar várias gerações futuras.
Um país que tem aproximadamente 50 milhões de pessoas na linha de pobreza e outros tantos milhões abaixo dessa linha e que 42% das suas crianças na faixa de 0 a 14, são pobres, não pode ser um país sério. O acesso à rede de esgoto não ultrapassa os 50% dos lares brasileiros e desses 50%, nem todo ele é tratado.
São 26,4 milhões de desempregados ou subempregados e o déficit da previdência é de outro planeta. Mais de 50% de tudo que o país arrecada é para pagar servidores públicos e muitos outros para manter as máquinas federal, estadual e municipal. 90% dos brasileiros que trabalham, fazem isto para sustentar 10% de privilegiados. Nas escolas dos anos 60 e 70 era ensinado às crianças que o Brasil era o “país futuro”. Só não ensinaram para as crianças que o futuro no Brasil não existe, ou é muito ingrato.
Ricos batendo “panelas” e pobres batendo “canelas”.
Gasolina a quase R$ 5,00 e sem ter como comprar, e o povo feliz.
Semana que vem, greve dos petroleiros. Se preparem, de novo.
Este é o Brasil, SOMOS INCONFIDENTES DE WHATSAPP.
Ps. Escolham bem seu candidato na eleição suplementar e não se esqueçam que as promessas deles devem ser realizadas até 31 de dezembro, o resto é mentira.
TADEU ZERBINI
É economista, especialista em Gestão Pública, professor e consultor
ctzl@uol.com.br