Estimados leitores e leitoras! Como vocês estão? Preocupados com o cenário político tocantinense? A democracia, em algumas situações, parece que atrapalha o bem estar da população do nosso Estado. Mais uma vez: vocês concordam com duas eleições em um período de 4 meses, que podem ter dois turnos, sendo realizadas em um Estado pobre e periférico? Vocês concordam que podemos ter 4 governadores em um período de 10 meses? Vocês acompanharam as convenções políticas no domingo? Acredito que ficou claro para todos nós que os ideais políticos republicanos foram por água abaixo. Não interessa mais se um partido político é de esquerda, de direita ou do centro, o que interessa é a conquista do poder. As coligações partidárias que foram feitas demonstraram claramente que os partidos perderam seu objetivo maior que é o de representar os cidadãos.
[bs-quote quote=”O socialismo serve como discurso mas não como solução para resolver os problemas de um país pobre” style=”default” align=”left” color=”#ffffff” author_name=”Tadeu Zerbini” author_job=”É economista e consultor” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/04/TadeuZerbini60.jpg”][/bs-quote]
A primeira grande experiência brasileira de formação de partidos de dimensão nacional aconteceu entre 1945 e 1964, ou seja, após a 2ª Guerra Mundial, e o inicio da ditadura militar no Brasil. Ainda é recente a implantação de partidos políticos no país e, no decorrer de pouco mais de 60 anos, os princípios universais da representatividade popular no Brasil foram desfigurados. Temos dezenas de partidos políticos, muitos com pequena ou nenhuma representatividade no congresso nacional. Esses partidos são utilizados somente para acordos eleitorais para demonstrar força política para os eleitores. Muitas vezes vemos coligação partidária com 10 partidos, mas os eleitores, na sua maioria, não sabem que eles somados, não representam nem metade do tamanho de um partido consolidado. Se comercializa minutos ou segundos de tempo de televisão para propaganda política. Bilhões dos impostos que pagamos são distribuídos entre esses partidos.
Em países periféricos, pobres e com discurso socialista como é o caso do Brasil, os partidos políticos não seguem seus estatutos e muito menos os objetivos pelos quais foram criados. Em discurso filosófico, demagógico e irresponsável a bandeira do socialismo é defendida pela maioria dos partidos brasileiros. Acontece, que em um país onde a maioria da população é pobre, o discurso de igualdade social, econômica e política soa muito bem aos ouvidos dos eleitores, porém esses eleitores não sabem que o discurso socialista é para justificar a concentração de riqueza e do poder nas mãos de poucas pessoas.
Vejam o caso da Operação Lava-Jato. Os poucos políticos. poucas empresas e poucos empresários envolvidos, demonstram claramente que o dinheiro e o poder estão concentrados nas mãos de poucos brasileiros. Com o discurso socialista, o poder não foge das mãos das pessoas que aprenderam a lidar com os pobres, levando-os a acreditarem que todos os seus problemas serão resolvidos. Não criam empregos, não geram renda, não melhoram o sistema de saúde e muito menos a qualidade da educação. Um país assim não abre seus mercados, não participa efetivamente do capitalismo mundial e por isto mantem seus portos incapacitados para atenderem o mercado internacional. Socialismo e populismo é o que encontramos na América Latina e América Central. Sempre o mesmo dos mesmos. Poder entre os mesmos.
O socialismo serve como discurso mas não como solução para resolver os problemas de um país pobre. A democracia brasileira ainda engatinha, mas estamos vendo que a democracia é vivenciada por poucos brasileiros, uma vez que a grande maioria não tem nenhum direito às riquezas geradas pelo país. Os ricos estão ficando mais ricos e os pobres cada vez mais pobres e nenhum partido político quer ou é capaz de mudar esta situação. Os brasileiros não conhecem seus direitos, mas são cobrados por todas as suas obrigações. Um país com crise política, econômica e social permanente jamais proporcionara uma condição de vida, ao menos razoável, para milhões e milhões de brasileiros.
Milhões de crianças e jovens estão vivendo na pobreza. Nosso futuro está comprometido e corrompido e não existe solução a médio e longo prazo para resolver este caos. O nosso sistema previdenciário está falido e a dívida interna já passa dos 3 trilhões. Com todos os escândalos, com a cassação de presidente, congressistas e governadores o que vocês acham que os países desenvolvidos pensam sobre nós. Ex-presidente da república e da Câmara de Deputados presos, significa o quê? Com traficantes e milícias dominando as grandes cidades a ordem se inverteu e nem o exército brasileiro está conseguindo combater. Presídios que mais parecem depósitos humanos multiplicam os crimes futuros. Milhares de brasileiros com salários extraordinários e com auxílios de todas as formas são financiados por milhões de miseráveis. A ordem está invertida, mas enquanto os brasileiros, principalmente os jovens, continuarem de cabeça baixa, fazendo suas críticas e fofocas, no Watts App, no Facebook e no Instagram o país vai se deteriorando e, em um futuro breve, poderá ser dominado ou tomado por outras potências. É esperar para ver.
O Brasil está cometendo, aos poucos e sem perceber, suicídio político e econômico deitado eternamente em berço esplêndido abraçado ao populismo e ao discurso socialista irresponsável.
Oremos.
TADEU ZERBINI
É economista, especialista em Gestão Pública, professor e consultor
ctzl@uol.com.br